17.06.2018 - Domingo

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Quando percebi, já tinha passado um tempo. Nós ficamos vários minutos daquele jeito, nos beijando, e eu nem tinha notado. Aliás, esses dias isso acontece com certa frequência... Sinto vontade de beijá-lo o tempo todo, e pelo jeito ele também, porque ele vem bastante até mim e faz isso. E sempre que dá, vai além de um selinho rápido...

Cada vez mais. Cada vez mais... Mais e mais gostoso. Mais e mais sensual.

Eu estou gostando disso. Quero conhecer esse lado do Nicolas. Fiquei imaginando como ele seria, numa cama, se eu não estivesse com pontos. Como seria o Nicolas nu, diante de mim, estirado num colchão... Só para mim... E eu o tocando, beijando, lambendo, chupando... E ele me tomando, e fazendo comigo o que ele quiser.

Aaahhhh... Me arrepio todo.

Voltando ao meu relato, nós só paramos porque a campainha tocou. E, como era sexta, eu sabia que se tratava do pingo de gente. Fiquei sabendo que semana passada ele não veio porque ambos os irmãos estavam muito esgotados (é horrível saber que sou o culpado disso).

Antes de sair e atender à porta, ele me lançou um olhar tão profundo... Estava sério, e ligeiramente ofegante pelo beijo. Tinha saliva nossa em volta daquela boca carnuda deliciosa, e ele ainda olhava para a minha, mordendo o lábio.

Aquele homem ainda vai conseguir me matar de desejo. Só de lembrar dele daquela forma me deixa... Ah, Deus! (é, estou exatamente como você está pensando)

Assim que ouvi a porta da sala abrindo, ouvi o grito do Lucas, me chamando (ele ficava cantarolando "Dáqui, Dáqui, tio Idáqui-dáqui, não se esconde porque eu vou te achar! Roooaaaarrr!" ← ele imitou um rugido no fim da musiquinha). Eu fui até lá fingindo estar apavorado, e ele quase pulou no meu colo... Nessa hora deu medo MESMO, e expliquei que estou "dodói", então trocamos só um abraço de dragão (eu tenho que me ajoelhar para ficar do tamanho dele... é muito pingo de gente esse Lucas). A porta da sala ainda estava escancarada, com o Nicolas lá fora. A tal de Sônia me deu uma olhada meio esticada. Sobrancelha erguida, boca entortada de desgosto.

Me senti estranho. O Lucas estava falando comigo, e na hora eu nem ouvi o que ele me perguntava. Pareceu que o olhar daquela mulher tinha me paralisado. O Nicolas percebeu e falou algo pra ela, meio bravo. Só depois disso aquela mulher foi embora.

Quando ele entrou e fechou a porta, tentei perguntar o que houve, mas ele apenas deu um sorriso forçado e disse que estava explicando o fato de eu estar aqui para a mãe do Lucas.

Eu não sou muito bom em identificar mentiras, mas está meio evidente que aquela mulher não gostou de ver o filho me abraçando, e deve ter comentado algo com o Nick. Ele pareceu meio irritado quando foi para a cozinha. Ficava bufando baixinho, e batia as portas dos armários mais forte que o normal. Nessa hora o Lucas chamou minha atenção, e aí eu entendi o que ele estava perguntando antes: queria saber o que tinha acontecido com minha bochecha. Eu expliquei que "um homem mau" me machucou, mas que eu já estava sarando (estou começando a me acostumar com essa linguagem infantil... antes eu me sentia idiota falando assim, mas agora flui mais naturalmente). Nem ousei mostrar os pontos da barriga. Ele já ficou chocado o suficiente com o que via no meu rosto.

Dali a pouco eu ouvi, da cozinha, um som de batedeira. O Lucas foi lá espiar, e logo voltou todo contente me segredando que o pai estava fazendo um bolo de "cotcholáti".

Achei estranho. Tipo... O Nicolas estava irritado, e de repente está fazendo um bolo? Por isso fui lá. Ele estava segurando a batedeira com uma cara séria, mas não era igual aquela que ele me olhou depois do beijo. Não... Aquela expressão de antes tinha sido um sério misturado com algo quente e gostoso. Mas naquela hora, na cozinha, ele tinha no rosto um "sério" mais fechado, como se houvesse um muro em volta dele, o deixando distante. Tanto que demorou para que notasse minha presença. Perguntei se estava tudo bem, e ele me olhou assustado. Disse que "aquela mulher" (a Sônia) às vezes o irritava, e que era apenas isso. Pediu para que eu não me preocupasse.

O Monotono Diario de Isaac [BETA]Where stories live. Discover now