Capítulo 24

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Aproveito bastante a festa, até aprendi alguns passos de funk.

Otávio ficou o tempo todo ao meu lado, dançando comigo e bebendo. Otávio não deixou eu beber, ele disse que não estou acostumada e pediu pra eu evitar.

Eu estava me sentindo muito feliz e realizada. Ter me livrado do meu pai me fez bem, eu me sentia livre e de uma forma que jamais senti.

Dois rapazes se aproximam e falam com Otávio baixinho.

- Vou ter que sair um pouco, mas daqui a pouco volto - Otávio diz.

- Onde você vai?

- Resolver umas parada, fique aqui, eu não vou demorar.

- Tá bom - ele me dá um beijo e sai.

Do alto do camarote vejo Otávio passando pelas pessoas que curtiam a festa na pista. As garotas começam a se assanhar pra ele e isso me deixou irritada. O pior foi ver ele parado rindo e conversando com uma garota que estava semi nua. Penso em descer até onde ele estava, mas prefiro ficar ali mesmo, observando ele.

Ele continua conversando por um bom tempo com a garota e as outras que estavam em volta ficam alisando ele.

Fico possessa de raiva e vou até o bar pegar algo pra tomar, Otávio pediu pra eu não beber, mas eu vou beber sim, estava com muita raiva do que acabei de ver.

- Eu quero a bebida mais forte que você tiver - peço.

- O De Menor mandou não dar bebida pra você - o rapaz diz.

- Mas eu quero - digo.

- Foi mal, mas ele mandou e eu não vou desobedecer.

- E por acaso ele é seu pai? Me dê logo a bebida.

- Não, a ordem foi essa, se quiser tenho suco, refrigerante e água.

- Eu não quero nada disso - digo e já estava nervosa.

- O que está acontecendo aqui? - Grilo pergunta ao se aproximar.

- Esse garoto não quer me dar bebida com álcool.

- Foram ordens do De Menor, só estou cumprindo.

- Está vendo ele por aqui? - Grilo pergunta.

- Não, mas se ele souber vai sobrar pra mim.

- Eu me responsabilizo, pode dar o que ela quiser e quantas vezes ela quiser.

- Eu não quero problemas com o De Menor.

- Já disse que me responsabilizo, dê logo o que ela quer ou... - Grilo deixa a frase no ar.

O rapaz não fala mais nada, apenas me serve um drink.

- Obrigada - agradeço.

Volto para onde estava e Grilo vem atrás de mim.

Olho para onde Otávio estava e não o vejo mais ali e nem a tal garota. Evito pensar bobagem, mas era difícil.

- Está bom seu drink? - Grilo pergunta.

- Está, só acho um pouco forte, mas está gostoso.

Ele me olha de cima a baixo como se eu fosse um pedaço de carne e ele estivesse faminto.

- Você está...

- Diferente né - interrompo ele

- Também, mas eu queria dizer que está muito sexy.

Abro um riso sem graça.

- Quando você me conheceu, eu era uma garota que usava o que meu pai deixava, era retraída, agora eu uso o que quero, sou uma nova Dalila.

- Estou percebendo, será que eu vou ter a chance de conhecer essa Dalila nova?

- Claro, por que não?

- Acho que você não entendeu...

- Como assim?

- Deixa pra lá, na hora certa você vai saber. Quer mais desse drink?

- Claro - digo e ele sai pra buscar.

Tomo vários drinks e Grilo fica o tempo do meu lado, às vezes ele se aproximava muito e eu me afastava.

Otávio ainda não tinha voltado e estava demorando. O dia já estava amanhecendo e eu já não estava me sentindo muito bem.

- Eu já vou embora tá - digo e tudo começa a girar.

Grilo segura firme na minha cintura e me encara.

- Eu vou te levar, você não está bem.

Ele passa o braço pela minha cintura e me guia, eu já não via quase nada na minha frente.

Saímos da festa e caminhamos mais um pouco até uma casa que eu desconhecia.

- Quem mora aqui? - pergunto.

- Eu. Preferi te trazer aqui porque é mais perto.

- Eu acho que vou... - não termino de falar e acabo vomitando do tênis dele.

Despejo tudo o que estava me fazendo mal, mas logo me sinto melhor e a tontura passa.

- Desculpa, eu vou lavar pra você.

- Suave. Vamos entrar, assim você descansa e melhor - ele diz.

Ele abre a porta e quando estou prestes a entrar ouço Otávio gritar meu nome. Olho pra trás e ele caminha furioso na nossa direção, ele estava com uma arma na mão.

- Seu infeliz, o que está fazendo com a minha mulher - Otávio dá um soco em Grilo e aponta a arma pra ele.

- Eu estava ajudando ela, ela bebeu e não se sentiu bem.

- Bebida que você deu pra ela, já tô sabendo. Você não disse que ia se responsabilizar?

- Foi mal De Menor, não sabia que ela ia passar mal.

- Sabia sim, você fez isso pra se aproveitar dela, mas a sua hora chegou.

Tudo volta girar novamente. Me encosto na parede e tento me recuperar, mas foi em vão.

- Otávio... - isso é tudo que consigo falar antes que tudo se apagasse.

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Bom dia leitores!

Passando pra esclarecer algumas coisas.

Nesses últimos dias, recebi algumas mensagens de leitores me cobrando por novos capítulos. Eu quero sinceramente pedir desculpas a vocês, é uma falha minha e vocês estão certos, sei que é desmotivante começar a ler uma obra e o autor sumir e não dar nenhuma satisfação, sem contar que perde um pouco o rumo da história, mas quero deixar claro que EU NÃO VOU ABANDONAR O LIVRO. Talvez eu demore mesmo pra publicar, mas todas minhas obras serão concluídas. Só peço que entendam o meu lado também, sou humana como vocês, trabalho, estudo e agora estou no final da minha gestação, por isso não consegui acompanhar aqui, mas estou fazendo o possível pra no meu tempo livre ( que é raro) eu consiga escrever. Espero que entenda e eu farei o possível pra me dedicar mais. Só não desistam do livro 🙏🙏

Tenham todos um ótimo dia e até breve!

Coração BandidoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora