Capítulo 25

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Abro meus olhos e percebo que estou em casa. Minha cabeça estava latejando de dor, nunca senti isso antes.

- Que bom que acordou - Otávio surge na minha frente.

- O que aconteceu? - pergunto e me sento na cama.

- Não lembra?

- Minha cabeça tá doendo de mais pra lembrar de alguma coisa.

- Isso é porque você bebeu.

- É... Acho que foi isso.

- E talvez porque você desmaiou e bateu a cabeça no chão.

- Eu não me lembro de nada.

- Toma isso aqui, você vai melhorar logo - ele me entrega um copo de água e um comprimido.

- Isso é droga?

- É sim, que todo mundo usa, chamado remédio, agora toma e deita, daqui a pouco volto pra ver se você está bem.

- Vai me deixar sozinha?

- Você já está bem grandinha, não acha? - ele parecia estar bravo.

- Mas eu posso precisar de você.

- Pensasse nisso antes de me desobedecer - dito isso ele sai.

Tomo o remédio e volto a me deitar caindo no sono mais uma vez.

Volto a acordar e já estava bem melhor, mas estava faminta.

Me levanto e vou até a cozinha, abro a geladeira e estava vazia, abro o armário e também estava vazio. Vou ter que conversar com Otávio pra comprar algumas coisas, não tem nada pra comer aqui.

Tomo um banho e coloco uma das roupas que Otávio me trouxe e saio, preciso encontrar com ele.

No caminho algumas pessoas me olham e ficam rindo e cochichando, acho que é por causa do vexame que eu passei ontem, estou tão envergonhada.

Encontro com Grilo.

- Oi, você está bem? - pergunto.

- Estou sim, mas o seu protetor não vai gostar de ver você conversando comigo.

- Ele não manda em mim e nem deveria mandar em você.

- Ele é o dono dessa quebrada, então ou eu obedeço ele ou ele me mata e eu tenho muito amor a minha vida.

- Eu não vou deixar ele impor quem deve ou não conversar comigo.

- Boa sorte então - ele diz e se vira pra se afastar de mim.

- Ei, espera - digo e ele me olha.

- Poderia me emprestar dinheiro, eu estou com fome e não tem nada pra eu comer lá em casa, depois o Otávio te devolve.

- Tá bom, agora deixa eu ir, se me pegarem aqui com você eu estou ferrado - ele me entrega o dinheiro e sai.

Vou até a padaria e compro alguns pães de queijo e peço café, fico comendo por ali mesmo. Depois que de comer, saio da padaria e passo em frente a um salão de beleza, me senti tentada a entrar e entrei, queria mudar um pouco meu visual.

- Bom dia, vocês tem algum horário livre pra hoje? - pergunto.

- Estamos livre agora, o que gostaria de fazer? - a mulher pergunta.

- Queria cortar meu cabelo, quero mudar um pouco.

- Seu cabelo é muito grande, tem certeza que quer isso mesmo? - ela pergunta.

- Sim, eu quero. Passei muitos anos da minha vida com o cabelo grande, quero mudar.

- Você é a Dalila né? Mulher do De Menor?

- Isso mesmo.

- Ele não vai se importar? Eu não quero problemas depois.

- O cabelo é meu, eu que decido o que faço ou não.

- Tudo bem, vamos lá.

- Posso pagar depois? Agora estou sem dinheiro.

- Claro, sendo mulher de quem é, não posso recusar meus serviços.

Ela lava meu cabelo e o cheiro do shampoo era tão bom. Nunca cortei meu cabelo em um salão, minha mãe apenas tirava as pontas quando era necessário, mas nunca cortei ele curto. Peço pra ela fazer um corte no ombro e uma franja.

Assim que ela termina eu me admiro com o resultado, ficou perfeito e eu amei. Era exatamente como eu imaginava que seria.

Me despeço dela e vou enfim vou para casa, quando chego lá, dói de cara com Otávio. Assim que ele me vê, ele corre e me abraça.

- Onde você estava? Eu fiquei preocupado, pensei que tinha ido embora - ele me aperta em seu abraço.

- Eu não tenho motivos pra te deixar, pelo menos por enquanto.

- O que aconteceu? O que você fez nesse cabelo? - ele pergunta passando a mão no meu cabelo.

- Eu cortei, não gostou?

- Eu gostei, ficou diferente, parece mais ousada - ele diz me admirando.

- Já estava na hora de mudar, aquele cabelo longo me deixa com cara de boazinha demais.

- Você só cortou o cabelo, não virou uma malvada não - ele ri.

- Mas eu já dei o primeiro passo.

- Por falar nisso, acho que prometi ensinar você a atirar.

- Prometeu, mas antes vamos no mercado, não tem nada nessa casa, tive que pegar dinheiro emprestado com o Grilo e tenho que pagar a mulher do salão.

- Como assim pegou dinheiro emprestado com ele? Eu falei pra ele ficar longe de você.

- Você não pode proibir as pessoas de falarem comigo.

- É claro que eu posso, eu mando nisso aqui.

- Mas não nada em mim. De que adianta ter me libertado do meu pai, se está me colocando em outra prisão?

- Eu não confio nele, sei que ele quer você.

- Você só tem que confiar em mim, isso basta.

- E eu confio.

- Então não proíba ninguém de conversar comigo tá, eu vou ser pra sempre sua.

- Tá bom, me desculpe por isso e por ter te tratado mal hoje mais cedo.

- Se me der um beijo eu desculpo - digo e me aproximo dele.

- Dou quantos você quiser - dito isso ele me agarra e me beija - Se aquele cara ou qualquer outra pessoa tentar alguma coisa, você me fala na hora que eu resolvo.

- Fica tranquilo, ninguém vai fazer nada - dou mais um beijo nele.

Ficamos nos beijando por um tempo e depois saímos pra pagar as pessoas que eu estava devendo e depois fomos ao mercado. Eu comprei bastante coisas, não quero que falte nada na nossa casa e quero cozinhar algumas coisas especiais que sei.

Eu estava muito feliz com Otávio,não pensei que um dia poderia ser tão feliz assim, mas agora sei que é possível. Ele me ama e eu também o amo, mesmo que ele seja assim, é jeito dele de viver a vida e agora eu preciso aprender a viver assim também.



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Boa noite leitores queridos, estamos de volta e dessa vez é pra ficar. Logo logo finalizamos mais esse livro.

E aí? O que estão achando da história? Há, não deixem de dar aquela moral deixando a estrelinha de vocês em!

Beijos e até breve!

Coração BandidoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora