#22

16.4K 1K 189
                                    




           

No outro dia, acordei destinada a ligar o foda-se. Hoje eu só quero curtir o baile na minha, no meu canto.

Dei uma ajeitada na casa, fiz almoço. Tomei banho. Passei hidratante e me perfumei. Vesti um short jeans claro de cós alto e um cropped florido de alcinha. Fiz um coque no cabelo e fui almoçar.

Almocei sozinha, odiava comer sozinha. Mas tenho que me acostumar com essa singularidade.

Lavei a louça. Fui até o banheiro, escovei os dentes e passei um gloss. Peguei o celular, calcei meus chinelos. Sai de casa e tranquei a porta.

Fui descendo até o salão da Jane, onde a Preta trabalhava. Ia me dar um trato.

Passei em frente à boca e os meninos mexeram comigo, acenei pra eles e prossegui no meu caminho.

Cheguei no salão e não tava muito cheio, então nem precisei esperar muito.

Anelize: Vocês viram a foto que Naleska postou com o Malvadão? Parecem que estão juntos mesmo. – falou obviamente pra me atingir. Revirei os olhos. Preta estava fazendo a unha dela e deu maior catucadão com o palito. – Ai! – reclamou.

Preta: Desculpa. – falou bem sonsa. Neguei rindo.

Jane: Vai querer fazer o que no cabelo? – me perguntou.

Jade: Só hidrata e faz uma escova normal. – ela assentiu.

Jane: Malvadão surta se eu faço loucura nesse cabelão. – disse olhando o cumprimento e riu. Sorri sem graça. 

Malvadão gostava mais do meu cabelo do que de mim, nunca vi. Quando vim aqui nas primeiras vezes ele sempre vinha aqui  e falava que vinha vigiar se eu não ia cortar o cabelo. De vez em quando eu cortava só pra irritar ele, eu hien, cabelo é meu.

Mas eu gosto do meu cabelo grandão assim, ele tá quase batendo na bunda.

Preta: E a prova lá, foi bem? – me perguntou pra cortar o assunto. Minhas amigas sabiam que eu não gostava de ficar assuntando sobre o Marcelo por ai.

...

Ri a tarde toda com as fofocas do salão, essas meninas não controlam a língua, Deus é mais.

Fiz cabelo, sobrancelha, depilação e unha.

Sai do salão umas cinco e pouca. Fui pra casa. Tava morta de fome.

Esquentei a comida do almoço e coloquei meu prato.

Comi 2x.

Lavei a louça, ajeitei a cozinha e fui separar minha roupa do baile.

Separei um vestido preto colado da Maria Gueixa com bojo. Um salto tratorado preto com tiras metalizadas.

Prendi o cabelo de um jeito pra não marcar e fui pro banho.

Tomei um banho demorado. Esfoliei a pele e fiz limpeza durante o banho. Passei um óleo de rosas e champanhe e sai enrolada na toalha. Fui pro closet. Sentei na minha penteadeira e comecei a me maquiar. Fiz a pele, um delineado de gatinho, caprichei no rímel, passei um batom matte vinho. Me perfumei; soltei o cabelo e ajeitei ele.

Peguei o vestido que eu tinha separado e vesti. Coloquei um bracelete de outro, meus anéis e um colar com a primeira letra do meu nome.

Calcei meu salto. Peguei o celular, troquei a capinha, coloquei o dinheiro na mesma.

Mandei mensagem pra Nanda avisando que estava pronta. Ela iria me buscar pra eu ir com ela.

...

O baile já estava uma uva. Eu já tinha virado 5 tequilas e estava indo pro segundo copão. Hoje eu só queria dançar e curtir.

"Toma encaixada bem botada da botada encaixada depois volta pra botada encaixada muito braba depois volta pra botada tu fica enlouquecida depois da sequencia braba..."

Eu tava embrazando no sério, já tava na mão do palhaço, sorria à toa.

Tikão: Tá locona, hein, minha parelha. – eu só ria.

"Sua malvada, que beijo gostoso, sua malvada..."

Fui rebolando até o chão e subi jogando a bunda, parei no quadradinho. Senti uma sarrada, mas nem liguei.

Eu não parava de dançar um minuto.

Começou os arrocha, ai mesmo que eu jogava.

Senti segurarem forte no meu braço e eu já até sabia quem era. Não dava pra esquecer o toque do homem que melhor me tocou até hoje.

Malvadão me arrastou pra fora da quadra, nem ligava pra quem tava olhando.

Jade: Ih, Marcelo, me deixa! – eu tava num brilho tão alto que nem brava eu tava.

Malvadão: Tá se arrasando, cara. Cadê tua postura, porra? – ri.

Jade: Nem vem falar de postura comigo, só pode cobrar quem é exemplo. – ele calou.

Malvadão: Pô, neguinha, vamos conversar...

"Então vemmm daquele jeito que o pai se amarra, senta gostoso e toma tapa na cara..."

Neguei rindo e virei de costas e joguei a bunda pra ele e rebolei sarrando nele. Ele segurou firme na minha cintura. Já estava sentindo sua ereção. Soltei um rizinho. Ele me virou com agilidade e me beijou.

Ê coração sem vergonha esse meu...

Eu não consegui resisiti. Quando percebi, eu já estava quicando no pau dele dentro do carro dele. Eu dava umas sentadas ritmadas, ele dava uns tapas na minha bunda e puxava meu cabelo mandando eu dizer que era todinha dele. E eu? Eu estava a mercê dele, se ele pedisse até dizer que amava eu diria.

Gozamos juntinhos e ficamos um tempo abraçados dentro do carro. Acho que um pouco da lucidez me cutucou e eu sai do colo dele me ajeitando pra sair do carro dele.

Malvadão: Vai agir como se eu fosse só mais um? – era até engraçado escutar ele dizer essas coisas.

Jade: Não é assim que tu me trata?

Malvadão: Tu sabe muito bem que não, Jade. Qual foi? Vai ficar de graça? Age na maturidade.

Jade: Já fui madura demais contigo e tu fez o que? Foi ficar de love com Naleska, até no face, Marcelo. Tu nunca gostou de tirar foto comigo, mas ela faz book de vocês no face.

Malvadão: Tá bolada por isso? Coisa boba, cara.

Jade: Boba nada, pô. É por causa dessa que o povo me tira de tua amante e acha que tua mulher é ela. – ele riu negando.

Malvadão: O povo adora inventar merda, tu tá ligada, desde quando tu dá ouvido a isso? – fiquei quieta fitando o nada. – Deixa de graça, pô, vamo ficar de boa. – olhei bem na cara dele e suspirei. Porra, eu não conseguia!

Sai do carro dele sem falar nada e voltei pro baile. Naleska esbarrou em mim, eu tava tão esgotada que nem fiz nada. Só fui pegar mais bebida, vou voltar pra casa carregada nessa porra. Avisei logo pra Nanda e emendei na cachaça.

Coração sem vergonha.Where stories live. Discover now