Capítulo 23

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Deixamos as sacolas no sofá e seguimos para o quarto.

- Acho que você está merecendo uma lua de mel né - ele diz e tira sua camiseta.

- É, você está me devendo isso, pode começar agora a pagar sua dívida - digo e me deito na cama.

Ah! Como era bom me sentir livre e amada. Eu estava com saudade desse homem, desse beijo, desse corpo e dessa pegada. Otávio apesar de ser o que era, ele era carinhoso comigo e se preocupava em saber se estava me machucando e se eu estava gostando. Diferente de Gabriel, que me obrigava a transar com ele e sempre me machucava.

Se colocassem Gabriel e Otávio para um desconhecido falar sobre a primeira impressão que teria sobre eles, Otávio seria taxado como o mal, o perigoso, o ruim, enquanto Gabriel seria o príncipe, o bom, o cuidadoso, mas a realidade era bem diferente, era totalmente o oposto.

- Está Feliz? - ele pergunta.

- Sim, é clichê dizer que sou a mulher mais feliz do mundo, mas é como me sinto.

- E eu vou fazer você se sentir assim todos dos dias - ele me beija.

Ficamos um pouco mais na cama namorando.

- Vamos nos arrumar? - ele pergunta.

- Onde vamos?

- Em um baile funk que foi organizado especialmente pra você.

- Pra mim? Por quê?

- Porque agora você é a minha mulher e todos precisa saber disso pra te respeitarem e te obedecerem.

- As pessoas não precisam me obedecer, eu não mando nelas.

- Agora manda.

- E o que eu devo usar?

- Eu tenho a roupa perfeita pra você.

Otávio vai até a sala e logo volta com uma sacola. Dentro tinha uma mini saia preta e um croped vermelho.

- As pessoas vão me olhar bastante, principalmente os homens - digo.

- Podem olhar a vontade, quem pega sou eu mesmo - ele me puxa e me beija - Você vai ficar maravilhosa vestida assim, você tem um corpo lindo.

- Obrigada, então vamos nos arrumar?

- Vai tomar banho, eu vou sair pra resolver umas coisas e já volto.

Ele sai e eu vou para o banheiro. Tomo meu banho e coloco a roupa. Me senti diferente, mas não me incomodava, gostei de me ver daquela forma. Realmente aquela roupa valorizou o corpo que a tanto tempo ficou escondido.

- Uau, eu sabia que escolhi a mulher certa - Otávio diz e analisa cada centímetro do meu corpo.

- Gostou?

- Se eu gostei? Olha só pra issso - ele aponta para sua região íntima e posso ver claramente o volume.

- Se quiser eu posso acalmar ele - digo com malícia.

- Eu até quero, mas é melhor deixar pra mais tarde, hoje eu quero fazer muitas coisas com você.

- Ta bom, eu já estou pronta, como não tenho maquiagem aqui, vou ter que ir sem.

- Você não precisa dessas coisas, já é linda ao natural, mas eu sei que mulher gosta de se maquiar e eu te trouxe algumas coisas.

Otávio trás uma mala que se parecia muito com a que eu tinha. Abro a mala e era minhas coisas mesmo que estava dentro, tinha alguns calçados, roupas e minhas maquiagem.

- Você foi buscar agora?

- Não, eu pedi pra uns caras ir buscar algumas coisas suas.

- E meu pai entregou numa boa?

- Com uma arma apontada na cabeça dele, sim.

- Ele deve estar com mais raiva de mim.

- Não deveria se importar.

- E eu não me importo.

- Então ta, vou tomar banho - ele me da um selinho e vai pro banheiro.

Pego minhas maquiagem e começo a me maquiar. Preferi não fazer uma maquiagem tão forte, só marquei bem o olho com tons de marrom e dourado.

Coloco uma sandália preta e fico aguardando Otávio.

Ele sai do banheiro pronto.

- Vamos? - chamo.

- Calma, tenho que pegar uns acessórios.

Ele sai do quarto e eu vou atrás dele, ele entra em outro quarto e eu entro atrás.

- Uau, quanta coisa - digo ao ver vários tipos de armas penduradas na parede.

- Tenho que estar sempre prevenido né - ele pega duas armas pequenas.

- Pra que vai levar isso?

- Porque eu posso precisar. Dalila, agora que vai morar aqui você tem que saber que a todo tempo você tem que se proteger.

- Vai me ensinar a atirar?

- Não tinha pensado nisso, você quer?

- Eu quero.

- É sério? - ele sorri como se não estivesse acreditando.

- Sim, estou falando sério, eu quero aprender a atirar.

- Então amanhã mesmo vou ensinar você.

Ele me da um beijo e me puxa pra fora do quarto.

Eu fiquei impressionada com a quantidade de armas que tinha ali, tinha desde pequenas a enormes. E eu me senti tentada a pegar uma e usar.

Chegamos no baile funk e no caminho todo pude notar os olhares das pessoas em mim. As mulheres me olhavam com raiva, imagino que estavam com inveja por eu estar com Otávio, já os homens me olhavam com desejo, tinha malícia em seu olhar, mas era só Otávio encarar eles que eles desviavam o olhar.

- Eu te disse que eles iam olhar - digo.

- Olhar pode, o que não pode é cobiçar minha mulher.

Subimos em um camarote e do alto tínhamos vista de toda a comunidade.

Otávio pega o microfone e começa a falar algumas coisas sobre mim.

- E que comece o show - ele diz por fim.

Nesse momento as pessoas que estavam no chão se afastam. Dois homens acende um fósforo e joga no chão, logo o fogo começa a se alastrar e pude ver o que estava escrito:

" EU TE AMO DALILA"

- Eu também amo você - abraço e beijo ele.

Coração BandidoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora