Cap. 91

1.6K 96 11
                                    

18/07 quarta-feira

Nesse tempo que passou Jake estava vendo uma casa para comprarmos. Ele queria comprar a casa com o dinheiro dele, mas eu disse que nem entraria se não dividíssemos o dinheiro para pagar. Não quero depender de homem nem botar tudo nas costas dele, aproveitar da boa vida financeira que ele tem. Eu não sei o tamanho, não sei onde fica, só sei que ele diz ser surpresa. Aff, ele sabe que sou muito ansiosa para esse tipo de coisa e ainda fica fazendo suspense, mereço.

Ele é um amor de pessoa com o nosso filho. Mesmo sem ver o rostinho dele ou dela ele é fascinado por esse bebê. Trata como se já estivesse em seus braços. Todas as noites conversa com ele. Pois é, quem diria. Jake mudou, e para melhor. Eu nunca duvidei que ele pudesse ser um bom pai, mas também nunca imaginei ele sendo um.

- Vai amor, assim vamos nos atrasar. Não estou a fim de esperar mais horas para saber o sexo do bebê.

Ele dizia isso pela vigésima vez. Esse realmente estava ansioso. É, eu estava a mesma coisa, não nego.

- Já estou pronta. - apareço na sala com a saia e a blusinha solta.

- Nossa, desse jeito eu irei ficar com ciúmes.

- Ciúmes?

- Não sei se você se lembra mas o médico do seu pré-natal é homem. - revira os olhos.

- Relaxa, vida, eu só tenho olhos para você. - dou-lhe um selinho e acabo rindo ao lembrar de seu comentário.

- Você viu o grupo hoje? Choveu de notificações sobre nós.

- Quê? Como assim?

- As meninas e os meninos afirmam que, se não falarmos sobre o sexo do bebê ainda hoje eles fazem uma semana de silêncio com a gente. - balança a cabeça em forma de negatividade e acabamos rindo.

- Ai, ai, esse povo...

Peguei meu celular e a bolsa com os documentos do hospital e blá blá blá. Saímos do apartamento, trancamos, então pegamos o elevador vazio para descer até o Hall.

- E a casa? Vai parar com esse suspense?

- Não.

- Aff. E o preço? Pode pelo menos me dizer para podermos dividir? - cruzo os braços.

- Não sei porque você cisma tanto com isso de dividir. Eu não preciso que você pague ela comigo.

- Mas eu quero! Mesmo que eu não precisasse provar, você sabe que eu não gosto e nem quero que pensem que eu estou com você pelo seu dinheiro. E além do mais, meus pais sempre me ensinaram a ser humilde.

- Ok, Jade Williams. - eu conheço bem essa frase. Ele só usa ela quando estamos prestes a brigar, como um ponto final para evitar que isso aconteça.

Passamos a maior parte do caminho de casa até o hospital conversando sobre o bebê. Eu queria tanto ouvir o coraçãozinho dele/dela de novo. Já imaginava a grande emoção que eu iria sentir novamente. Nunca fui mãe, nunca pretendi ser, e agora que serei, eu quero aproveitar cada momento, cada detalhe.

Seria a primeira vez que Jake escutaria o coraçãozinho do nosso bebê. A última vez que vim a ultrassonografia ele ainda não tinha recuperado a memória. Era tão lindo ver a curiosidade dele. Felizmente eu já tinha ouvido desde o terceiro mês (agora estou com quatro), ou seja, mês passado.

- Como que é ouvir o coração? - ele apertava minha mão, nervoso.

- Calma, amor. - sorrio. - Mas pode ter certeza, é umas das melhores sensações do mundo.

O Capitão 2 (Concluído)Où les histoires vivent. Découvrez maintenant