Depois de limpar a casa, já que em casa não tinha televisão, ligo o rádio e me deito no sofá ouvindo os hinos que tocavam.
Meu pai saiu pra resolver uns assuntos de sua empresa junto com meu sogro, eles eram sócios nos negócios, na igreja e na vida. Minha mãe foi ao mercado fazer as compras do mês e meu irmão está no colégio.
O telefone toca e eu me levanto para atender.
- Alô - digo assim que atendo.
- Olá, gostaria de falar com a Dalila - uma voz feminina diz.
- Oi, pode falar, sou eu mesma.
- Oi Dalila, aqui é Raissa do RH da loja Estilando, você foi selecionada para uma entrevista amanhã, você tem interesse?
- Claro, que horas? - pergunto empolgada.
- Ás dez da manhã.
- Claro, eu vou ir sim.
- Então ta bom Dalila, até amanhã.
- Obrigada, tchau - digo e finalizo a ligação.
Estava tão empolgada, finalmente consegui uma entrevista, essa seria minha primeira entrevista e eu vou dar o meu melhor pra conseguir esse emprego. Quero me tornar independente ou pelo menos um pouco.
Prefiro não comentar nada com meus pais sobre essa entrevista, é melhor deixar pra ver o que vai acontecer.
Já que amanhã eu vou ir fazer essa entrevista, vou aproveitar pra procurar por Otávio, preciso resolver essa situação o quanto antes, não vou esperar que aconteça algo mais sério, percebi que ele não estava brincando. Apesar de estar completamente com medo dele, sinto vontade de sentir novamente o gosto daquele beijo. É extremamente confuso o que sinto, mas é algo bom.
Passo a tarde toda entediada, não tinha nada pra fazer, nem mesmo trabalhos da faculdade.
Começo a me arrumar para ir pra faculdade. Meu pai ainda estava bem sério comigo, ele ainda não esqueceu que eu fuji pra ir na festa da Lívia.
Me despeço deles e vou caminhando para a faculdade, não era tão longe.
Faltavam duas quadras pra chegar até a universidade, quando sinto uma mão quente segurando meu braço me fazendo ficar paralisada.
- Você ainda não aprendeu que não deve andar sozinha por ai? - Otávio diz ficando em minha frente.
- Eu sempre venho a pé, esse horário é tranquilo, nem está tão escuro assim.
- Mesmo assim, você deve tomar cuidado.
- Como se você se importasse né, você mesmo quer me fazer mal.
- Você que vai implorar pra que eu te use.
- Se depender de mim, não vou - digo ríspida.
- Veremos - ele se aproxima pra me beijar.
Estou hipnotizada com seu olhar, quando estamos prestes a se beijar, recuo.
- Eu vou te procurar amanhã - digo dando alguns passos para trás.
- Bem rápida, do jeito que gosto.
- Só quero resolver isso logo pra você me deixar em paz - continuo ríspida.
- Te vejo amanhã então.
Em um ato rápido, ele me agarra pela cintura e gruda seus lábios nos meus, tento recuar, mas minha vontade por ele era mais forte que eu e acabo me entregando aquele beijo irresistível.
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Coração Bandido
RomanceMe chamo Dalila, tenho dezenove anos, curso direito obrigada pelo meu pai, minha paixão sempre foi fotografia. Ele é um pastor muito severo e como boa filha que sou, sigo seus passos sem reclamar, inclusive namoro com Gabriel - filho do sócio do meu...