Capítulo 15

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Fico esperando Otávio e de repente ele surge de moto.

- Eu vou ter que andar nisso de novo? - pergunto assustada.

- Eu vou devagar.

- Mesmo assim, tenho medo.

- É só me abraçar ta.

Ele me entrega o capacete e me ajuda a colocar.

Subo na moto e agarro ele. Ele da partida e sai, e vai bem calmo, mas logo acelera a velocidade e passa entre os carros, faz curvas que parecia que a gente ia cair. Meu coração bate freneticamente e eu cravo as unhas nele.

Algum tempo depois ele para em frente a um prédio enorme, olho o lugar tentando me acalmar e percebo que é o prédio mais chic da cidade, o que vamos fazer aqui?

- Você falou que não ia correr - digo e tiro o capacete.

- Da próxima vez eu vou me controlar.

- Duvido. Por que parou aqui?

- Porque vamos ficar aqui hoje.

- Nesse hotel?

- Isso. Eu tenho um apartamento aqui.

- Sério?

- Lógico. Vamos logo.

Ele pega na minha mão e me puxa pra dentro do prédio.

O apartamento era lindo e muito luxuoso também.

- Por que me trouxe aqui? - pergunto.

- Eu quis trazer você.

- Já trouxe outras garotas também?

- Não. Você é a primeira.

Abro um sorriso largo, fico feliz em saber disso, Otávio está sempre rodeado de mulheres, mas faz coisas comigo que nunca fez com ninguém.

- O que achou do meu refúgio?

- Muito lindo, da vontade de passar o dia todo aqui.

- As vezes eu fico aqui o dia todo.

- E faz o que aqui sozinho?

- Fico refletindo.

- Sobre o caminho que você decidiu seguir?

- Sim, sei que não foi um caminho legal, mas eu não tive escolha.

- Quer me contar sobre o que aconteceu?

- Não. Me conte você o que aconteceu pra você me ligar desesperada e de pijama.

- Eu briguei com meu pai, eu enfrentei ele, você estava certo.

- Olha resolveu me ouvir?

- Sim. Ter enfrentado ele fez eu me sentir melhor. Era eu de verdade.

- Você pode continuar sendo você, é só não fazer tudo o que ele manda.

- Só estou com medo de voltar pra casa, não sei como vai ser, tenho medo dele me bater de novo.

- Eu não vou deixar ele fazer isso com você, se precisar me procure.

- Obrigada. Espero que ele não me expulse de casa.

- Se isso acontecer, vem morar comigo - ele sugere.

- Acho que não daria certo.

- Você ainda não tentou.

Ele se aproxima e me beija.

- Gosto tanto de ficar com você, você me acalma muito - digo.

- Eu também gosto. Me fale mais sobre sua vida, gosto de te ouvir.

Coração BandidoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora