Capítulo 8

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Me debato contra aquele sujeito, mas ele é mais forte que eu e continua me segurando e forçando um beijo.

- Me solta por favor - suplico.

- Só depois que eu foder com você - ele diz e beija meu pescoço.

- Me larga - choro.

Meu Deus, por favor me dê uma luz, não me deixe só, não permita que esse homem me faça mal.

Continuo empurrando ele, até que consigo chutar sua parte íntima, ele se afasta se abaixando, tento correr, mas ele segura em minha perna me fazendo cair, tenho chutar ele mais ele se joga em cima de mim e gruda suas mãos em meu pescoço me deixando imóvel, tento gritar, mas ele abafa meu grito grudando sua boca na minha, ele passa a mão por baixo do meu vestido e agarra minha calcinha, me desespero e continuo chorando descontroladamente.

- Ei, solta ela - ouço uma voz familiar dizer.

O homem sai de cima de mim e se levanta.

- Foi mal cara, não pensei que a mina era sua - ele se desculpa.

Me levanto e vejo que quem me salvou foi Otávio.

- Cuidado cara, isso que você ia fazer pode acabar em morte - Otávio ameaça.

- Eu não ia forçar nada com ela - ele mente.

- Ia sim - digo me intrometendo.

- Vaza daqui, antes que eu chame os cara pra te dar um jeito - Otávio o ameaça novamente.

O homem não diz nada, apenas sai com a cabeça baixa. Nem parecia o mesmo que estava tentando me estuprar. Graças a Deus Otávio chegou a tempo de me salvar.

- Obrigada - corro e lhe dou um abraço apertado.

- Eu faria isso por qualquer uma que estivesse na mesma situação que você.

- Mesmo assim, eu nem sei como te agradecer - digo e me afasto um pouco olhando ele com ternura.

- Eu sei - ele diz me olhando de cima abaixo.

- Você não está querendo dizer que...

- Quero passar uma noite com você - ele me interrompe.

- Você vai fazer comigo o mesmo que aquele homem queria? - pergunto.

- Claro que não, ele ia forçar você, já eu, vou fazer você querer.

- Mas eu não quero.

- Você nem tentou pra dizer isso.

- Eu nem preciso, eu não quero.

- Você vai querer - ele diz e levanta a blusa me mostrando uma pistola em sua cintura.

Olho pra ele horrorizada.

- De que adiantou você me salvar? Você vai me obrigar a ficar com você do mesmo jeito.

- Eu ja disse que é você quem vai querer.

- Eu não vou fazer nada com você.

- Vai sim, se você não fizer sua família vai sofrer as consequências - ele ameaça.

- Você nem sabe onde eu moro.

- Basta uma ligação e eu descubro tudo, mas sei que sua melhor amiga mora aqui, que você se chama Dalila e cursa direito mesmo contra sua vontade.

Fico espantada em ver que ele realmente sabia sobre mim.

- Ah, estava me esquecendo, você também tem um namorado - ele diz.

- Por favor me deixe ir - peço.

- Eu não estou te segurando.

- Está me ameaçando.

- Estou apenas te convidando para uma noite comigo.

- Eu não posso, me deixe em paz.

- Não precisa ser hoje, eu vou te levar até a sua casa.

- Eu vou sozinha - digo.

- Eu já disse que te levo, não precisa ter medo de mim, eu não vou te fazer mal.

- Tudo bem, vamos.

Saímos dali e caminhamos por um tempo em silêncio, chegamos em um estacionamento e ele me entrega um capacete.

- Vamos de moto? - pergunto espantada.

- Sim, tem medo? - ele brinca.

- Eu nunca andei de moto e estou de vestido.

- Não tem problema, é só você me agarrar e prender o vestido por baixo da perna.

- Só não corre muito - peço.

- Vou tentar, sobe ai.

Subo na moto, prendo meu vestido por baixo da perna, digo meu endereço e ele sai, ele vai de boa por um tempo e depois acelera feito um louco, ele passa entre os carros e eu sinto meu coração bater freneticamente. Ele para na rua atrás da minha casa e eu desso apavorada.

- Gostou? - ele ri.

- Não, eu pensei que ia morrer - digo ofegante, parecia que eu vim o caminho todo correndo.

- Calma gata, com o tempo você se acostuma.

- Eu já vou ir, preciso entrar antes do meu pai.

- Fugiu de casa?

- Sim, meu pai é muito rígido e não pode saber que eu sai, muito menos me ver assim.

- Você está bem gata assim.

- Obrigada, agora preciso ir.

- Quando vai me conceder uma noite - ele diz bem próximo de mim.

- Eu não posso sair de noite.

- Pode ser de dia, mas que seja logo.

- Você quer mesmo isso? - pergunto torcendo para que ele mude de ideia.

- Quero e muito.

- E se eu não te procurar?

- Sua família ou sua amiga vai sofrer as consequências - ele fica ainda próximo de mim.

- Eu vou ir te procurar.

- Não demore, não me faça ter que vim atrás de você.

- Eu vou ir, pode ficar tranquilo, agora tenho que entrar.

- Eu vou com você, vou te ajudar.

Pulamos o muro da casa do meu vizinho que morava atrás da minha casa, depois pulamos o muro para o meu quintal, caminhamos em silêncio até a janela do meu quarto, eu entro e Otávio entra logo em seguida.

- Você tem que ir embora, meu pai está chegando - digo.

- Calma, só queria garantir que você estaria entregue.

- Obrigada, agora vai.

Ele se vira para sair, mas de repente corre em minha direção me jogando em minha cama e me beija, sua língua vem de encontro com a minha e eu me entrego aquele beijo maravilhoso.

Ele sai de cima de mim e diz:

- Me procure por De Menor.

Ele sai e eu fico boba com aquele beijo, apesar dele ameaçar as pessoas que amo, eu gostei de beijar ele.

Me troco e retiro a maquiagem correndo. Escondo a minha roupa e destranco a porta, me deito e ouço meu pai chegar.

Ele vem até meu quarto e percebo que ele estava me observando, depois de um tempo ele sai e eu me sinto aliviada.

Preciso arrumar um jeito pra encontrar com Otávio, eu não queria, mas se eu não for ele pode fazer algo com alguém que eu amo e eu não quero que ele machuque ninguém.

Coração BandidoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora