O Primeiro Ritual

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10 de Janeiro de 2012, Terça-Feira.

A dor era constante. A tempestade estava dentro de mim, tão incontrolável quanto antes. Era quase ridículo lutar contra tamanha força, quando meus poderes claramente não eram o suficiente.

- Acorda! - Eu ouvi um grito ecoar em minha mente.

- Klaus? - Eu me perguntei.

- Você precisa restringir o feitiço a alguma parte do corpo dele! - Eu ouvi alguém instruir - Enquanto a mente dele estiver lidando com toda essa magia ele não vai acordar.

- Mãos? - O ouvi questionar.

- Faça! - Alice gritou ao fundo.

Aos poucos senti a dor diminuir. Se antes ela percorria todo o meu corpo, ela agora parecia caminhar em direção as minhas mãos, passando por cada parte do meu corpo e indo lentamente até o seu destino. Quando eu finalmente fui capaz de abrir os olhos, estava no meu quarto, cercado pela cara de preocupação de todos os meus amigos.

- Ele acordou! - Alice gritou me abraçando.

- Me solta. - Eu pedi em uma voz contida e ao mesmo tempo irritada.

- Você precisa ficar deitado. - Klaus disse em sua falsa calma quando tentei me sentar.

- Eu decido o que eu preciso ou não. - Eu respondi - Peter?

- Senhor? - Ele respondeu.

- A festa? - Eu perguntei ainda ofegante com a dor em minhas mãos que agora beirava ao insuportável.

- Saiu como exatamente como o planejado. - Ele respondeu - Os convidados nem se que notaram a ausência de vocês, ou a tempestade.

- Ótimo. - Eu respondi - Certifique-se de que as coisas permaneçam assim.

- Sim, senhor. - Ele respondeu com uma profunda reverencia. - Com sua licença.

- Polidoro. - Eu o chamei. - Você sabia como me acordar, o que significa que você sabe o que é isso.

- É exatamente o que você está pensando que é. - Ele respondeu com um sorriso cínico.

- Magia negra. - Eu disse em voz alta.

- Eu pensei que essa coisa de luz e trevas... - Mateus começou a dizer.

- Magia negra é diferente de magia das trevas. - Eu o cortei. - Ela é definida pela energia usada e não pelo que ela faz.

- Como bruxos, estamos constantemente ligados à natureza - Andrew explicou - Aos espíritos dela e a qualquer coisa mágica no mundo. Já ouviu a frase: "Magia atrai magia"? E daí que sai o nosso poder.

- E magia negra? - Ele ousou perguntar.

- Usa a energia da morte. - Polidoro respondeu - Que é uma energia que não pode ser manipulada por alguém pouco habilidoso. Nós demônios tiramos a nossa força daí.

- E o pior é que esse tipo de energia não deixa rastros - Andrew continuou - Não da para saber de quem partiu o feitiço.

- Mas quem quer que seja precisou sacrificar alguém e não houve sacrifícios na ilha, houve? - Emma perguntou. - Quer dizer, nós iríamos saber, não iríamos?

- Não precisaria necessariamente de sacrifício humano. - Cass lembrou - Pode ser sacrifico animal.

- Não para um feitiço de tamanho poder. - Eu respondi.

Filhos da Tormenta - Aquele Verão [Livro 1]Where stories live. Discover now