Capítulo 17

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Assim que acordo vou direto ao banheiro fazer minha higiene matinal, uso a escova de dente do Otávio, já que estava sem.

Ele estava dormindo ainda. Vou até a cozinha e não tinha quase nada pra fazer o café da manhã, então pego dinheiro na sua carteira e vou na padaria.

Eu não deveria ter pego sem pedir pra ele, mas queria que ele tivesse uma surpresa, quero cuidar dele. Ele mora sozinho e acredito que quase não come em casa, por isso tem poucas coisas no armário.

Chego na padaria e peço várias coisas, enquanto a moça pega o que eu pedi, fico aguardando no balcão.

- Olha quem está aqui - uma das garotas que estava ontem com Lívia diz.

- Oi - digo com receio.

- É muito feio sair de tão longe pra roubar o homem das outras, sabia?

- Está se referindo ao Otávio? - não contenho o riso.

- Isso mesmo, está rindo de que?

- Ele não quer nada com vocês, e não é de ninguém, ainda - dou ênfase no ainda.

- Ele vai enjoar de você muito rápido.

- Não tenho certeza disso, ele até me chamou pra morar com ele - provoco.

- O que? Você não vai ficar com ele - ela avança em mim, mas consigo segurar ela e a empurro.

Ela tenta novamente me bater, mas eu empurro ela de novo.

- Eu vou pegar você garota - ela diz e corre pra fora da padaria.

As pessoas que estavam na padaria me olharam surpresos, acho que por que pensaram que eu ia apanhar daquela menina. Nem meu pai vai me bater mais e não vai ser uma qualquer que vai fazer isso.

Pego as sacolas e saio pisando duro.

Quando chego na casa de Otávio percebo que esqueci a sacola com o pão de queijo. Deixo a mesa arrumada e saio novamente pra padaria. Otávio continuava dormindo.

Chego na padaria e a moça já me entrega a sacola que eu tinha esquecido e eu volto pra casa do Otávio.

Assim que entro, Otávio corre e me abraça forte.

- Que bom que você está aqui, eu pensei que você tivesse ido embora - ele diz.

- Eu só fui na padaria.

- Não faz isso de novo, eu fiquei preocupado com você.

- Eu estou bem - digo e lhe dou um beijo.

Depois do beijo seguimos para a cozinha.

- Não foi eu que fiz, mas um dia posso cozinhar pra você - digo.

- Eu vou adorar.

- Bom, como eu vi que praticamente não tinha nada no armário, eu me atrevi a pegar dinheiro na sua carteira pra comprar, espero que não se importe.

- Relaxa, num tem problema não, eu quase não fico em casa, então não tem porque eu comprar comida.

- Mas se eu vim morar com você, você vai ter que comprar.

- Vou mesmo e não vou sair de casa.

- Vamos comer né, tenho que ir embora logo, quero resolver essa história com meu pai.

- Se quiser, eu posso ir com você.

- Melhor não, vou enfrentar ele sozinha.

Tomamos nosso café da manhã e ficamos juntos até depois do almoço.

Coração BandidoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora