Capítulo 16

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- Pai, mantenha calma e vamos conversar - digo.

- Não tem conversa, você está de castigo e sem celular.

Grande coisa. Meu celular só servia pra ligação mesmo. Entrego meu celular pra ele.

- Por que não é assim sempre? - ele pergunta.

- Pai, eu não vou mais tolerar essas atitudes comigo, eu sou maior de idade e o senhor não pode mandar em mim dessa forma, o mundo mudou, não é mais como antigamente, em que século você vive?

- Dalila, não me irrite, você vai fazer tudo o que eu mandar.

- Gente vamos parar com isso, daqui a pouco os vizinhos estão escutando - minha mãe surge.

- Sua filha que não me obedece, a culpa é dela.

- Eu não vou obedecer ninguém, inclusive terminei meu noivado com Gabriel.

- Você o que? Agora eu acabo com você garota - em um ato rápido ele me da um forte tapa na cara.

- Eu não vou mais tolerar isso de você - grito e lhe devolvo o tapa.

Eu sei que não deveria ter devolvido o tapa nele, mas foi em um impulso, eu estava cega de raiva.

- Sua petulante. Não quer mais se casar por causa daquele marginal que você vive andando?

- Você disse que não ia contar pra ele - digo a minha mãe.

- Eu não contei - ela diz.

- Então você sabia, depois eu me resolvo com você, primeiro vai ser essa garota.

- Você não vai encostar um dedo em mim - grito.

- Você vai ficar trancada nesse quarto - ele puxa meu braço e me joga no canto do quarto, fazendo com que eu bata a cabeça na parede.

- Não vou mesmo - digo e rapidamente pulo a janela e saio correndo.

Corro pelas ruas sem celular, sem dinheiro, sem nada, mas estou bem aliviada e leve.

Chamo um táxi e vou atrás de Otávio. Não demora muito e chegamos.

- O senhor pode esperar um pouco aqui? Eu vou pegar o seu dinheiro - digo.

- Depois você me dá, eu sei onde você mora - ele diz e percebo que esta assustado.

- Eu não vou demorar ta - desso do carro e logo vejo Samanta de longe.

Sei que não somos amigas, mas depois eu pago ela.

- Samanta - chamo.

- Oi gata, o que faz aqui? Já sei, veio atrás do De Menor - ela diz mascando chiclete.

- Isso mesmo, mas preciso pagar o taxista e não tenho dinheiro, você pode pagar pra mim? Depois eu te devolvo.

- Ta bom, eu resolvo isso pra você. O De Menor ta no salão no fim da rua, vai lá que eu chego atrás de você.

Ela vai em direção ao taxista e eu vou na direção que ela me indicou, percebo que tem várias garotas semi nuas na portaria, inclusive Lívia, o que ela faz ali?

- Dalila? - ela pergunta parecendo assustada.

- Oi, eu preciso falar com Otávio - digo e passo na frente das meninas que ficaram reclamando.

Fico de frente com o segurança e peço pra ele chamar Otávio, mas o mesmo se nega.

- O De Menor não quer ver ninguém, todas nós já tentou falar com ele - uma garota diz.

- Por favor, chame ele, diga que é a Dalila - imploro para o segurança.

- Ele não quer ser incomodado - o segurança diz sério.

- Mas fala que sou eu.

- Por que você acha que ele vai querer falar com você? - a garota me pergunta.

- O que você veio fazer aqui Dalila? - Lívia pergunta.

- Eu preciso falar com ele - digo.

- Eu vou chamar ele pela última vez, depois vocês sumam daqui - o segurança diz sério.

- Ele não vai vim, já foram chamar ele várias vezes - Lívia diz.

- É só uma tentativa.

- Você acha mesmo que ele vai trocar a gente por você? - a garota diz.

- Vai embora Dalila, é melhor - Lívia me aconselha.

- Só vou se ele não não quiser me ver.

Ficamos ali na frente aguardando, logo o segurança aparece sozinho.

- Eu disse que ele não ia vim - Lívia diz.

- Acho melhor eu ir embora - me viro prestes a sair dali.

- Leoa - ouço a voz dele me chamar.

- Eu não acredito que até apelido ela ganhou - a garota diz brava.

- Que bom que você está aqui - digo e o abraço forte.

- Que surpresa, aconteceu alguma coisa pra você vim aqui? - ele pergunta.

- Sim, eu preciso muito de você.

Ele gruda sua boca na minha e nos beijamos, ali mesmo, na frente de todos.

- Agora estou aqui, vamos lá pra minha casa - ele diz.

- Você nunca leva ninguém pra sua casa - a mesma garota diz brava.

- Mas ela merece ir lá - ele responde pra ela - Estou louco pra dormir com você de novo - ele me da mais um beijo, pega em minha mão e saímos dali.

Um sentimento que nunca senti por ninguém estava surgindo em mim, era algo novo, mas acho que é paixão.

Assim que chegamos em sua casa, seguimos direto para seu quarto.

Me jogo na cama e Otávio se deita por cima de mim.

- Pode ficar aqui o quanto quiser, eu vou gostar muito - ele diz e me beija.

Depois do beijo, digo:

- Bem que eu gostaria, mas eu tenho que voltar pra casa.

- Me conte o que aconteceu. Imagino que pra você ter vindo até aqui é porque aconteceu alguma coisa muito séria.

- Você está certo.

Conto sobre o que houve em casa e que meu pai já sabia sobre ele.

- Agora da pra gente ficar junto e sem se esconder - ele diz.

- Não brinca comigo desse jeito, eu gosto de você Otávio.

- Eu também gosto de você e não estou brincando.

- Sério mesmo?

- Muito sério, pode acreditar em mim.

- Eu terminei meu noivado, agora estou solteira.

- Se depender de mim, não ficará solteira por muito tempo.

Ficamos a noite toda namorando. Otávio pegou um vinho e eu tomei quase tudo sozinha, era muito gostoso.

Deitada no peito nú de Otávio, fico refletindo sobre as decisões que preciso tomar.

- No que está pensando? - Otávio pegunta.

- Em tudo. Eu tomei uma decisão muito importante e amanhã mesmo vou por em prática.

- O que você vai fazer?

- Vou ter uma conversa definitiva com meu pai, se ele não me aceitar como eu sou, eu vou embora.

- Você sabe que pode vim morar aqui né.

- Eu sei, eu te procuro se eu precisar.

Coração BandidoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora