Cap. 05

3.3K 174 2
                                    

— Estamos todos torcendo muito por você, viu? — dessa vez Diego se aproxima para um abraço.

— Sim, saiba que pode contar conosco para tudo. — Ítalo diz.

— Pietro sentirá saudade daquela louca que fazia ele rir. — Lívia dá risada.

— O Batalhão não será o mesmo sem você, maninha. — Jonas fala.

— Obrigada por ter sido essa amiga maravilhosa que foi para nós. — sorrio para Flávia.

— Aqui... — Hugo bate no peito. — Sempre estará guardado o seu lugar. — sorrimos.

— Eu só espero que não arrume outros "amigos" e esqueça da gente. — Max ri.

Após abraçar cada um e ouvir suas falas de insentivo, chamaram mais uma vez o vôo. Faltavam dois minutos. Eu chorei bastante naquela despedida.

— Obrigada por tudo. Vocês foram grandes amigos. E ainda serão, claro. — sorrio e enxugo as lágrimas. — Tenho que ir, mas podem ter certeza, eu não vou esquecer de vocês. Vocês que são o verdadeiro motivo de eu estar aqui. Sem o insentivo de vocês eu nunca pisaria por aqui. Mas é uma fase. E tomara que lá eu consiga seguir minha vida, encontrar pessoas novas, amores novos... Eu amo muitoooo vocês, não se esqueçam de mim. — sorrio.

Ando até o portão principal e entro no avião. Me sentei mais ou menos no meio, do lado direito. Me encolhi na janela e mais lágrimas rolaram. Cara, a ficha ainda está caindo aos poucos. Eu posso nunca mais morar no Brasil, no Rio de janeiro, ser a ajudante do Capitão... Minha consciência perguntava "Você está preparada? Agora você será mais responsável." e eu respondia "Sim, eu estou." Mesmo sem estar. Meu pequeno Benjamin acabou de nascer, as coisas finalmente estavam dando certo... Mas eu sei que estou fazendo isso por mim e por quem gosta de mim. Eu sei que vai ser melhor, que eu vou poder recomeçar do zero sem ter ao menos alguém que saiba do meu passado e possa criticá-lo. Eu fico pensando, será que vou encontrar um verdadeiro amor por lá? Como? Por quantos anos eu viverei lá? Eu sabia que não adiantava formular perguntas sem ao menos estar lá, mas era um jeito de eu pensar que tudo está no lugar, que tudo vai dar certo, que tudo passará.

— Passageiros, por favor, coloquem o cinto para garantirem a segurança de todos. — a aeromoça pediu passando pelo corredor.

Coloquei o cinto, teve uns últimos avisos e então o avião decolou.

9 horas e 42 minutos depois...

Acordei com uma movimentação e um barulho danado no avião. Eram as pessoas se levantando e saindo do mesmo. Me levantei, peguei as coisas que estavam comigo e saí sonolenta.

"Quando você chegar veja no mapa do aeroporto onde fica o centro de New York. A casa em que ficará e o Batalhão são no centro. Pegue um táxi e diga que quer ir para o centro, após chegar no local você pergunta para o taxista onde fica a rua ****** ******. Às 16h00, já que lá tem o fuso horário, eles vão até a casa para te levarem para o Batalhão e terem uma conversa com você esclarecendo as coisas."

São 12h00 aqui, sei porque informaram nos auto-falantes o horário e que estava na hora do próximo vôo, que se eu não me engano era para Los Angeles.

Peguei o resto de minhas malas e fui para o lado de fora procurar por um táxi. Estiquei o braço para um que estava vindo estacionar na frente do aeroporto, onde eu estava, então ele parou, a mulher que estava nele abriu a porta e saiu. Me aproximei da janela para falar com ele.

— Can you take me downtown? (Você pode me levar para o centro da cidade?)

— Yes, I can. Come on. ( Sim, eu posso. Vamos.)

Entrei no carro e ele realmente fez o percurso. Até porque o lugar em que paramos era lotado e ainda estava escrito "Center of New York". Agradeci e paguei o moço. Depois de apreciar um pouco a vista do local público e ali ter a certeza de que eu realmente estava fora do Brasil, procuro outro táxi. Andei um pouco até achar um. Mas encontrei um disponível. Perguntei se ele sabia onde ficava a rua em que o Delegado falou que seria por perto de lá e ele respondeu que sim e que inclusive ficava muito próximo dali.

Lembrei que o número da casa era 123. O taxista ficou rondando pela rua com o táxi até encontrar o número. Ele parou numa casa grande e bonita. Era mais ou menos do tamanho da minha antiga casa. Paguei o taxista, ele me ajudou a levar as malas até a porta e se foi. Lembrei que o Delegado me disse "a chave estará em baixo de um vaso preto, ao lado da porta".

Procurei e acabei achando. Abri a porta e me assustei. Como eu vou morar sozinha numa casa enormeee dessa? Digo, enorme porque ela era grande para somente uma pessoa.

Eu estava morrendo de fome. Entrei na cozinha para verificar se havia algo nos armários para tentar cozinhar alguma coisa rápida. Tinham algumas coisas, sim. Acabei fazendo um macarrão instantâneo. Prático e rápido. Mentira, é que eu não sei fazer nada mesmo.

Subi as escadas com uma mala de cada vez, quase morrendo. Até que enfim acabei. Agora chegou a pior parte, arrumar tudo em seu devido lugar. Antes eu sentei na cama, observando cada detalhe do quarto. Era realmente muito bonito.

Deslizei a primeira porta do guarda-roupa

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Deslizei a primeira porta do guarda-roupa. Comecei a guardar os vestidos, casacos, tudo que precisava estar em cabides. Delizei a próxima porta, parti para as roupas que precisavam estar dobradas. Coloquei as calças jeans, os meus moletons, minhas camisetas, ou melhor, o resto das minhas roupas. Já mais para baixo, no chão do guarda-roupa, era onde poderiam ficar os sapatos. E não foi diferente.

— Meu Deus, eu não imaginava que fosse tão difícil desmontar ou mesmo fazer as malas. — me jogo na cama, fico olhando para teto por alguns minutos.

Me levantei, abri a mala mais pequena. As que estavam meus porta-retratos e fotos, coisas pequenas. Coloquei as fotos no criado-mudo ao lado da cama e na escrivaninha que tinha ali. Arrumei mais alguns objetos e... Pronto. Finalmente.

Ainda bem que já me deram um chip daqui. O Delegado. Ele entregou para o Diego mais tarde me dar. E não foi diferente. Eles já sabem do meu número novo, o ruim é que tem cobranças e tal, por isso será difícil manter contato por ligação. Acho que será mais fácil por redes sociais ou vídeos chamadas.

Desço as escadarias e me sento no sofá, pego o controle da TV e o mais óbvio, comecei a procurar um canal bom. Parei em um que estava passando um seriado de comédia, em inglês, óbvio, mas foi o melhor que encontrei até agora. Fiquei assim a tarde inteira. Com o cotovelo apoiado no braço do sofá e a cabeça na mão, assistindo o máximo de seriados que podia e que passava no momento, já que eu não conhecia e nem me identifiquei com nenhum canal de televisão no momento.

Assim como me informaram, às 16h00 buzinaram em frente a casa. Olhei pela janela, colocando a cortina um pouco para o lado, vendo que se tratava de uma viatura. Igual aquelas que eu estava acostumada à ver em filmes de ação que passavam à tarde ou de noite no Brasil.

O Capitão 2 (Concluído)Where stories live. Discover now