#43

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Jade

A tarde foi maravilhosa! As meninas conheceram minha mãe, Matilda ficou contando várias histórias minha e da Nanda... A gente riu tanto que nem viu a hora voar.

Minha mãe era uma pessoa muito descontraída, muito diferente de Soraia. Como papai pode trocar ela por aquela megera?

Malvadão chegou e nem rendeu muito assunto e foi direto tomar banho. Matilda aproveitou pra servir a janta.

Jaqueline: E o seu bebê, sabe o sexo?

Nanda: Ainda não, tia. Mas já já vou descobrir, tô muito ansiosa.

Preta: Eu quero é decorar o quartinho já, vamos falir Dandin de vez.

Ericka: Ninguém mandou fazer filho.

Nanda: Vamos mesmo, quero o quarto do meu filho um luxo, igual quarto de casa de rico.

Lore: Será que decorador sobe morro se a gente contratar? – gargalhamos.

Jade: Palhaçada desse povo, tem nada demais aqui.

Ericka: Quando não tem operação né? Porque quando tem é que tiro foi esse, viado? Pra todo lado. – minha mãe riu .

Jaqueline: Vocês já até se naturalizaram com a situação, né?

Preta: Fazer o que, tia? É nossa realidade.

Jaqueline: Quando eu era mais nova, eu frequentava bailes funks escondidos de meus pais, mas uma vez teve uma confusão que saiu até tiro, nunca mais.

Nanda: Ihhh, tia, aqui quem faz a confusão é a gente mesmo.

Lore: No ultimo foi a Nanda! – rimos lembrando da cena.

Nanda: Só eu? Jade que caiu na porrada com a menina.

Jaqueline: Que isso, minha filha? – me olhou surpresa.

Jade: Ihh, ela foi falar merda, já tava puta e bolada...

Matilda: Jade e Nanda onde vão se metem em confusão.

Nanda: Que isso, maior mentira.

Lore: Pensando bem... A gente fez amizade por causa de uma briga.

Jade: Gente, credo, odeio briga... – cruzei os braços fazendo a sonsa.

Malvadão: Tá bom... – falou descendo. – Primeira vez que a menina veio no morro já arrumou caô com a outra lá.

Preta: Mas aquela mereceu.

Ericka: Todas mereceram, até porque...

Malvadão: A senhora já meteu a porrada em todas.

Ericka: Porrada não, eu sou muito fina pra isso, apenas me auto defendi.

Malvadão: Mas e ai, tu veio pra ficar? – olhou pra minha mãe.

Jaqueline: Agora que encontrei minha menina, pretendo sim. E vou ficar aqui na comunidade mesmo.

Malvadão: Pode falar favela, comunidade é termo de engomadinho. Mas se tu quiser, arrumo um barraco maneiro pra tu.

Jaqueline: Não pode ser uma casa não? – as meninas começaram a rir.

Preta: Tia, barraco é modo de dizer.

Jaqueline: Ah ta! Desculpa. – riu sem graça. – Pode ser mais lá pra baixo não? Subir essas escadarias cansa. – Malvadão riu.

Malvadão: Jaé, vou ver o melhor pra tu.

Jaqueline: Vocês tem ONG's aqui?

Malvadão: Temos. Creche pras crianças, desenrolei um bagulho de futebol pros menores e pá...

Jaqueline: É que eu sou artista plástica, e gostaria de ajudar na ONG promovendo e ajudando vocês com novas atividades.

Malvadão: Vamo ver essa meta. – mamãe fez uma careta e assentiu.

Jaqueline: Mas e a polícia, não implica com nada aqui?

Malvadão: Polícia não manda nessa porra não, quem manda é eu.

Jaqueline: Ah, então você é o dono do morro?

Malvadão: Só comando, tá ligada? O morro é de nós todos.

Jaqueline: Ah sim.

Maltida: Comida tá pronta! – Nanda levantou num pulo.

Lore: A bichinha tá com fome de 50 mendigo da lapa, tá maluco.

...

Aos poucos as meninas foram para suas devidas casas, mamãe ficou mais um pouco comigo, mas depois teve que ir, senão ficaria tarde demais. Matilda falou que amanhã viria porque já tinha pedido demissão pra Soraia.

Minha mãe falou que amanhã era a exposição dela e me convidou pra ir, certamente eu iria depois do estágio, já tinha até combinado com o Marcelo.

Coração sem vergonha.Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang