Pleasure Party

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- Basta me dizer quando e onde. - Eu respondi.

- O que você está planejando fazer com o Carlos? - Ele mudou o assunto.

- Algo. - Eu respondi com um sorriso travesso antes de deixá-lo para trás.

Aquela festa, estranhamente, ou não, despertava em mim instintos tão primitivos quanto à própria existência do homem. Eu queria sexo e com qualquer pessoa que fosse capaz de respirar. Era urgente, uma vontade descontrolada que implorava para ser saciada.

- Tão lindo que dói - Uma loira, muito branca, de sorriso largo e olhos cinza disse.

- Russa... - Eu sorri.

- Coração frio e sexo quente - Ela sorriu de volta.

Com aquela frase não me interessava nem mesmo o nome dela. Beijei-a com fome e tive que me controlar para não despi-la ali mesmo. Quando terminei o beijo peguei em sua mão e a arrastei para o banheiro.

Horas mais tarde, alcoolizado demais, drogado demais e tendo transado com quatro garotas e dois caras diferentes, sendo um deles o Klaus, eu ainda me sentia insaciado.

- Como vai a sua noite? - Alice perguntou sensual.

- Interessantes... - Eu dei de ombros - Mas você pode tornar as coisas muito melhores...

- Não vou transar com você, Theo. - Ela logo disse. - O Klaus e o Mateus são os únicos interessados em entrar na toca do lobo.

- Por mais que eu adore a ideia... - Eu respondi - Não é disso que se trata.

- E do que se trata? - Ela perguntou desconfiada.

- Você confia em mim? - Eu perguntei.

- Claro que não! - Ela deu de ombros - Eu te conheço, lembra?

- Suba as escadas. - Eu disse sem me importar com a resposta dela - Sexta porta a direita.

- Por quê? - Ele exigiu saber.

- Só vai e espera! - Eu gritei - Estou te enviando um presente.

- Não faça com que eu me arrependa disso! - Ela avisou - Eu não vou te perdoar.

- Vai fundo naquilo que eu nunca pude ter. - Eu sorri me afastando.

Andei por mais cinco minutos até, finalmente, encontrar Carlos que estava em um canto sozinho e com "cara de bunda".

- Subindo as escadas. - Eu disse em seu ouvido - Sexto quarto à direita.

- O que tem lá? - Ele perguntou irritado, mas eu notei que um pouco intrigado.

- Digamos que sua recompensa... - Eu respondi - Eu fiz o que podia, agora é com você!

- Alice? - Ele perguntou sem se importar em esconder o óbvio.

- Vai lá e descobre! - Eu gritei antes de correr, literalmente, em direção à multidão que dançava.

Uma das coisas que eu sempre gostei na música eletrônica era o seu poder de tornar as pessoas livres e selvagens. Dançar seguindo o ritmo da música, seminu e sem me importar com os movimentos, apenas me deixando levar era como estar acima do real. Talvez fosse a música alta, talvez fosse o ecstasy e o álcool, de qualquer forma, era como não existir.

- Theo, problemas... - Andrew disse muito sério, cerca de dez minutos depois.

- O que houve? - Eu perguntei, quase que automaticamente restaurando meus reflexos.

Filhos da Tormenta - Aquele Verão [Livro 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora