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Nanda

O chá foi perfeito, as meninas me deram a maior força. Fizeram quase tudo sozinha. Tia Jaque também, fez um monte de arte pro chá, ajudou pra caramba.

Eu estava exausta, mas precisava tomar banho, estava toda pintada... Mas valeu a pena. Me diverti horrores.

Chego me emocionar de gratidão por essa família. Eu não fui criada num lar que tinha amor, e Deus me colocou num lugar que pra muitos é a guerra, mas para mim, foi a paz. Tô casada com o amor da minha vida e esperando um frutinho desse nosso amor. Claro que às vezes eu do umas surtadas, mas eu amo esse homem, gente.

Depois de Daniel me ajudar no banho, fui deitar pra esperar ele. Deitei de barriga pra cima e fiquei alisando minha  barriga.

Eu tô tão anciosa para ver o rostinho do meu filho. Será que ele vai parecer mais com quem? Será que vai ter meus olhos puxados? Será que ele vai ser pretinho igual o pai?

Dandin: Tá pensando em mim? – me tirou do transe.

Nanda: Não... Quer dizer, mais ou menos. – ele fez uma cara estranha. Eu ri. – Tô pensando no nosso filho. Em como ele deve ser...

Daniel estendeu a toalha na porta e veio pra cama.

Dandin: Meu filho vai ser pintoso pra caralho, pô, tem nem como, meu filho. – revirei os olhos e ele riu. – E também, com uma mãe linda dessa... – me deu um selinho.

Nanda: Tô ansiosa.

Dandin: Pô, japa, nem fala. Tô nervosão com isso, pô, será que nós da conta?

Nanda: Claro que daremos, amor. No começo vai ser complicado. Não faço mínima ideia de como cuidar de um bebê. – ri nervosa.

Dandin: Ainda bem que a velha ajuda. – se referiu a Matilda.

Nanda: Deixa ela ouvir você chamando ela assim. – ele riu.

Dandin: Ela é gente finíssima, adoro aquela velha. – neguei.

Nanda: Ela vai ser nossa salvadora.

Dandin: Pode crê.

Ficamos entretidos com a conversa que nem notamos quando amanheceu. Só assim fomos pegar no sono.


Malvadão

Aos poucos estou me acostumando com essa parada de pai. Lorena me ajuda muito com isso, sei lá, é estranho, tá ligado? Do nada tu tem uma pessoa que depende de você, pô, e eu não tenho aquele jeitão de pai que sabe das paradas toda e tal.

O menino é mó carente, chega dá pena. Mas é um moleque simpático, geral gostou dele.

Acordei com alguém sacudindo o meu pé. Abri um olho e lá tava ele na ponta da cama.

Malvadão: Fala.

Nathan: Quero fazer número dois. – fiz maior careta.

Malvadão: Faz, ué.

Nathan: Eu não sei limpar sozinho.

Malvadão: Jaé, vai indo, quando você terminar me chama. – ele saiu correndo, quase ri. Doideira, mermão, bagulho de limpar bunda de criança. Eu sabia que um dia passaria por isso, mas não por agora.

Me espreguicei e levantei da cama. Ajeitei mais ou menos a cama e fui pro banheiro.

Nathan tava sentado no vaso balançando o pé. Lavei o rosto e escovei os dentes.

Quando ele terminou, eu limpei ele. Mas ficou bom o negócio não, tirei o meu short e entrei dentro do box com ele. Tava de cueca, claro.

Liguei o chuveiro no morno.

Malvadão: Ae, pega o sabão e passa nas partes ai. Sabe como?

Nathan: Tia Lore ensinou. – pegou o sabão e começou a se esfregar, todo sem jeito, não sei quem era pior, eu ou ele. – Assim?

Malvadão: Mais ou menos isso, com o tempo tu pega o jeito.

...

Sai do banho enrolado e fui pegar uma toalha pro moleque.

Ajudei ele se enrolar e fomos pro quarto. Me sequei na agilidade, passei desodorante e perfume. Me troquei, já tava no jeito e o moleque parado sentado na cama.

Malvadão: Qual foi, doido?

Nathan: Me ajuda, pô. – fez bico.

Malvadão: Ihhh, tá de manha porquê? Isso não é coisa de homem não.

Nathan: Mas eu sou homem sim! – bolou.

Malvadão: Então para de manha, se veste ai.

Nathan: Você precisa pegar coisas pra eu vestir, né, pai. – ouvir ele me chamando assim me dá uma sensação mó estranha. Bagulho bom, tá ligado?

Malvadão: Quem escolhe sua roupa? – perguntei indo pro quarto dele com ele.

Nathan: Tudo é a tia Lore.

Malvadão: Ihhh, agora tu vai vestir o que tu quer. Escolhe ai. – abri o guarda roupa.

Ele olhou, olhou... Pegou uma blusa e uma bermuda das cores igual a minha.

Malvadão: Vamo ficar igual dois pares de jarro?

Nathan: Pelo mas vou ficar bonito.

Malvadão: Claro, filho meu não tem como ser feio. – ele riu e se vestiu. Passei a escova no cabelo dele, passei gel. Passei um perfume que tinha lá. O moleque era pintoso, pô. – Vou providenciar uma corrente pra tu, quer?

Nathan: E uma bicicleta também?

Malvadão: Jaé, só isso?

Nathan: E eu não sei andar sem rodinha.

Malvadão: Nisso nós dá um jeito, relaxa.

...

Sai de casa com o moleque e resolvi da uma volta pelo morro. Levei ele pra tomar açaí e já acionei os segurança, dá mole com meu menó não, pô.

Comprei um carretel de linha e uma pipa pra ele. Passei a tarde toda ensinando o Nathan a soltar pipa, o moleque pegou rapidinho. Já nasceu com o talentinho po. Já dizem, filho de peixe, peixinho é.





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Revoltado do Trem Bala (MV) on facebook.

Minha cria! 💙

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Coração sem vergonha.Where stories live. Discover now