Estranhesas

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Levei quase até a metade do almoço para atualizar a Anabelle, que ouviu tudo, e até parecia um pouco mais animada. Ela esperou até o final para comentar. E o que eu pensei que se tratava de educação, ou ainda, que ela não estivesse empolgada com as novidades por causa do que tinha lhe acontecido, não!

Santa ingenuidade aminha!

— Eu já sabia, — Disse ela, sem querer se vangloriar. Apenas comunicando um fato. — Hugo me contou no primeiro dia, quando chegamos. Era o que eu ia te contar no dormitório, antes da confusão.

Sério? Sério, mesmo?

— Não pensou em mencionar isso mais tarde? Depois que tudo se resolveu?

E eu pensando que ele não tinha se vangloriado! Pois, sim!

— Pareceu sem importância, comparado à vocês quase ficarem fora da lista de indicação, nós conhecer o Mestre, vocês duas brigando, a herança da sua mãe, e a pazes entre você e o Hugo.

Certo. Isso meio que doeu.

Ela percebeu, que tinha sido um pouco grosa. Não fiquei de fato chateada, afinal se estivesse no lugar dela estaria com o humor bem pior, e no fim ela tinha razão. Mas estamos falando de Anabelle, então é claro que ela se desculpou, tipo muitas vezes!

E, explicou que já tinha pedido para o Hugo me ajudar com o conhecimento das Casas, já que ela sabia que eu tinha dificuldade com tudo isso. O que foi ótimo! Pois, eu aproveitava o conhecimento dele sem ter que dar o gostinho de pedir.

Anabelle era a melhor pessoa que eu conhecia! Gostaria tanto que ela fosse da mesma casa do que eu!

Hugo gostou da tarefa de explicar sobre as Casas. Celeste pareceu ter engolido a língua junto com o almoço, e eu fiquei imensamente grata, parecia que ela nem estava ali. Anabelle estava recuperando o ânimo à medida que o tempo passava. Afinal, não havia muito o que ser feito.

O garoto explicou, que apesar da ordem de indicação ser igual todo ano, não havia um motivo nobre, apenas coincidia com o calendário de chegada e partida de representastes das Doze Casas do Reino, ali na Torre. Sendo assim, amanhã seria a indicação dos futuros membros da Casa dos Cavaleiros do Mar, representados pela cor azul claro. Eles estavam ligados a todas as atividade náuticas como Dá para imaginar pelo nome. Eu nunca conheci ninguém pertencente a essa Casa. Mas imaginei o quanto seria glorioso desbravar o oceano e seus mistérios.

Passamos o restante do dia sossegados, apenas conversando sobre as Casas, suas funções, a ordem das indicações, as cores e suas principais características. A noite fomos contempladas com a visita da Mestre Andressa no alojamento.

Ela nos comunicou que no dia seguinte seriamos designadas para contribuir com tarefas menores do cotidiano na Torre. Que deveríamos aguardar no pátio todos os dias após cada cerimônia de indicação. Que essa seria a rotina de todas as crianças até o fim das indicações ou o acolhimento a uma Casa, o que acontecesse primeiro para cada uma de nós.

No dia seguinte não houve nenhuma surpresa. Nenhum dos quatro pertencia aos Cavaleiros do Mar. Eu e Anabelle fomos chamada a ajudar nas tarefas da cozinha. E não sei que fim levou Hugo ou Celeste até o fim da noite, onde todos estavam muito cansados para fazer qualquer coisa a não ser ficar juntos aproveitando o frescor da noite.

Celeste parecia estranha, mais do que de costume. Estava calada, e eu agradecia por isso, mas as vezes reparava nela encarando esquisito para um de nós. No fundo, acho que estava ficando um pouco louca com tudo isso, pois tinha jurado que durante a indicação, o Mestre da Torre tinha encarado novamente o nosso grupo antes de terminar as indicações.

Sete Regiões A lenda dos DragõesWhere stories live. Discover now