Capítulo 5

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No caminho para a faculdade vou pensando em tudo que ouvi meu pai falar. Ele não era assim, sempre foi rigoroso, mas era uma boa pessoa.

Desde que ele se associou aos pais de Gabriel, ele vem mudando. E depois que surgiram esses investidores na igreja ele ficou mais mudado, está estranho, nem parece aquele pastor de um tempo atrás.

A maneira como ele está tratando minha mãe, é crime, ele não pode forçar ela fazer algo que ela não quer, já não basta ele obrigar os filhos a se casarem com quem ele quer.

Chego em minha sala, mas não tem ninguém, fico sentada esperando alguém chegar, até que Lívia entra.

- Amiga, não vai ter aula hoje - ela diz.

- Por que não? - pergunto.

- O professor teve um problema familiar e não pode vim, então hoje estamos sem aula.

Vou até a sala de Gabriel pra avisar ele, mas hoje ele não veio para a aula. Acho que está junto com meu pai.

- O Gabriel não veio hoje, então acho que da pra gente ir naquele barzinho aqui perto - Lívia sugere.

- Ou dá pra gente ir pra sua casa.

- O que você quer fazer lá?

- Quero conhecer onde você mora - digo.

- Você já foi lá várias vezes escondida do seu pai.

- Eu sei, mas eu nunca fui de noite lá.

- De noite é perigoso.

- Eu quero ir, me leva - peço.

- Ta bom, mas não vamos demorar lá.

Seguimos para a garagem, entramos no carro de Lívia e saímos rumo a sua casa.

- Ah, esqueci de contar, mas meu pai deixou eu dormir na sua casa um dia - digo.

- Sério? Que milagre foi esse?

- Também não sei, mas ele disse que tem que ser na semana.

- Sem problemas, podemos marcar um dia.

- Você notou que meu pai está diferente? - pergunto.

Precisava desabafar o que estava sentindo.

- Sim, eu percebi, ele sempre foi durão, mas agora está muito diferente.

- Eu tenho me decepcionado a cada dia mais com ele.

- Talvez é só uma fase amiga.

- Tomara.

Continuamos seguindo para a casa de Lívia.

Assim que chegamos em frente da comunidade tinha bastante movimento.

Estava tudo iluminado, música tocando e as pessoas dançando.

Observo as pessoas e percebo o quão felizes elas são, estão se divertindo alegremente e eu gostaria de estar no lugar delas.

- Vamos lá pra casa - Lívia me chama.

- Quero ficar aqui, com eles - digo ainda admirando as pessoas.

- Dalila, você não bebe, não fuma e nem sabe dançar, vai ficar fazendo o que aqui?

- Eu posso aprender a dançar - digo.

- Melhor ir pra casa, nem fomos convidadas.

- Eles estão na rua, não precisamos de convite.

- Acredite, precisa sim, e estão todos saindo daquele bar.

Coração BandidoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora