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Passei o resto da semana em casa com papai, já que ele tinha tido uma recaída. No fim de semana eu não queria nem sair, mas papai insistiu falando que eu tinha que me divertir.

...

Terminei minha make. Coloquei um vestido preto com glitter de tule colado no corpo e minha melissa stips preta. Pranchei o cabelo e me perfumei.

Recebi uma mensagem da Nanda e desci.

Papai estava no sofá com Soraia.

Jade: Estou indo, qualquer coisa me liga. – papai assentiu sorrindo. Deu um beijo em sua bochecha.
George: Se cuida e se divirta!
Jade: Pode deixar.

Sai de casa indo pra portaria. Entrei no carro e Nanda já estava lá.

Dandin: Tá pronta por combatchy? – afinou a voz. Gargalhei.
Jade: Nasci, amorrr! – mandei beijo.

Tava tocando uns sertanejos no carro, até estranhei.

Jade: Tá amando mesmo, hein, meu amigo! – dei dois tapinhas no ombro dele.
Dandin: Sua amiga fez amarração na macumba pra mim. – Nanda gargalhou.

Nanda: Vê se eu vou gastar vela com defunto ruim.
Jade: Ihhh, fez pouco caso!

Dandin: Deixa ela, quando eu arrancar essa lace dela, ela vai ficar que nem um pão careca.

Nanda: Sai, inveja, aqui é tudo natural! – jogou o cabelo.

Fui o caminho todo rindo deles.

Chegamos no baile e fomos direto ao encontro das meninas.

Lore: Achei que você nem vinha.

Jade: Papai disse que eu tinha que me divertir.
Preta: Ele tá melhor?
Jade: Tá melhorando. Eu super tô preocupada com ele.
Ericka: Relaxa, nega. Vai dar tudo certo!

Jade: Amém!

Nanda: Toma toma toma safadinha... – veio dançando e me deu uma garrafinha de ice. Abri a mesma e dei um gole.

Estava remexendo o corpo no ritmo da música, mas meu pensamento não saia de papai.

Tikão: Ô maluca, tá viajando? – perguntou fazendo com que eu saísse de meus pensamentos.
Jade: Tô pensando em alguns problemas. – ela fez careta.

Tikão: Ah, não tu veio aqui pra rebolar a raba e esquecer da vida. Vem! – parou na minha frente, colocou a mão no joelho e começou a rebolar. Gargalhei.

Jade: Lore, vou sarrar no seu macho a noite toda! – disse dançando junto com o Tikão.

Lore: Pode sarrar, essa puta! – falou rindo.

Nanda fez um pequeno vídeo meu e do Tikão dançando.

Nanda: Esse eu vou postar! – disse rindo.

Começou o arrocha e Dandin puxou Nanda e Kikito puxou a Preta e eles começaram a arrochar.

Me afastei deles indo até a barraquinha. Pedi outra ice e abri ali mesmo. Do nada meus olhos encontraram com o do Malvadão, que estava sentado na sua área com a Naleska no colo. Idiota!

XX: Tu é nova aqui? – perguntou desviando minha atenção para ele.

Jade: Sim... Quer dizer... Mais ou menos! – ri.

XX: Prazer, Filé.
Jade: Jade.
Filé: Nome lindo, igual você.
Jade: Obrigada. – sorri sem graça. – E ai, tu condiz com teu vulgo?

Filé: Am?

Jade: É filé mesmo?

Filé: Bom, dizem... – levantou a camisa mostrando a barriga definidinha. Achei aquilo muito engraçado e gargalhei jogando a cabeça pra trás. – E ai?

Jade: Condiz, condiz! Mas qual teu nome mesmo?

Filé: Maicon. Pô, já te vi aqui algumas vezes e fiquei sem jeito de chegar, maior cara de paty.
Jade: Ah, que isso! Nem sou! – ele me olhou de lado. Dei um tapinha nele e ele riu. Eu ri junto.



Filé beija muito bem, continuaria numa boa beijando ele, se um barulho de tiro não nos interrompesse. Olhei pra ele assustada e ele olhou em volta. Malvadão estava vindo em nossa direção com uma cara de bicho, o que era normal dele.

Ele não falou nada, só agarrou no meu braço com força e me arrastou pra fora da quadra.

Jade: Ai, me solta! Você é louco? Seu idiota! – eu tentava me soltar a todo tempo, mas nem tchum!

Malvadão: Cala a boca, piranha! – me jogou no carro com brutalidade. Fiquei assustada.

Ele entrou pelo outro lado e deu partida. Ele estava voado. Parou em frente da casa dele me puxou pelos cabelos.

Jade: Me solta!!! – gritei. Ele me jogou no sofá e foi fechar a porta. – Marcelo, o que você vai fazer? Qual é a sua? Eu não tô te entendendo!
Malvadão: Cala a boca! – me deu um tapa no rosto. Arregalei os olhos. Imediatamente meus olhos encheram de água.
Jade: O que eu te fiz? – perguntei gritando, mas quase minha voz não saiu.

Malvadão: Tu não gosta de agir como piranha? Então vou te tratar como piranha!
Jade: DO QUE VOCÊ TÁ FALANDO, CARALHO? – gritei ficando de pé. Ele me segurou pelo pescoço e me prensou na parede.

Malvadão: Fala baixo comigo, vagabunda! – eu segurei no pulso dele pra ele me soltar, mas ele continuou apertando. Eu estava sem ar já e as lágrimas começaram a descer. Ele por um tempo paralisou e me jogou no chão. Ele começou a andar de um lado pro outro passando a mão na cabeça e respirou fundo. Era evidente que ele estava drogado. – Se eu ver você com outro de novo, eu vou te meter a porrada! Tá ligada? – assenti com medo. Eu estava morrendo de medo dele me matar. – Você escutou, caralho? – abaixou na minha frente e segurou meu queixo com força. Assenti. – Fala, caralho!
Jade: Sim! – concordei chorando.

Malvadão: Levanta! – fiquei imóvel. – Anda! – falou firme. Me levantei acuada e ele me olhou dos pés a cabeça com malícia. Ele me pegou no colo e caminhou até o quarto dele. Ele ia me estuprar?
Jade: Não, por favor! – implorei choramingando.
Malvadão: Cala a boca, porra! Você tá me estressando! – engoli o choro. Ele me colocou na cama e me encarou. Levantou tirando a blusa expondo sua pistola na cintura. Encarei aquilo e ele saiu do quarto.

Me encolhi na cama e chorei baixinho pedindo pra Deus não deixar ele fazer nada comigo.

Ele voltou com um copo de água e me entregou.

Malvadão: Toma! – encarei desconfiada.
Jade: O que você colocou ai? – ele ia me dopar pra me estuprar.

Malvadão: Nada, porra. Toma logo esse caralho, vou fazer nada contigo não, ô horrorosa. – hesitei e ele bufou. Peguei o copo pra ele não tacar na minha cara. Cheirei a água e ele saiu do quarto novamente.

Escutei o barulho do chuveiro e corri até a janela jogando a água fora. Eu hein!

Comecei a pensar num jeito de sair daqui de fininho, mas acho que eu demorei demais, porque ele logo entrou no quarto enrolado na toalha. Ele vestiu uma cueca vermelha. Fechou a janela, depois a porta. Jogou a toalha em cima de uma cadeira que tinha ali. Ligou o ar.

Malvadão: Tira essa roupa.
Jade: Tô bem assim.

Malvadão: Eu não tô te perguntando, eu tô mandando! – falou firme. Respirei fundo e tirei o meu salto. Depois o vestido, ficando só de calcinha e sutiã.

Ele apagou a luz e veio pra cama. Sentei na pontinha cama, mas ele me puxou me fazendo ficar de conchinha com ele e nos cobriu. Fiquei imóvel sentindo a respiração dele na minha nuca.

Esperei ele dormir pra fugir, mas ele me prendeu de um jeito que foi impossível. Por fim, eu acabei adormecendo.

Coração sem vergonha.Where stories live. Discover now