Equorum pt.2

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Seu paradoxo é doce, mas doloroso

A sua presença já é uma ironia

Se eu derreter e você engolir tudo,

Finalmente, nos tornaremos um só, sexualidade

.

.

Às vezes é suave

Prove, somente assim

a fusão será mais forte

Mais e mais forte, fica cada vez mais forte

Sexualidade, sexualidade

Taemin - Sexuality

Tentei erguer a mão em direção ao seu focinho, mas ela soprou com as narinas e me assustou. Bem que ela poderia ser mais dócil, depois de tudo o que passamos juntos. Nossa, Jimin, você está falando como se não tivesse visto ela apenas uma outra vez.

— Ah... O dia vai ser longo... — Jungkook pôs a mão na testa e olhou para baixo. Ah, não quero que ele se irrite, seria ruim.

— D-Desculpa...

Tentei colocar tocar novamente no animal. Encaixei minha mão direita em seu focinho, sentindo sua forte respiração. Eu estava com medo de ter contato visual com ela e por causa disso, a égua ficou impaciente fez alguns barulhos não muito dóceis e se afastou.


— Tenta fazer o que você fez quando ela fugiu e conseguiu simpatizar. — Voltou ao bom humor e me deu tapinhas nas costas. Pelo menos ele não se irrita fácil comigo, parece que Park Jimin está ganhando mais pontos.


— V-vou tentar. — Ainda com um pouco de receio, aceitei. Era simpatizar com ela ou ficar ao lado de uma égua com ranço de você.

O meu tamanho perto da Kardia não parecia ajudar na minha intenção com ela. Segurei dos dois lados da boca dela, abaixando seu focinho e a fazendo olhar em meus olhos.


— Cuidado, Jimin. Ela não vai gostar se você- — Jungkook já ia falando, quando se calou. Sério, a expressão dele estava hilária.


Enquanto tinha meus olhos presos com seus grandes olhos, senti novamente aquela sensação que meu coração estava conectado com o seu. Definitivamente, tenho que descobrir o que é isso.

— Pronto. — Continuei com a mão nela e lancei um sorriso para o Rei. Sabe aquele sorriso bem debochado, recheado de orgulho? É esse mesmo.


— Como é que é? — Perguntou confuso. Sua resposta foi dada quando Kardia ficou batendo de leve na minha cabeça com a dela, brincando e pedindo atenção.


— Você é mesmo estranho. — Riu. Nunca vou me cansar desse sorriso de coelhinho. Claro, ele não pode ficar sabendo que eu penso isso de seu sorriso. — Vamos! Já falamos oi, eu só queria ver se ela estava aqui. — Começou a andar. — Temos que ir logo a Orens. Vamos com montar em um cavalo e levar Alladin.


Me despedi de Kardia e comecei a andar. Mas depois de andarmos alguns metros, comecei ouvir os passos pesados dela atrás de mim. Olhei para trás e ela realmente nos seguia. Fiquei em silêncio, talvez se eu a ignorasse, ela pararia. Eu não queria atrasar mais o Alfa que estava de bom humor hoje.
A cada passo que eu e Jungkook dávamos e chegávamos mais perto do estábulo, eu torcia para ela parar de me seguir e ele não a perceber.


— Ei, Jimin. — Ele já adeentrava o estábulo, quando me chamou da porta e minha única reação foi empurrar Kardia para atrás da parede. Olhou para meu jeito nervoso e franziu a testa. — O que foi? Você está bem?


— Hum? Nada. — Com certeza dava para perceber que eu estava escondendo algo. Qualquer barulho que ela fizesse, acho que ele perceberia. Droga, o que eu estou fazendo? — O que você ia falar?


— Ok... — Olhou em volta. — Então. — Pôs a mão na cintura. — Lá terá bastantes nobres, então se quiser por o capacete... — Me deu o capacete que eu não lembrava onde tinha posto. Me estiquei tentando pegar sem deixar que a Kardia saísse.


— Vou buscar o Alladin e outro cavalo para montarmos... — Entrou, deixando bem claro que estava suspeitando do meu jeito. Creio que eu vou acabar estragando tudo, Jimin levando azar para todo o canto. Depois que ele passou pelas portas de madeira, corri para empurrar a égua para longe.


— Você tem que ficar assim! — Duvidei seriamente que ela entenderia um terço do que eu falava, mas conta. O animal continuou imóvel, me olhando sem entender nada. Olhei em volta sem saber o que fazer, até que vi uma corda grossa jogada no chão.

Bela ideia, Jimin. Você mal conseguia relar no cavalo, há cinco minutos atrás, e agora quer amarrar uma corda em seu pescoço?

Mas, por incrível que pareça, ela deixou. Podemos dizer que, tremendo, consegui laçear firme a corda na égua. Eu só precisava achar algum lugar para prendê-la.
Tive que recorrer à uma árvore fina.

Nossa, ideia de gênio, hein?

— Desculpa! É só por enquanto! Fique tranquila e não saia daí! — Mesmo ela estando super calma, acho que ela não iria gostar disso. Saí correndo para exatamente onde eu estava quando o Rei entrou, desejando que ele não reparasse nada de errado.


— Desculpa a demora. — O moreno sai de lá de dentro, puxando o equino esbranquiçado e um cavalo bem maior e robusto, pelas rédeas.


— Nem percebi... — Eu admito que sou horrível em disfarçar. Se ele já estava desconfiado, imagina agora.


— Esse é o Magnus — Indicou o cavalo maior e muito bonito ao seu lado. — Um dos meus Clydesdale.


— Ele é bem grande...


— Ele é bem forte. — Deu tapinhas no focinho do animal. — Então poderemos chegar lá rápido, mesmo conosco montados nele.


— Que pena desses animais... terem que te aturar... — Brinquei e recebi uma careta do mais velho. Gosto dessa nossa aproximação, não me sinto como um servo imprestável.


— Vamos, Jimin. — Deu tapinhas na sela, me convidando a montar em Magnus, depois de amarrar o outro cavalo ao mesmo.


— Não sei subir... — Me aproximei.


— Vai, se esforça. — Me puxou para perto de seu próprio corpo. O que costuma ser vergonhoso para mim, já que ele é lindo e tem um cheiro maravilhoso. — Põe o seu pé esquerdo no estribo, dá impulso e passa a outra perna por cima..


Fiz como ele disse, mas foi difícil de por o pé na pedaleira. Quando fui me segurar depois de dar impulso, escorreguei, pois o estribo balançava muito. Depois de várias tentativas, só pude ouvir as gargalhadas - gostosas de se ouvir - do Alfa.


— Que tal em vez de rir, me ajudar? — Me irritei. Caralho, parece que só sabe rir da desgraça dos outros.


— Tá bom... Põe o pé ali de novo e se vira de costas. — Ele parou de rir, mas permaneceu com seu sorriso brilhante e até mesmo meio suspeito.


Me preparava para mais uma tentativa falha, quando senti as mãos grandes do Jungkook na minha cintura. Minha única reação foi paralisar. Que vergonha! Esse assanhamento todo me irritava demais! Ele devia saber que não pode fazer essas coisas com um ômega, e essas provocações me acertavam em cheio!


— Vai, tenta subir. — Eu estava super envergonhado, mas ele agia normalmente. Miserável. Dei impulso e ele me ajudou a subir, me levantando pela cintura.


— Bom... — Com bem mais facilidade que eu, ele sentou atrás de mim. — Só para você saber. — Suas mãos pegaram minha cintura de novo. Dessa vez fiquei mais assustado, principalmente por ele ter se aproximado desse jeito, tão rápido — Essa calça que você está usando no momento... — Ele começou a sussurrar perto da minha orelha. Sua voz e sua respiração tornaram a fazer eu me arrepiar. Meu rosto ficou quente e meu coração disparou. Calma, Jimin. — Ela foi especialmente feita para você. Vamos dizer... Com um tecido que marca mais e deixa bem aparente... — Aah, não. — Então eu não te ajudei antes, porque era uma ótima vista...


— Tarado! — Não sei para onde e não tenho certeza do por quê. Só sei que fechei os olhos e o empurrei com força, fazendo ele cair do cavalo. Depois que percebi, minha única reação foi ficar preocupado e abrir os olhos procurando ele. O alfa ria, sentado no chão. Eu podia estar bravo... Mas era um sorriso contagioso..

Depois que subiu no cavalo novamente. Ele comandou o Magnus a começar a andar. Entramos na floresta que hoje parecia até que amigável. Uma hora ou outra eu via esquilos e pássaros andando pelas árvores, enquanto ouvia a trotada ritmada do cavalo.
Eu me perguntava por quê eu tinha de estar na frente, com os braços do Rei em volta de mim, segurando as rédeas. Não sei se foi com essa intenção... Com quase certeza, não foi. Mas quando eu olhei para o chão, percebi que eu tinha um grande medo de cair...Talvez, mas só talvez, ele estar em volta de mim foi uma boa coisa.

Enquanto não chegávamos, tentei arranjar assunto e acabamos relembrando os momentos que passei dês que fui para o palácio. Nem parece que já se passaram mais de duas semanas. Eu já me sinto confortável vivendo lá e sabendo que minha mãe está bem também.
Quando ele disse sobre eu ser seu servente, achei que eu seria tratado como um animal e viver mal... Mas é como Eunha disse: Eu estou vivendo muito bem no palácio.

Palácio? Castelo? Não sei. É como uma mistura, um lugar super bonito e luxuoso com proteções e defesas.

A conversa fez nós rirmos até chegarmos na cidade. Falar com o Jeon até que tinha ficado mais legal... Mesmo com o nível master de safadeza dele. Aquela cidade era bonita e cheia de árvore e flores que combinavam com a animação na rua. Pessoas dançavam e enfeitavam a cidade com ornamentos coloridos. Sorrisos e canções pareciam fazer parte do local.


— Gostou daqui? — Jungkook perguntou com a voz mais doce. Ele parecia se orgulhar dessa cidade. Como resposta, apenas acenei com a cabeça e esbocei o maior sorriso que conseguia. — Essa cidade é diferente das outras e da capital. — Começou a olhar em volta com um ar nostálgico. — Não é luxuosa pelo país ser rico. Ela tem uma personalidade própria... — Após sua fala, bateu as rédeas para o cavalo acelerar.

Percebi que quase não havia carros nessa cidade. Várias pessoas andavam a cavalo e deve ser por isso que esse tal Estábulo se localizava aqui.


— O que é esse tal estábulo? — Tentei procurar a resposta das minhas dúvidas.


— Você deve ter percebido que nesta cidade tem muitos cavalos. — No momento, ele apontou para um cara que passava cavalgando ao nosso lado. — Por causa disso, em uma certa região, vários nobres se juntaram para construir vários estábulos grandes no mesmo lugar. — Eu estava de costas mas podia ter certeza da felicidade dele. — E acabou sendo que essa cidade ficou famosa pela paixão por equitação e hipismo. Então eu ofereci o lugar para os reis e os nobres de outros reinos que se interessam pelo o assunto, se encontrarem.


— Você tem amizade com os outros Reis? — Continuei o assunto enquanto entrávamos em uma estrada de terra que cortava um belo campo ensolarado.


— Até que sim... — Pôs-se à pensar.


— Você parece um bom rei... — Não sei dá onde tirei coragem, mas encostei minhas costas sobre ele para apreciar a vista. Mas o mesmo pareceu ter se surpreendido com minha ação e ficou com o corpo rígido.


— Ah... Perdão... — Fui o mais pra frente da cela possível e abaixei minha cabeça, envergonhado. Sua única resposta foi o silêncio, conseguindo me deixar mais desconfortável e encolhido.


— Voc— Tive minha frase interrompida por seus braços que soltaram as rédeas e me abraçaram. Fiquei instantaneamente corado e imóvel.

— Se-segure as rédeas... o-o Magnus vai mudar de direção! — Ótima hora para gaguejar!


— Você acha que ele é um carro? — Deu uma risada alta. — Está tudo bem.


— Me solta, por favor... — Evitei a todo custo, levantar a cabeça e olhar em seus olhos. Céus, ele tem um poder absurdo sobre mim. — Jeongguk!


— Não. — Afirmou, simples. — Está incomodado? — Abaixou a cabeça, olhando para mim com aquele olhar travesso. Desviei mais ainda minha visão.


— Não! Estou totalmente indiferente à isso! — Agora é oficial, eu minto muito mal. Pelo menos não gaguejei. — Só não quero te atrapalhar.


— Está mesmo indiferente? — Ainda me segurando, voltou a sussurrar na minha orelha para, claramente, me provocar.


— S-Sim!


— Então por que seu coração está tão acelerado? — Sua voz cheia de humor, o quão egocêntrico e tarado esse garoto consegue ser?


— Aaaah! — Me irritei novamente. — Não falo mais com você, também! — Me rendi em seus braços e assumi uma face emburrada; ele adorou.


— É uma criança que está em meus braços agora! Que infantil, Jimin! — Nunca vi ele se divertir tanto me importunando. — Ah, que fofo! — Suas mãos apertaram minhas bochechas e balançaram meu rosto.


— Para! Jeongguk! — Tentei ser o mais grosso que eu conseguia. — Deixa eu ir no Alladin, vai!


— Você não sabe andar a cavalo.


— Magnus está guiando-o, não preciso fazer nada! — Insisti na teimosia.


— Você vai cair.


— Nós estamos trotando! Não vou cair. — Me soltei dos seus braços e inclinei para frente.


— Você tem razão. Estamos muito lentos. — Pronto, ferrou. — Nunca vamos chegar assim. — Seu sorriso me assustou.

O moreno pegou as rédeas e deu um estalado forte com elas, o que fez Magnus começar a correr. Pronto, Jeon Jungkook! Conseguiu rir mais um pouco com meus gritos!


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— Ah... — Jeon suspirou. — Chegamos! — Mostrou seus dentes enquanto olhava em volta. — Fazia tempo que eu não sentia o vento bater no rosto daquele jeito, eu andava muito ocupado.


— Só quero descer logo — Implorei, com o desespero visivelmente estampado no meu rosto


Mesmo cansado e dolorido no dorso de Magnus, ao levantar a cabeça, vi aquele maravilhoso lugar. Vários estábulos enormes, construídos de forma impecável e ainda com o clássico foco na madeira. Com alguns picadeiros cobertos e ao ar livre, com obstáculos, tambores e outros objetos de hipismo. Mais ao longe, havia até quiosques espalhados e com várias pessoas reunidas. E claro, cavalos. Muitas pessoas e seus cavalos.

Jeon mudou de direção até um dos estábulos. Finalmente você vai descer, Jimin!

— Quer ajuda para descer? — Depois de no chão, Jungkook me provocou com a mão estendida. Mas eu não estava afim de discutir e só aceitei a ajuda.


— Ah... Estou todo dolorido... — Minhas pernas e bunda estavam doendo mesmo tendo sela.


— Se quiser, posso retribuir a massagem.— Quando passou do meu lado, o Alfa deu um tapa na minha bunda e continuou andando. Eu ia reclamar quando ouvi alguns gritos e relinchos. Ah, não... Não pode ser.

Pode ser, sim. Olhei para trás e lá estava Kardia, irritada com as pessoas a volta. Parabéns, Jimin! Achou mesmo que aquela corda iria segurar aquela égua?!
Eu e Jungkook fomos correndo até Kardia, que estava assustada. Então ela também correu até nós.


— Kardia, o que você está fazendo aqui?! — Jungkook rodeava a égua, procurando algum machucado. Ele devia é procurar machucados nas pessoas que correram.


— Está tudo bem? — Um beta mais baixo que o Rei, mas mais alto que eu, se aproximou.


Mas sua aproximação fez Kardia surtar com ele. Tentamos segurá-la e acalmá-la, mas ela guinchos e balançou a cabeça. Aish, o que foi que eu fiz?!


— Kardia! Olhe em meus olhos. — Continuei tentando apaziguá-la. — Está tudo bem. — O animal ouviu meu pedido, olhou em meus olhos e foi se acalmando aos poucos enquanto eu repetia que estava tudo bem.


— Uh? Como? — Jungkook se surpreendeu. — Você tem algo mesmo, ein, Jimin? — Sorriu com as mãos na cintura. Como eu queria que ele continuasse aquele sorriso.


— Jeon! Por que trouxe Kardia para cá? — Um homem, humano, de olhos bem puxados apareceu.


— Acho que ela nos seguiu. — Me deu uma bronca de canto de olho e me escondi atrás da fugitiva.


— Quem é esse? — O beta se referia à mim, o ser escondido atrás do cavalo. Esse beta era incrivelmente bonito, céus.


— Park Jimin.— Me puxou ao seu lado, com o braço ao redor de minha cintura. —... Um... — Travou a fala com uma expressão séria. — Amigo. — Sorriu disfarçado.


Amigo? Isso me lembrava da pergunta de Eunha mais cedo. Eu era seu amigo? Eu gostava dele, eu acho. Podia jurar que ele ia falar servente, empregado, moeda de troca ou qualquer outra coisa. Mas ele me chamou de amigo! Admito que fiquei um pouquinho feliz.


— Prazer. — Ele se curvou e sua ação de beijar minha mão, me assustou. Até senti o Jeon me apertando mais contra ele, ato que me fez sentir coisas estranhas no estômago. — Sou Lee Taemin, um príncipe japonês do Reino de Sayoru. — Sua voz parecia tão viciante, como uma melodia perfeita. Jungkook praticamente rosnava para Taemin, mas não entendia o por que disso.


— P-Prazer. — Me encantei por aquele beta. Ele tem lábios grossos, rosados e maravilhosos. Um nariz do tamanho perfeito e bem modelado. Olhos arredondados que a cada palavra que lhe eram dita, cerravam um pouco fazendo sua aparência angelical se tornar a mais perfeita representação do desejo selvagem e carnal do pecado.

Nossa! Filosofei.

— Jimin, vou com Minseok guardar o Alladin e Magnus, fique de olho na Kardia. — Jungkook já começara à andar, deixando-me para trás junto com o beta


— T-tá bom. — A frase saiu baixa. Me senti abandonado, ainda mais com alguém que eu não conhecia muito bem.


— Então, Park-chan... — Taemin falou comigo após o silêncio de poucos segundos. Mas o que seria Park-chan? — Você parece bom com cavalos. — Indicou Kardia com a cabeça.


— Eu? — Debochei de mim mesmo. — Essa roupa de hipismo que estou, não significa nada. Não sei nada de cavalos.


— Mesmo assim, essa roupa veste muito bem em você. — Até seus elogios pareciam bem melhores com sua voz. Mas no mesmo momento lembrei daquilo da calça que Jungkook havia me dito e fiquei envergonhado. Porra, Jungkook sempre invade meus pensamentos — Estou sem nada para fazer... Poderia me fazer companhia?


— Claro! — Respondi até desesperado demais. Bem que o Rei podia ser como ele às vezes, não é?


— Então vou te ensinar o básico de se andar a cavalo. — Disse confiante. Aquele sorriso doce e sereno sendo direcionado a mim


— O que? Eu? — Devia ser trauma da corrida de Magnus, mas senti medo ao pensar em subir sozinho em um animal grande e forte como o cavalo.


— Não é tão difícil quanto parece. — Se aproximou. — Posso? — Ele estava pedindo para segurar minha mão. Eu me perdi tanto em seus olhos com seus cabelos negros caídos em sobre eles que só acenei com a cabeça sem pensar se ele estava sendo muito assanhado. — Vamos. — Começou a me levar para um dos estábulo enquanto eu puxava Kardia pela corda - agora arrebentada - que eu amarrara em seu pescoço.


Entramos lá e ele me entregou um cabresto, me dando a entender que era para por em Kardia. Sinto que tinha confiança o suficiente para encarar a égua.


— Sabe pôr? — Perguntou com um sorriso fechado e amigável. Apenas acenei com a cabeça novamente para responder. Perto dele as palavras me fogem da cabeça.


Fiz aquele mesmo processo que fiz com Alladin e recebi mais um sorriso orgulhoso do Beta. Por algum motivo, me sentia mais seguro com essa égua. Realizei mais algumas preparações que Taemin me ensinava a fazer com ela e o clima era bem calmo. Nós não conversávamos muito, mas ele transmitia uma tranquilidade que meu nervosismo de estar ao lado dele até era meio esquecido.


— Ela é uma égua bem grande. Vai conseguir subir sozinho? — Já estávamos dentro de um picadeiro bem espaçoso quando chegou a hora de montar.


— Consigo... — Menti descaradamente como se não lembrasse de mais cedo. Mas eu não podia parecer inútil na frente dele, podia? Mas me fiz de patético. Tentei subir e não consegui novamente, Jimin se auto-humilhando.


— Deixa eu te ajudar. — Segurou a risada e foi para o lado contrário do cavalo. — Pega minha mão aqui. — Sua mão estava do outro lado e me ajudou a subir. — Aí. Pronto. — Pronto nada, quando sentei já comecei a sentir que ia cair.


— Fica com a postura ereta, segura as rédeas e quando estiver pronto, de um aperto nela entre suas pernas para começar a andar.


Sua paciência me ajudou a tomar coragem de aprender até a virar! Uma hora ou outra eu gritava quando perdia o equilíbrio... Entretanto me senti bem orgulhoso de mim mesmo. Em pouco tempo já estava me divertindo e acostumado. Agora parecia bem melhor do que eu imaginava, era até relaxante. No final acabei indo até o trote. Uma grande evolução!


— Agora você tem coragem, né? — Pronto, aquela voz fez minha felicidade se esvair um pouco. Mas também me deixava confortável. — Se é comigo, fica desesperado! — Jungkook andava bravo, à passos largos. Não pode ser o que eu estou pensando...


— Qual é o problema? Nós estávamos apenas nos divertindo. — Taemin, mesmo mais baixo, se pôs a frente de Jeon.


— Ele não precisava da sua ajuda. Eu podia ensinar ele. — O mais alto apoiou as mãos na cintura e ficou inconformado. Ora ou outra me encarando com o canto dos olhos.


— Mas ele já ensinou! — Desci de mal jeito de Kardia e me intrometi na conversa. — Sou seu empregado! Como meu rei, você não devia me ensinar esse tipo de coisa. — Argumentei, nem sei de onde tirei tamanha audácia.

Ele apenas ficou em silêncio e foi embora frustrado. Foi mais fácil do que eu imaginava. Muito mais fácil. O resto do dia fiquei com Taemin. Nos divertimos demais com os cavalos e conversando. Uma hora ou outra em pensava no Rei e no porquê de ele ter ficado daquele jeito, mas acabava me distraindo novamente com aquela companhia indiscutivelmente mais aturável que Jeon. Quando a tarde chegava, Jungkook veio falar para irmos embora, emburrado e sem mesmo olhar na minha cara. Fazer o que? Queria ficar com Taemin, mas eu teria que ir com aquela criança.

Dessa vez, tive que montar em Kardia para levar ela, então quase não falei com ele metade do caminho.


— Por que você rodou a baiana daquele jeito? — Não pude ficar calado. Não era normal do Jungkook ficar puto daquele jeito.


— Porque eu não gosto daquele paquerador. — Ele já estava na frente, então só ouvi sua voz.


— Paquerador?! Olha quem fala! — Era um descaramento da parte dele fala isso mesmo. Nesse tempo que estou morando lá, já encontrei duas embalagens abertas de preservativos em seu quarto. Aah, que nojo só de lembrar. — Ele não era seu amigo?


— É.


— Então como que você não gosta dele? — Fiquei confuso.


— Sei lá, só me incomodei com ele hoje. — Parecia uma criança falando. Aaah, Jeon Jungkook, sei exatamente o nome disso.


— Você está com ciúmes! — Comecei a rir. Tão adorável essa carranca dele.


— Eu? Ciúmes? — Pela primeira consegui ver sua cara emburrada desde de manhã. — Claro que não!


Minha raiva dele foi embora tão rápido quanto apareceu. Até chegarmos, fiquei provocando-o com o assunto do ciúmes e ele reagia de forma infantil. Ahn, tão adorável. Hoje, descobri que Eunha estava certa. Considero ele como um amigo e eu gosto dele... Pelo menos um pouquinho.


— Aah... Jeon Jungkook. — Suspirei. Ele se faz de machão, mas é só mais uma criança mimada.

(Sendo Reescrita Como Outra Fanfic)Where stories live. Discover now