Capítulo 7

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            05 de Janeiro de 2012, Quinta–Feira.

Eu estava sozinho na imensidão de minha cobertura. Já havia algum tempo desde que Mateus se mudara. Ainda que a solidão me agradasse, eu tinha que admitir que ter companhia me fazia falta. Era estranho ter me acostumado tão rápido a ter ele me irritando por todo lugar.

Depois de terminar de arrumar as minhas dez malas, me sentei na sala para esperar que os outros chegassem. Eu olhei ao meu redor e pensei em como meu pai tinha razão quando dizia que o lugar era incrível. A parede que dava para frente do prédio era repleta de imensas janelas e como as cortinas raramente eram fechadas, dia e noite a sala era invadida pela luz, hora a do Sol, hora a da Lua. A mobília importada toda preta branca e em tons de cinza dava um ar de requinte. As tapeçarias eram Persas, os cristais Europeus. O lustre no teto era Frances. E ainda assim, o piano antigo que ficava numa das extremidades da sala, próximo à janela era minha peça favorita.

– Chegamos! – Anunciou Cassidy e Emma, a segunda em uma alegria incomum.

– Eu não dou à mínima. – Eu respondi – Sabem dos outros?

– Eu estou aqui! – Alice respondeu passando pela porta – Desculpem o atraso, mas é complicado se deslocar com tantas malas.

– Coloca complicado nisso. – Javier disse entrando em seguida – Ainda bem que pensamos rápido!

– E onde estão as malas? – Eu perguntei ao ver que eles não estavam com nada nas mãos.

– Mandei que o motorista deixasse no heliporto. – Ela deu de ombros.

– Nós também. – Cassidy anunciou – O heliporto era o Mirante Dona Marta, certo?

– Esse mesmo. – Eu respondi dando de ombros.

– Chegamos! – Anunciou Klaus enquanto entrava com Andrew.

– Falta alguém? – Andrew perguntou.

– O Mateus e o Carlos. – Eu respondi impaciente.

– Eu estou aqui! – Carlos anunciou se materializando no meio da sala.

– Exibido. – Revirei os olhos

– Para que se teletransportar? – Alice perguntou desaprovando – Que escroto...

– Por que eu estava atrasado, só por isso! – Ele respondeu ficando instantaneamente ranzinza.

– Cheguei! – Mateus gritou enquanto carregava consigo cinco malas.

– Porque você trousse isso para cá!? – Eu perguntei para ele.

– Eu precisava levar roupas, certo? – Ele perguntou.

– Certo, mas podia ter despachado para o heliporto. – Eu respondi irritado, ainda que eu mesmo não tivesse pensado naquilo.

– Eu não pensei nisso. – Ele disse em uma espécie de pedido de desculpa.

– Carlos – Eu comecei – Já que você é o exibido, se importa de mandar isso para lá!?

– Tudo bem! – Ele deu de ombros e com um estalar de dedos as malas desaparecerem da sala.

– Estão todos aqui. Prontos? – Eu perguntei.

– Prontos! – Eles responderam juntos.

Seguimos de carro até Parque Nacional da Tijuca e de lá um a um fomos subindo nos helicópteros para seguir em direção a ilha. Eu fui no primeiro, Alice e Klaus seguiram no que estava atrás, depois deles Emma, Cassidy e Javier e no último Carlos, Mateus e Andrew.

O dia estava lindo e a viajem durava pouco mais de duas horas. Logo a helicóptero sobrevoava a imensidão do mar aberto e enquanto o Rio de Janeiro fiava para trás, nos aproximávamos cada vez mais de Herádia.

Filhos da Tormenta - Aquele Verão [Livro 1]जहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें