Capítulo 10

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06 de Janeiro de 2012, Sexta–Feira.

A estrada para a mansão era praticamente uma linha reta floresta adentro, que seguia até o norte da ilha. Estávamos divididos em três jipes, eu seguia na frente, sozinho, enquanto os outros me acompanhavam. Em tão alta velocidade o vento sobre meu rosto era cortante, embora o ar fosse úmido e quente. O sol já brilhava em todo o seu esplendor, enquanto a magia parecia saltar em cada simples toque de beleza ao nosso redor. As árvores com copas altas, em diversas formas e cores, a vegetação rasteira, tão viva e colorida, junto ao toque de vida que os pássaros, as borboletas e os outros seres que viviam na floresta traziam estava em perfeita harmonia, a não ser por um simples detalhe: O estranho que se materializou em frente ao meu carro em alta velocidade extrema.

Precisei pensar rápido, desmaterializei o carro completamente e ao mesmo tempo me teletransportei para frente, no exato local em que o carro resurgiu, em seu perfeito estado. Pisei do freio e simplesmente olhei pelo retrovisor, em busca do responsável por um quase acidente.

– Chefinho. – O estranho desdenhou – Sentiu minha falta?

– Tentando me matar? – Eu perguntei cheio de cinismo.

– Você sabe que eu nunca poderia te matar. – Ele respondeu sarcástico – Só vim dar as boas vindas, não queria te assustar.

– Claro. – Eu disse sarcástico.

17 de Outubro de 2007, Sexta–Feira.

Já era madrugada e a busca de um Pub era quase estúpida, visto que eles costumam fechar no mais tardar à meiaanoite. Chovia muito naquela noite e o frio era cortante.

Ouvindo os rumores de um novo lugar, em uma área bem afastada do centro, comecei a me esgueirar entre ruelas e becos atrás de um bom lugar para beber até cair.

Em um determinado ponto, comecei a ter a sensação de estar sendo seguido, embora a rua estivesse completamente deserta. Comecei a ficar mais vigilante, embora a chuva atrapalhasse minha capacidade auditiva e visual. Usei magia para tentar aguçar meus sentidos, porém não conseguia encontrar nada ao meu redor. Ouvi ao longe o barulho de gatos remexendo lixeiras, o que parecia um casal discutindo em algum prédio próximo onde eu estava, mas não ouvi nada ameaçador.

Sabendo que era idiotice adentrar ainda mais em ruas tão desertas, ainda mais quando minha intuição gritava para que eu saísse dali optei por voltar rapidamente a uma avenida, que no final das contas se mostrou deserta, como as outras. Eu estava prestes a me teletransportar daquele lugar quando ouvi uma risada sinistra atrás de mim.

Foquei todo o calor do meu corpo em uma das minhas mãos e produzi uma pequena bola de fogo, que lancei ao estranho em minhas costas sem nem me preocupar em quão humano ele poderia ser. Entretanto, quando virei para olhar o alvo, ele usava a bolas de fogo como um brinquedo, lançando de uma mão até a outra.

O estranho que me encarava era de uma beleza extremamente assustadora, o que quer que ele fosse – E aquela altura eu já não sabia dizer se ele era um humano – era perigoso. Ele era alto, magro, com cabelos em cachos e olhos azuis escondidos atrás de óculos de grau. Ele estava de jeans e usava apenas uma fina camisa xadrez, apesar do frio. Ele moveu a bola de fogo até o peito e a absorveu.

– O que você é!? – Eu perguntei.

– Acho que você quis dizer: "Quem é você?" – Ele disse sorrindo estendendo a mão.

– Eu quis dizer, exatamente, o que eu disse. – Eu respondi sério.

– Meu nome é Polidoro. – Ele disse – Eu venho aqui exatamente para te conhecer e sou tratado assim?

Filhos da Tormenta - Aquele Verão [Livro 1]Where stories live. Discover now