Hugo II

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Hugo vem evitando de falar sobre si, desde sua chegada à comitiva. Suas respostas eram sempre evasivas, e se não fosse pela sua vestimentas, não saberíamos nem De que Casa ele vinha. Ele sempre sabe mais do que aparenta, e embora não use o tempo todo, fica claro que recebeu uma boa educação. Eu, Anabelle, e até Celeste tinha compartilhado uma boa quantidade de informações sobre nossas origem com o grupo, ele nada!

Já tinha passado da hora, e com o olhar assustador e persuasivo de Celeste como aliado, Hugo não teve como escapar dessa vez, e começou a explicar tudo direitinho.

O garoto, já tinha me assustado, me irritado, me enlouquecido, me surpreendido diversas vezes desde que tinha o conhecido. E quase me comovi com todo o apoio que ele deu à Anabelle quando ela mais precisava, mas nada me preparou para a surpresa do que ele estava nos contando.

Hugo morava no castelo!

Não no castelo da casa dos Cavaleiros, onde cresceu o seu pai, que por sinal era de uma família tradicional. E não no castelo da Casa dos Magos Brancos, de onde sua mãe, que também pertencia à uma casa tradicional, vinha. Mas, no castelo Principal!

— Como? — Essa era a pergunta que não parávamos de fazer.

Como que os membros de duas Casa que não tem nada em comum se misturam? Como que os descendente de duas Casas Tradicionais põem todo um legado de suas famílias em jogo e não permanecem juntos? Sim, pois os pais dele, não estavam mais juntos. Então não dá para justificar nada disso, como uma grande história de amor.

Como que alguém é criado no castelo e não menciona isso em nenhum momento?

— Certo, já não gosto de falar sobre nada disso, — disse ele, chateado depois de tantas interrupções, — Se me interromperem novamente, não falo mais nada!

Queria estar com meu livro para fazer anotações. Queria que Anabelle estivesse conosco! Ela vai ficar tão surpresa!

Nossa, tinha tantas perguntas!

Que garoto chato, não é sempre que conhecemos alguém que teve a oportunidade de conhecer Três castelos diferentes durante a infância! Eu estava errada em um ponto sobre ele. O garoto era arrogante e maluco, mas não era orgulhoso como tinha pensado. Do contrário, ele já teria se vangloriado pela posição da sua família junto à corte.

Tive que conter a minha curiosidade e escutar apenas, e isso era muito difícil para mim. Tínhamos encontrado um lugar afastado de todos os afazeres, que continuavam normalmente, no cotidiano da Torre depois da cerimônia de indicação. E aproveitávamos o frescor que a sombra da muralha fornecia, para espantar o calor, até a hora que seria servido o almoço. Enquanto isso, Hugo continuava contando sua história, Celeste estava tão atônita quanto eu.

Os pais dele desempenhavam cargos importantes no castelo principal. E ele visitava com frequência a família de ambos. Ele contou que era filho único e que mesmo antes dos pais se afastarem as brigas eram contínuas, e sempre envolvia o futuro dele, e qual Casa seria o seu destino final.

Com tudo isso, ele acabou recebendo ensinamento das duas Casas, como é comum no caso de uma união de Casa mista. Além de ter sido educado no castelo, o que significava ser rodeado por todo tipo de conhecimento, recebendo sempre uma enxurrada de informações sobre toda a sorte de coisa. E tendo a oportunidade de conviver com pessoas vindas das Doze Casas do reino, além de uma infinidade de estrangeiros trazidos de todas as Sete Regiões, para fechar negócios com o Rei.

A situação com a família é uma pouco triste, pois ele acabaria inevitavelmente desapontando pelo menos uma das partes. Mas, não pude conter a inveja com relação à todo resto! No orfanato quase não havia mudanças, exceto pela chegada ou partida das crianças. O vilarejo era tão pacato e sem surpresas, que conhecia todas as pessoas e suas histórias, e nenhuma valia o esforço de tomar nota, nem como exercício para praticar a escrita. E eu não sabia absolutamente nada sobra a família dos meus pais, quanto mais tê-los disputando mim!

Isso explicava como ele tinha um cavalo tão lindo, que devia custar muito caro, sendo ainda era tão jovem e não tendo sido indicado ainda. Explicava sua habilidade de socializar com todo o tipo de pessoa. Mas, apesar de falar com carinho da família da mãe, e dela própria, ele não parecia ter afinidades claras com o mundo o qual ela fazia parte.

Quando perguntamos sobre isso, Hugo explicou que quando os país se separaram, a Mãe começou a cumprir deveres fora do castelo, que a deixava afastada por períodos cada vez mais longos, e que o pai se aproveitou disso para fortalecer os laços com ele usando todos os tipos de artifícios, e que a mãe não contava nem com a proximidade nem com o tempo disponível para fazer o mesmo. 

E que apesar de ama-la, estavam ficando cada vez mais distantes, ao ponto de não ter conseguido se despedir antes de partir para a Torre. Pois  apesar de ela não admitir que foi proposital,  o pai adiantou a partida de Hugo garantindo o desencontro com a chagada da Mãe. o que fez com que a sua escolta tivesse que acampar por uma noite À espera da passagem da comitiva. por isso não percebemos a sua chegada.

Ele tentou parecer não dar tanta importância para isso. Mas fracassou miseravelmente. E essa foi sua deixa para tentar mudar de assunto.

— O almoço será servido em breve. — Disse ele em quanto se levantava, com uma animação que evidentemente não sentia. — Que acham, de buscarmos Anabelle para se juntar à nós, e tentar animá-la?

E, como era seu costume, não esperou por nossa resposta. Apenas seguiu caminho. E não nos restou alternativa Pois, era uma boa ideia, e é claro que eu tinha uma porção de coisas que eu ainda queria saber! Pelo menos a agora encontraria uma utilidade em ter a presença irritante de Hugo sempre por perto!

No caminho para o dormitório, Hugo preferiu o silêncio.  Andava com as mãos enfiadas nos bolsos das calças olhando distraído para o movimento a sua volta. Algumas pessoas ele cumprimentava outras, o chamavam  pelo nome antes que ele fizesse. Ele de fato herdara o carisma e simpatia dos Cavaleiros. Ele estava  tranquilo com tudo, se não fosse fruto de uma Casa Mista ele nunca estaria ali. ele sim era como Celeste tinha mencionado, A Torre para ele era só o lugar onde cumpriria com uma tradição boba antes de voltar para casa.

E por falar, em Celeste ela estava muito quieta. Parecia que estava planejando uma estratégia de guerra, de tão concentrada em seus pensamentos. Eu não reclamaria por ter um pouco de descanso vindo do silencio da Garota, se não soubesse que esse era o sinal, de que logo ela perturbaria muito, as coisas ao seu redor.


Capítulo levinho, para se preparar para as próximas indicações!

O que acharam das revelações do Hugo?

Já tem suas teorias?

Quero saber tudinho!

No próximo capítulo teremos a indicação de varias casas...

Façam suas apostas!

BeijoKas!


Sete Regiões A lenda dos DragõesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora