21 de Janeiro de 2012
A festa era uma grande brincadeira com o paradoxo entre inocência e sensualidade. O lugar parecia um playground em grandes proporções. Com uma mistura de "California Gurls"1 e "A Fantástica Fabrica de Chocolates"2 o salão havia se tornado uma espécie de mundo de doces, cheio de formas, cores e sabores. O chão fora coberto com grama sintética, havia por todos os lados arbustos que forneciam os mais diversos doces, desde bombons e barras inteiras de chocolate a suspiros e marshmallows. No lugar de margaridas, pirulitos coloridos, em um dos cantos da sala uma enorme cascata de chocolate, mas o item principal era uma árvore - Sim, uma árvore - de porte médio, que eu havia enfeitiçado de modo que parecesse presa ao chão, embora não houvesse raízes, seu troco era de um marrom forte e suas folhas estavam magicamente douradas. Nelas estavam as mais deliciosas maças do amor que alguém poderia experimentar, criadas por mim e inspiradas na tão infame comida das fadas.
Em contra partida a música estava alta e os bares abarrotados, enquanto pessoas com os mais perfeitos corpos desfilavam, seminuas, dentro de suas roupas intimas. As máscaras davam o toque final, o ar de mistério, enfatizando e destacando olhares cheios de desejo e malicia. Era como se demônios dançassem no paraíso.
- Você fica lindo de cueca branca. - Mateus sussurrou no meu ouvido, se aproximando por trás.
- Eu fico lindo usando qualquer coisa - Eu disse, antes de virar de uma vez só o copo ainda cheio de vodka com energético em minha mão.
- Usando absolutamente nada, também... - Ele respondeu, descendo uma das mãos pela minha espinha.
- Porque você não cala a boca, vira homem e vem pegar o que você quer? - Eu desafiei.
Ele me virou, usando mais força que o necessário e me puxou contra seu corpo. Sua boca veio sedenta de encontro a minha, enquanto explorava com suas mãos o resto do meu corpo.
- Você está ficando cada vez melhor nisso! - Eu brinquei.
- Você elogiando alguém? - Ele gargalhou - Quantas "balas" você tomou?
- Não se acostume. - Eu disse em resposta, saindo sem me importar em dar tchau.
Voltei a andar pela festa e me deparei com Alice em um dos cantos da sala. Ela estava sentada no colo de outra garota. Uma negra, com corpo espetacular, olhos verdes e longos cabelos negros. Alice usava um corpete negro e uma pequena - Lê-se, minúscula - Calcinha de renda na mesma cor. A garota usava sutiã e calcinha, não tão pequenos, porém vermelhos. O beijo delas era o que muitos chamariam de surreal e embora Alice fosse "hetero", sabia ser o tipo de garota que não possuía limites quando queria se divertir.
- Cuidado para não sujar a cueca. - Eu disse ao Carlos, que observava a cena de longe. - Pode ser vermelha, mas aparecem manchas de molhado.
- Por que você tem essa necessidade de ser um completo babaca o tempo todo? - Ele perguntou irritado.
- Porque é divertido tirar sarro de você! - Eu dei de ombros - Mas hoje estou me sentindo tão bem que prometo que até o fim da noite eu vou te compensar por toda a merda que eu despejo em você.
- Cala a boca! - Ele gritou enquanto saia pisando duro.
- Você deveria pegar mais leve com ele. - Klaus me disse enquanto se aproximava gargalhando.
- E mais pesado com você... - Eu sugeri provocativo, olhando-o dos pés a cabeça e demorando meu olhar sobre sua cueca cinza.
- Quem sabe mais tarde... - Ele piscou.
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Filhos da Tormenta - Aquele Verão [Livro 1]
FantasyUma ilha paradisíaca. Uma maratona de festas. A nata da nata ao redor do globo se reúne, durante um mês inteiro, para uma experiência que rompe com todas as barreiras, suspende todos os limites e manda a consequência se foder. Eles são lindos, promí...