Capítulo 10

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Depois de limpar a casa, já que em casa não tinha televisão, ligo o rádio e me deito no sofá ouvindo os hinos que tocavam.

Meu pai saiu pra resolver uns assuntos de sua empresa junto com meu sogro, eles eram sócios nos negócios, na igreja e na vida. Minha mãe foi ao mercado fazer as compras do mês e meu irmão está no colégio.

O telefone toca e eu me levanto para atender.

- Alô - digo assim que atendo.

- Olá, gostaria de falar com a Dalila - uma voz feminina diz.

- Oi, pode falar, sou eu mesma.

- Oi Dalila, aqui é Raissa do RH da loja Estilando, você foi selecionada para uma entrevista amanhã, você tem interesse?

- Claro, que horas? - pergunto empolgada.

- Ás dez da manhã.

- Claro, eu vou ir sim.

- Então ta bom Dalila, até amanhã.

- Obrigada, tchau - digo e finalizo a ligação.

Estava tão empolgada, finalmente consegui uma entrevista, essa seria minha primeira entrevista e eu vou dar o meu melhor pra conseguir esse emprego. Quero me tornar independente ou pelo menos um pouco.

Prefiro não comentar nada com meus pais sobre essa entrevista, é melhor deixar pra ver o que vai acontecer.

Já que amanhã eu vou ir fazer essa entrevista, vou aproveitar pra procurar por Otávio, preciso resolver essa situação o quanto antes, não vou esperar que aconteça algo mais sério, percebi que ele não estava brincando. Apesar de estar completamente com medo dele, sinto vontade de sentir novamente o gosto daquele beijo. É extremamente confuso o que sinto, mas é algo bom.

Passo a tarde toda entediada,  não tinha nada pra fazer, nem mesmo trabalhos da faculdade.

Começo a me arrumar para ir pra faculdade. Meu pai ainda estava bem sério comigo, ele ainda não esqueceu que eu fuji pra ir na festa da Lívia.

Me despeço deles e vou caminhando para a faculdade, não era tão longe.

Faltavam duas quadras pra chegar até a universidade, quando sinto uma mão quente segurando meu braço me fazendo ficar paralisada.

- Você ainda não aprendeu que não deve andar sozinha por ai? - Otávio diz ficando em minha frente.

- Eu sempre venho a pé, esse horário é tranquilo, nem está tão escuro assim.

- Mesmo assim, você deve tomar cuidado.

- Como se você se importasse né, você mesmo quer me fazer mal.

- Você que vai implorar pra que eu te use.

- Se depender de mim, não vou - digo ríspida.

- Veremos - ele se aproxima pra me beijar.

Estou hipnotizada com seu olhar, quando estamos prestes a se beijar, recuo.

- Eu vou te procurar amanhã - digo dando alguns passos para trás.

- Bem rápida, do jeito que gosto.

- Só quero resolver isso logo pra você me deixar em paz - continuo ríspida.

- Te vejo amanhã então.

Em um ato rápido, ele me agarra pela cintura e gruda seus lábios nos meus, tento recuar, mas minha vontade por ele era mais forte que eu e acabo me entregando aquele beijo irresistível.

Coração BandidoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora