- Pai, mantenha calma e vamos conversar - digo.
- Não tem conversa, você está de castigo e sem celular.
Grande coisa. Meu celular só servia pra ligação mesmo. Entrego meu celular pra ele.
- Por que não é assim sempre? - ele pergunta.
- Pai, eu não vou mais tolerar essas atitudes comigo, eu sou maior de idade e o senhor não pode mandar em mim dessa forma, o mundo mudou, não é mais como antigamente, em que século você vive?
- Dalila, não me irrite, você vai fazer tudo o que eu mandar.
- Gente vamos parar com isso, daqui a pouco os vizinhos estão escutando - minha mãe surge.
- Sua filha que não me obedece, a culpa é dela.
- Eu não vou obedecer ninguém, inclusive terminei meu noivado com Gabriel.
- Você o que? Agora eu acabo com você garota - em um ato rápido ele me da um forte tapa na cara.
- Eu não vou mais tolerar isso de você - grito e lhe devolvo o tapa.
Eu sei que não deveria ter devolvido o tapa nele, mas foi em um impulso, eu estava cega de raiva.
- Sua petulante. Não quer mais se casar por causa daquele marginal que você vive andando?
- Você disse que não ia contar pra ele - digo a minha mãe.
- Eu não contei - ela diz.
- Então você sabia, depois eu me resolvo com você, primeiro vai ser essa garota.
- Você não vai encostar um dedo em mim - grito.
- Você vai ficar trancada nesse quarto - ele puxa meu braço e me joga no canto do quarto, fazendo com que eu bata a cabeça na parede.
- Não vou mesmo - digo e rapidamente pulo a janela e saio correndo.
Corro pelas ruas sem celular, sem dinheiro, sem nada, mas estou bem aliviada e leve.
Chamo um táxi e vou atrás de Otávio. Não demora muito e chegamos.
- O senhor pode esperar um pouco aqui? Eu vou pegar o seu dinheiro - digo.
- Depois você me dá, eu sei onde você mora - ele diz e percebo que esta assustado.
- Eu não vou demorar ta - desso do carro e logo vejo Samanta de longe.
Sei que não somos amigas, mas depois eu pago ela.
- Samanta - chamo.
- Oi gata, o que faz aqui? Já sei, veio atrás do De Menor - ela diz mascando chiclete.
- Isso mesmo, mas preciso pagar o taxista e não tenho dinheiro, você pode pagar pra mim? Depois eu te devolvo.
- Ta bom, eu resolvo isso pra você. O De Menor ta no salão no fim da rua, vai lá que eu chego atrás de você.
Ela vai em direção ao taxista e eu vou na direção que ela me indicou, percebo que tem várias garotas semi nuas na portaria, inclusive Lívia, o que ela faz ali?
- Dalila? - ela pergunta parecendo assustada.
- Oi, eu preciso falar com Otávio - digo e passo na frente das meninas que ficaram reclamando.
Fico de frente com o segurança e peço pra ele chamar Otávio, mas o mesmo se nega.
- O De Menor não quer ver ninguém, todas nós já tentou falar com ele - uma garota diz.
- Por favor, chame ele, diga que é a Dalila - imploro para o segurança.
- Ele não quer ser incomodado - o segurança diz sério.
- Mas fala que sou eu.
- Por que você acha que ele vai querer falar com você? - a garota me pergunta.
- O que você veio fazer aqui Dalila? - Lívia pergunta.
- Eu preciso falar com ele - digo.
- Eu vou chamar ele pela última vez, depois vocês sumam daqui - o segurança diz sério.
- Ele não vai vim, já foram chamar ele várias vezes - Lívia diz.
- É só uma tentativa.
- Você acha mesmo que ele vai trocar a gente por você? - a garota diz.
- Vai embora Dalila, é melhor - Lívia me aconselha.
- Só vou se ele não não quiser me ver.
Ficamos ali na frente aguardando, logo o segurança aparece sozinho.
- Eu disse que ele não ia vim - Lívia diz.
- Acho melhor eu ir embora - me viro prestes a sair dali.
- Leoa - ouço a voz dele me chamar.
- Eu não acredito que até apelido ela ganhou - a garota diz brava.
- Que bom que você está aqui - digo e o abraço forte.
- Que surpresa, aconteceu alguma coisa pra você vim aqui? - ele pergunta.
- Sim, eu preciso muito de você.
Ele gruda sua boca na minha e nos beijamos, ali mesmo, na frente de todos.
- Agora estou aqui, vamos lá pra minha casa - ele diz.
- Você nunca leva ninguém pra sua casa - a mesma garota diz brava.
- Mas ela merece ir lá - ele responde pra ela - Estou louco pra dormir com você de novo - ele me da mais um beijo, pega em minha mão e saímos dali.
Um sentimento que nunca senti por ninguém estava surgindo em mim, era algo novo, mas acho que é paixão.
Assim que chegamos em sua casa, seguimos direto para seu quarto.
Me jogo na cama e Otávio se deita por cima de mim.
- Pode ficar aqui o quanto quiser, eu vou gostar muito - ele diz e me beija.
Depois do beijo, digo:
- Bem que eu gostaria, mas eu tenho que voltar pra casa.
- Me conte o que aconteceu. Imagino que pra você ter vindo até aqui é porque aconteceu alguma coisa muito séria.
- Você está certo.
Conto sobre o que houve em casa e que meu pai já sabia sobre ele.
- Agora da pra gente ficar junto e sem se esconder - ele diz.
- Não brinca comigo desse jeito, eu gosto de você Otávio.
- Eu também gosto de você e não estou brincando.
- Sério mesmo?
- Muito sério, pode acreditar em mim.
- Eu terminei meu noivado, agora estou solteira.
- Se depender de mim, não ficará solteira por muito tempo.
Ficamos a noite toda namorando. Otávio pegou um vinho e eu tomei quase tudo sozinha, era muito gostoso.
Deitada no peito nú de Otávio, fico refletindo sobre as decisões que preciso tomar.
- No que está pensando? - Otávio pegunta.
- Em tudo. Eu tomei uma decisão muito importante e amanhã mesmo vou por em prática.
- O que você vai fazer?
- Vou ter uma conversa definitiva com meu pai, se ele não me aceitar como eu sou, eu vou embora.
- Você sabe que pode vim morar aqui né.
- Eu sei, eu te procuro se eu precisar.
ESTÁ A LER
Coração Bandido
RomanceMe chamo Dalila, tenho dezenove anos, curso direito obrigada pelo meu pai, minha paixão sempre foi fotografia. Ele é um pastor muito severo e como boa filha que sou, sigo seus passos sem reclamar, inclusive namoro com Gabriel - filho do sócio do meu...