Equorum pt.1

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Eu só te ligo quando são as cinco e meia

A única hora onde estarei ao seu lado

Eu só te amo quando você me toca, não me sente

Quando eu estou ferrado, esse é meu verdadeiro eu

Eu só transo com você quando são as cinco e meia

A única hora onde vou te chamar de meu

Eu só te amo quando você me toca, não me sente

Quando eu estou ferrado, esse é meu verdadeiro eu.

The Weekend - The Hills


— Apenas vamos embora.


— Ah... tudo bem. — Ele deve ter notado minha inquietação, já que eu parecia uma pedra.


Nos afastamos do hospital e em pouco tempo o castelo era visível. Taehyung dirigia sorrindo, na verdade, ele estava sempre sorrindo. Depois do que minha mãe disse, toda a minha insegurança voltou a me assombrar, não era bom, eu poderia acabar voltando a usar o gorro mesmo dentro do castelo e Jungkook provavelmente me faria tirá-lo. Mas, enfim, tinha que me preocupar com outra coisa: Como olhar para a cara do rei depois de dormir na cama do mesmo.

— Até depois Chimmie. — Taehyung veio me abraçando e sorriu logo em seguida. Taehyung ia da água pro vinho em segundos, tenho que me acostumar com isso. — Bem legal a sua história.


— Ah...isso... — Corei de leve. Não estava acostumado com sorrisos e elogios desse jeito. — Pelo menos as crianças parecem ter gostado, hehe.


— Elas ficaram bem empolgadas mesmo. Tenho que ir pro jardim, au revoir — Deu de ombros, e começou a andar na direção oposta a minha.


— Então tá né... — Respirei fundo e comecei a andar novamente pelo castelo. Não tinha nada para fazer, já que Jungkook não me mandou fazer nada até agora e as empregadas já haviam limpado tudo. — Hora de fazer outro tour pelo castelo.




•PoV Jungkook •


— Você não tá me entendendo. — Tentei bater com força na cabeceira da cama, mas meus músculos estavam doloridos demais.


— É verdade, não estou te entendendo. — Tae, com aquela cara de cu, se jogou na minha poltrona de couro.


— Ele é perfeito! — Coloquei minhas mãos no meu rosto, sentindo o mesmo queimar. Eu estava confuso, porém feliz — Ele é um puta pedaço de mal caminho!


— Ah... lá vem... — Revirou os olhos.


— Ele estava deitado na minha cama, todo encolhido, aquelas mãos de bebê me tocando, a boca abertinha os cabelos bagu-


— Calma aí criança. — Fez um sinal de "tempo" com as mãos e soltou um riso contido — Desse jeito o Taehyung Júnior vai despertar.


— Não ouse ter pensamentos sujos com ele. — Levantei o indicador até seu peitoral e o cutuquei.


— 'Tá com ciuminho é? Mas se você continuar falando dele assim, será inevitável. — Sorriu ladino. Miserável. — O bonitão aqui em baixo está à semanas implorando pra ser chupado.


— Isso você reclama com as suas putinhas. — Dei ênfase no "suas". Me afastei, e novamente me joguei em minha cama. — Não tenho nada a ver com isso e não ouse pedir para o Jimin.


— Ah, fala sério Kook. — Gargalhou alto e cruzou os braços. Isso é o que eu mais odeio em Kim Taehyung, ele adora me tirar do sério. — Porque não posso, hein? Sério, quantas vezes você comeu os empregados e empregadas? Em especial a Eunha.


— É diferente! — Levantei o tom da voz. Eu sentia algo diferente pelo Park. Diferente dos outros empregados, eu não o queria apenas para satisfazer meus desejos sexuais, é estranho pra mim.


— Ha, diferente... — Me olhou com aquela cara de deboche que eu tanto odeio. — Não vejo nada de diferente. Vejo apenas um empregado.


Meu empregado. Ele é só meu.


— Mas você falou que ele deveria obedecer a nós seis. Então se é assim, posso pedir para ele me satisfazer.


— Bastardo! O álcool ainda está fazendo efeito em você? Porque isso explicaria toda essa sua audácia. — Voei em seu pescoço, com uma raiva totalmente diferente do normal. Apenas a imagem de Jimin servindo a Taehyung me fazia sentir calafrios. — Se pretende continuar esse assunto, lhe dou a chance de desistir se não quiser ter essa sua cara totalmente quebrada.


— Eu vou embora mesmo. — Retirou com facilidade as minhas mãos de seu pescoço. — Mas antes de ir... e o seu cio?


— Ah... faltam alguns meses ainda. — Voltei a me deitar, totalmente destruído. — Ainda vai demorar.


— Pretende avisar o Jimin?


— Eu... não sei.


— Bem, eu já vou indo. — A passos lentos foi se dirigindo até a porta de madeira maciça. — Se precisar de algo, me chame. — E sumiu do meu campo de visão.


Me acomodei melhor naquela cama. Estava usando meu pijama de seda, finíssimo. Apesar de estar gelado lá fora, eu estava com um calor fora do normal e dores monstruosas por causa da ressaca. A claridade também estava judiando; parando pra pensar...


O que acabou de acontecer neste quarto?


Ah, não. Eu acabei cedendo às provocações de Taehyung, de novo. Droga, aquele nanico albino assustadoramente lindo mexia com meu interior de uma forma inexplicável, não entendo como ele mesmo não percebe isso. Mas bem... Aquela dor estava insuportável. 'Tô vendo que aquela sopa melhorou, nossa, melhorou pra caralho....


Meu pau de óculos.


Melhorou porra nenhuma.


A claridade da lua hoje iluminava o cômodo inteiro. As persianas eram escuras o suficiente para tapar toda aquela luz, mas adivinha quem não quer sair da cama, exatamente, Jeon GostosoKook. A dor estava nos meus braços, pernas e tronco em si, sem contar a dor de cabeça absurda; mas eis que os deuses resolver ter piedade e o cheiro tão adorado, mas dessa vez fraco como sempre, chega até minhas narinas.


— Jimin!





•PoV Jimin •


— Jimin!



Oh, céus, eu só queria paz. Nem isso eu tenho mais. Eu estava passando bem em frente a porta dele, provavelmente deve ter sentido meu cheiro que não é tão fraquinho. Puxei ar para os pulmões e suspirei pesadamente. Só as entidades sabem o que pode acontecer lá dentro.


— Sim, Vossa Majestade? — Girei a maçaneta e fiquei parado no batente. Jeon me olhava com um brilho estranho nos olhos, diria que era lindo se não fosse amedrontador


— Venha até aqui. — O alfa estava, miseravelmente, afundado na cama. Com seu indicador, fez um sinal para que eu me aproximasse e assim fiz.


"Não, tudo menos isso" — Cla-claro. — Fechei a porta de madeira com cuidado e fui andando receoso até perto do alfa. — O-oque deseja?


— Você sabe que estou com muito cansaço e dor, né? — Se acomodou melhor no grande travesseiro que era bem macio. — Então, aproveitando que você só estava vadiando por aí, me faça uma massagem.


— Yaa, eu não quero. — Abusado, não é porque eu sou o brinquedinho particular dele que eu tenho que fazer tudo o que ele me pedir.


— Não foi um pedido Jimin, foi uma ordem. — Falou, irritado. — Se não quiser fazer isso mais vezes, o que é impossível, faça isso direito ok?


— Ah... tá. — Arregacei minhas mangas e respirei fundo novamente. — Deita no chão.


— O que? — Riu nasalado. Ha, deve achar que massagem é só ficar deitado em algo cheio de penas e esperar algum tipo de creme. As clínicas sempre fazem errado. — Porque deitar no chão sendo que aqui está confortável e quentinho?


— O colchão iria absorver toda a pressão. — Cruzei o braço, vendo o moreno nem ao menos se mexer. — Então, se quiser realmente essa massagem, peço para que faça o que eu falo.


— Aish. — Com uma má vontade absurda, se deitou de barriga para baixo no chão. É bom ter um poder sobre ele, dois a zero para Park Jimin.


— Grato. Er... — Como eu posso dizer isso sem parecer errado e ele entender mal?


— O que houve? — Ele me encarou com aquelas orbes escuras que brilhavam intensamente.


— É que... — Ah droga, o universo perdoe todos os meus pecados, mas por favor, não quero que ele leve pro mal caminho. —... Ti-tire a c-camisa, por favor.


— Ah.... — Olhou para um ponto qualquer, parecia preocupado. Era estranho vê-lo com uma expressão assim.— Eu preciso tirar?


— Precisa.


— Aish... — De uma vez por todas, se sentou e começou e levantar o tecido fino. E foi aí que eu vi, aquela cicatriz.


Uma cicatriz grande e, no meu ponto de vista, monstruosa, mas não me parecia recente. Havia marcas de unhas nos seu ombro esquerdo e ao longo de suas costas havia um grande rasgão, aparentava ser doloroso. Fiquei com receio de tocar naquela área tão... tão sensível.


— Jungkook-ah — Teria que ter a total permissão dele para ter acesso à essa parte. — Essa cicatr-


— Apenas ignore-a. — Voltou a se deitar, ele não parecia se sentir muito bem, mas apenas ignorei esse fato. — Vai logo


Me posicionei em suas pernas; dessa vez teria que ser sem nenhum óleo ou creme, o que dificulta um pouco, mas não seria um problema. A visão das costas do mais alto eram de tirar o fôlego. Era largas, branquinhas e lisinhas... Nossa, Jimin. Cala a boquinha.


Abri minhas mãos em formato de "V" e deslizei-as para os dois lados, indo da cintura até o pescoço; repeti esse processo mais três vezes. Logo, segui para a região dos ombros do mais alto, juntei as mãos para e as esquentei, pois o dia estava com um clima frio, creio que isso aliviaria um pouco a baixa temperarura. Comecei movimentos semelhantes a movimentos de "amassar pão" nos ombros de Jungkook, ouvindo o mesmo resmungar baixo.


— Ah...Jimin... — Falou rouco, num sussurro quase inaudível.


— Pe-perdão, eu lhe machuquei?! — Eu geralmente não tinha muito controle sobre o quanto de força eu colocava nas coisas. Se eu ferir o rei posso ter minha cabeça arrancada sem dó nem piedade.


— Pelo contrário. — Suspirei aliviado, a cabeça de Jimin foi poupada novamente. — Você é... muito bom!


— O-obrigado... — Tentei o quanto antes voltar a botar a mão na massa, vai que ele resolve olhar para mim, logo eu, que estou parecendo um pimentão.


Continuei os movimentos de "amassar pão" por mais ou menos um minuto e voltei a deslizar minhas mãos até sua cintura. O Jeon parecia tremer a cada vez que eu chegava perto de seu pescoço, aquela devia ser uma área sensível. Voltei a lhe 'amassar', dessa vez por mais três minutos. Com os polegares, fui fazendo movimentos circulares desde sua nuca até a cintura, repetindo o processo mais três vezes e voltei a deslizar minhas mãos por toda suas costas.


— Yaaaa, isso é bem melhor do que eu pensei... suas mãos são macias — Sorriu, com aquele sorriso que eu amo. O sorriso coelhinho. — Você é bem habilidoso, hein Jimin.


— Obrigado. — Senti uma ardência em meu rosto. Comecei a apenas deslizar as mãos. — Eu costumava fazer isso com minha mãe e minha irmã.


— Elas tinham sorte hein... ah... — Ele fez uma caretinha. Não sabia se era de dor ou, sei lá. — Ah, mais pra baixo.


Oh, céus! Aquilo estava tão pornográfico! Ele quase gemendo de satisfação enquanto eu deslocava minhas mãos por toda a suas costas. Tenho medo de descobrir no que ele está pensando, muito medo mesmo.


— Sabe onde você poderia me fazer massagem? — Senti muita malícia em sua voz. Me olhou com os olhos semicerrados e umedeceu os lábios, apenas para me provocar. Bom, ele conseguiu.


Jeongguk! Seu pervertido! — Por vergonha e raiva, dei um tapa nas suas costas, mas só o vi rir e levantar.


— "Jeongguk"? — Começou a gargalhar como uma criança quando vê algo idiota. Sério, eu tinha mesmo que ter errado o nome dele universo?


Me virei de costas, emburrado, esperando ele se trocar. Seria vergonhoso ver o corpo dele, mas admito que estou bem curioso. Até passou pela minha cabeça olhar para trás e tentar ver, mas sei que safadeza não é meu forte.


— A maior eu não lembro como foi feita. — Ouvi sua voz atrás. Sua voz estava bem mansa, mas com um pouco de tensão.


— O que?


— A cicatriz. — Apontou para suas costas.


— Como você não se lembra de um machucado enorme desse?! — Me levantei também. Ultimamente tenho me preocupado com ele.


— Eu não sei... Não me lembro nada da minha infância. — Sua explicação me surpreendeu. Suspeito — Nenhuma lembrança de familiares, lugares, momentos ou outras coisas. Nada.


— Eu também! — Essa coincidência estava muito estranha. — É como se eu não existisse naquela época.


Ficamos em silêncio um pouco. Eu preocupado e ele pensativo. Aquele silêncio era ensurdecedor, como se muitas pessoas estivessem gritando mudas; tenso.


— Acho melhor você ir dormir. — Interrompeu o silêncio com uma voz surpreendente bondosa. — Amanhã o dia vai ser bem cansativo. Você vai me acompanhar lá no meu treino de hipismo no picadeiro.


— Eu vou fazer o que lá? — Agora eu percebia que minha lista de utilidades de Park Jimin era bem curta.


— Só vai saber amanhã. Vá logo dormir. — Jungkook pôs a mão em meus cabelos e começou a acariciar minha cabeça com uma delicadeza absurda. Isso parecia cada vez menos um incômodo, eu podia até mesmo ficar viciado nesses toques.


— Tá... Boa noite. — Acabei falando a última frase por costume, mas mesmo assim pareceu o surpreender. — A-Ah... então tchau. — Me apressei sem olhar em seus olhos e sai de seu quarto.

(Sendo Reescrita Como Outra Fanfic)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora