Coração sem vergonha.

#7

           

Acordei com um pagode tocando alto. Malvadão ainda dormia. Bocejei e me levantei, catei a toalha e me enrolei já que eu estava nua. Fui até o quarto da Lore, peguei minha roupa e fui pro banho.

Lavei o cabelo e tudo. Terminei o banho e enrolei uma toalha no cabelo depois de secar meu corpo. Passei hidratante no corpo e vesti um macaquinho florido de alcinha com nó no busto. Me perfumei, sequei um pouco o cabelo na toalha e deixei molhado pra secar naturalmente.

Sai do banho e fui guardar minhas coisas. Calcei um chinelo e desci pra estender a toalha.

Lore e Nanda estavam pintando a unho sofá enquanto cantarolavam o pagode que estava tocando.

Nanda: Até que enfim, heinnn.
Lore: A noite foi ótima pelo visto. – elas riram.
Jade: Vocês são tão baixas! – me dirigi até a área de serviço e estendi a toalha no varal.

Bebi água e coloquei um pedaço do empadão num pratinho pra mim.

Fui pra sala e sentei no outro sofá.

Lore: Vocês ficaram à vera? – assenti fazendo careta.
Ericka: Quem pegou quem? – perguntou entrando com a Preta.
Nanda: Fofoqueira pra caralho, mané.

Ericka: Ihh, respeita, só quero assuntar. – Preta gargalhou.
Preta: Elas tão assim, de panelinha.
Lore: Sem drama, minhas amigas. O assunto é: Jade pegou o Malvadão!
Jade: Corrigindo: Malvadão pegou a Jade. – Ericka gargalhou.
Ericka: Eu sa-bi-a! – sentou do meu lado.
Preta: Eu também, essas birras de vocês... Muito romance inicial.
Malvadão: Aqui não tem romance, é 150bpm de putaria acelerada. – olhei pra ele debochada.
Jade: Ai ai... – coloquei um pegado de empadão na boca. Ele deu um tapa na minha cabeça e saiu de casa.

Lore: Hummm, sugestiva a comunicação dos dois. – mandei o dedo pra ela e ela riu.

Ficamos a tarde toda de fofoca e fazendo a unha. Nanda e eu iriamos dormir aqui e novo pra irmos pra escola juntas amanhã.

De noite a gente foi lanchar lá na pracinha e aproveitamos pra ficar sentada lá vendo o movimento.

O tempo tava fresco e a praça tava cheia. Tinha um carro na porta de um barzinho tocando uns pagodes, tinha umas crianças no parquinho, pessoas sentadas nos banquinhos da praça.

Jade: Você não tem noção, foi tão difícil reabrir meu coração, por muito tempo eu fiquei de mão em mão e agora vem você fazendo eu me envolver, tá tudo errado... – cantarolei.

Preta: Ihhh gente, já tá assim ela.

Lore: Gama não que é problema.

Jade: Cês são chatas pra um corolho hein! – elas riram. – Apaixonada tá a Nanda! – falei fazendo as meninas olharem pra Nanda que estava de sorrisinho pro celular.
Ericka: Ahhh, tá apaixonada ela! – rimos.

Nanda: Ihh, me deixem. Essa porra é amor de pica.

Preta: Margente...

Jade: Dandin pegou de jeito. – falei rindo.
Nanda: Pegou mesmo, tomar no rabo desse filha da puta gostoso do caralho.

Meu sorriso sumiu na hora quando vi Malvadão passando de moto com a Naleska na garupa. Não que eu tivesse esperança dele ser um príncipe depois da transa, mas me senti uma qualquer, como se eu tivesse sido um objeto.

Ericka: Desfaz essa cara, pelo amor de Deus.

Jade: Que cara? Nada a ver... – sorri sem graça.

Lore: Amiga, pelo amor de Deus, nem inventa. Marcelo não vale nada e não te merece!
Jade: Eu sei. Só me senti objetificada agora. – suspirei.

Preta: Vai passar... – assenti. Suspirei e elas mudaram o assunto pro show do Chininha e Príncipe que iria ter aqui no mês que vem.

...

Ficamos na praça até meia noite e pouca, só fomos pra casa porque amanhã teria aula, se não ficaríamos mais, tava tão fresquinho...