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No domingo a Lore fez um churrasco pro almoço, então geral foi pra lá. Até a minha mãe.

Ericka: Ontem tu deu um perdido maroto, hein, sua rata.

Jade: Eu avisei que ia, ô nojenta, você que tava trêbada e não se ligou. – ela mandou língua.

Kikito: O outro tava dando soco na parede de ódio. – disse olhando em volta pra ver se ele estava perto.

Preta: Mas você é fofoqueiro, né?! – deu um tapa nele.

Tikão: Kito é igual mulher, quando eu falo...

Jade: Ihhh, então eu não sou mulher... Odeio fofoca. – falei olhando pras minhas unhas.

Dudu: Ah ta, e eu sou filho da Gretchen.

Dandin: A cara dela nem queima...

Jade: Posso fazer nada se vocês são tudo fofoqueiro.

Nanda: A gente não faz fofoca, meu amor, a gente só comenta.

Lore: Pois é, vê se eu tenho culpa se a pessoa adora passar uma vergonha.

O celular do Kito tocou e ele saiu pra ajudar o Malvadão trazer as cervejas.

Jaque: A maionese vegana está pronta. Quer provar? – estendeu um potinho pro Tikão. Ele fez uma careta que a gente riu à beça da cara dele.

Relutou, relutou, mas provou.

Tikão: Ai tia, com todo respeito, acho essas parada maior viadagem, mas isso aqui tá bom à vera.

Lore: O que tu come e não gosta, né? – minha mãe riu.

...

Os meninas chegaram com as cervejas e já tinha carne assada. Eu já tava com meu pratinho belíssima.

O pessoal já foi colocando no frízer e eu sentadinha comendo, junto com a Nanda.

Kikito: Vocês são umas folgadas, hein!

Nanda: Eu tô grávida.

Jade: Eu tô indisposta. – coloquei o pé em cima da mesinha que tinha no centro da varanda.

Malvadão: Ficou piranhando a noite toda... – resmungou achando que eu não ia escutar.

Jade: Ainda bem que eu sou solteira... – dei um gole na minha cerveja geladinha.

Nanda: Gente, com todo respeito, sem querer quebrar o clima do churrasco. Mas eu to sentindo uma pontada que... Ai! – fez careta – Tá ficando cada vez mais forte.

Jaqueline: O BEBÊ VAI NASCER!!!! – Se naquele momento eramos para mantermos a calma, foi exatamente aquilo que não fizemos.

Dandin foi correr, tropeçou no tapete, saiu catando cavaco. Os meninos foram logo pegando a Nanda, quando ela levantou a bolça estourou e ela deu um grito de dor. Fiquei logo nervosa. Ela segurou minha mão e me olhou.

Nanda: Não me deixa sozinha, eu tô com medo. – assenti, mas eu tava na aflição juntinha.

Entramos no carro e o Tikão seguiu pro hospital que os meninos pagavam pra atender a eles. Claro que teve desenrolo com os pm pra deixarem a pista livre.

Quando chegamos, Dandin tirou a Nanda do caro no colo e logo trouxeram uma cadeira de rodas.

Dandin: Os documentos dela estão ali. – falou pra mim e indicou a bolsa. Assenti.

Fui pra recepção dar a entrada da Nanda, Dandin ia entrar com ela no parto.

Ericka foi se trocar porque Nanda exigiu que ela acompanhasse a obstetra no parto. Preta e Lore estavam ansiosíssima. Acho que todas estamos!

Só Tikão e Dandin vieram, os outros meninos ficaram no morro.

...

Depois de 3h de espera, recebemos a notícia de que Caio Guilherme veio ao mundo.


           

Nanda

Eu estava estranha, me sentindo pesadíssima. Só queria ficar sentada a todo tempo. Consegui até me distrair com o pessoal, mas começou umas dores que só foi aumentando...

Eu tava com medo, na real, morrendo de medo. Pedi pro Daniel que colocassem a Ericka junto da médica, vai que ela faz algo errado? Deus me livre.

Queria que a Jade tivesse aqui dentro comigo, mas não podia. Então Dan ficou. Tadinho, tava mais nervoso que eu.

Dra. Ana Elise: É hoje que esse garotão vem! – disse com humor. Ela se encaixou no meio das minhas pernas, ergueu-as – Tão ansiosos papais? Mas é claro, né?! – riu.

Nanda: Eu tô com medo!

Dra. Ana Elise: Normal, mas relaxa, vai dar tudo certo. Você já tá até coroando, então vei ser moleza. – me tranquilizou.

Pena que ela mentiu. Gente, que loucura, tu faz força, a ponto de explodir e a criança não sai. Quase que eu falei "meu anjo, da pra ser ou tá difícil???".

Judiei à beça do meu amor, apertei a mão dele que quase quebrou.

Um suadeiro, uma dor, aquela sensação de expelir algo, mas que não saia... Mas quando escutei o chorinho do meu bebê. Parece que tudo que me afligia sumira.

Eu só sabia chora.

Nanda: Deixa eu ver, deixa eu ver. – a Ericka trouxe ele enrolado. Ahhh, meu amor, todo vermelhinho, parecia um joelho. O joelho mais bonito do mundo.

Sabe quando você ama alguém a ponto de saber que você daria a vida por ela?  Que você protegeria com unhas e dentes? Era o que eu tava sentindo.

Dandin: E ai, molecão do papai. – disse sorrindo com as lagrimas escorrendo.

Meu filho abriu o olho e ficava encarando a gente, ai eu tô transbordando amor.

Ericka: A gente precisa levar ele para fazer exames, tomar banho. Vão te levar pro quarto e já já você vai poder amamentar a criança. – assenti com bico. Não queria ficar nem mais um pouco longe do meu filho.

Dan teve que sair e as enfermeiras aplicaram um remédio em mim que eu apaguei.

...

Quando acordei eu já estava no quarto, meu filho do lado, num bercinho. Dan, Jade, Ericka e Malvadão no quarto.

Jade: Acordou! – sorriu e veio até a mim – Ai, amiga, ele é tão lindo! – assenti sorrindo enquanto olhava pra ele.

Ericka: Da até vontade de fazer um . – brincou.

Jade: Eu acho que tô apaixonada no meu afilhado.

Dandin: O moleque mal nasceu e já tem um monte de mulher babando ele, vê se não vai ser o rei delas?!

Nanda: Meu filho vai ser um santo, nem vem. – ele mexeu e resmungou – Ai, me da ele aqui. – Ericka veio toda no jeitinho e me deu ele.

Era tão bom ter ele em meus braços. Era o meu mundo. E eu jamais deixaria ele passar por nada que eu passei. Daria a ele tudo que eu não tive. Todo meu amor era dele.

Coração sem vergonha.Onde histórias criam vida. Descubra agora