Quem Diria?

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—Do que você, está falando? — Perguntei nervosa, será que ela conseguiu ler a carta da minha mãe, mesmo lá de cima do beliche? E que diabos ela quis dizer com "também"?

Ela pulou do beliche, e eu me fiquei de pé também. Hugo e Anabelle sentindo a tensão se levantaram prontos para separar qualquer desentendimento. Eu não queria brigar com a garota, só precisava saber como ela tinha chego a essa conclusão e se isso representava algum perigo. Ela cruzou os braços sobre o peito, na sua pose intimidadora de sempre e me olhou demoradamente antes de olhar para cada um dos outros presentes no quarto.

E antes de me responder foi até a porta do quarto, que ainda estava aberta, olhou para os dois lados do corredor de modo suspeito, e fechou a pesada porta. Anabelle segurou o meu braço em apreensão, e Hugo ergueu sua sobrancelha questionadora. Celeste se aproximou e falou em um tom muito mais baixo do que costumava usar.

—Sei que vocês são Servos de Dragão. — Disse ela apontando para Anabelle e Hugo. —Só não tinha certeza sobre a Nanica. Por isso me mantive próxima. —Concluiu ela satisfeita consigo mesma.

Anabelle apenas negou com a cabeça e Hugo se pôs a rir, e eu permaneci calada, e de queixo caído. Como assim? De onde ela tinha tirado tudo isso? Mas, agora fazia sentido, que mesmo depois da nossa briga ela não tenha se afastado.

Celeste fechou o semblante por um momento, o que fez Hugo parar de rir. Como ninguém se atreveu a dizer nada, ela tomou uma atitude que me chamou a atenção.

—Tudo bem. Sei que não vão admitir assim, por nada. E, até é um pouco mais inteligente do que eu pensei que seriam. — Ela foi até as suas coisas e começou a procurar algo, enquanto continuava falando. —Todos sabem o quanto é perigoso ser descoberto pelos inimigos. — Ela se virou com o pedaço de pano vermelho que Anabelle e eu já tínhamos visto, no dia em que nos conhecemos, na palma da sua mão. Ela o desembrulhou com cuidado revelando um colar com um pingente dourado com uma espada lindamente estampada no centro de uma medalhinha. — Também sou descendente dos Servos, e decidi assumir o legado!

Seus olhos estavam brilhantes de orgulho, Anabelle olhou curiosa para a bonita joia e Hugo, dando de ombros, me livrou da vergonha em ser a primeira a admitir, e falou:

— Não entendi. — Celeste olhou para ele, incerta se estava falando a verdade, ou estava brincando. Hugo olhou para cada uma de nós procurando um reconhecimento. — Sabe que isso é história de dormir, não é?

Vi quando o rosto da garota começou a mudar de cor. Garanto que Hugo teria provado da fúria da menina, se ela não estivesse tão comprometida em provar o seu ponto.

—Não seja estúpido. Não precisa disfarçar, estou do mesmo lado que vocês! — Disse ela com convicção, enquanto virava a pequena joia de costas. —veja. — Chamou atenção para o que estava gravado atrás da medalha.

Em um traço fino e simples, sobre a superfície plana das costas da medalha, estava gravado o que parecia um monte ou uma montanha. Bem acima do pico tinha uma estrela, e de cada lado dela três estrelas menores, totalizando sete estrelas. Confesso que não entendi, mas Hugo mudou de postura no momento em que viu o desenho gravado na medalha. E Anabelle retirou o cordão que ela já havia chamado de sem valor, para olhar o avesso, comprovando o que ela já sabia, mas que pelo seu espanto não conhecia o significado.

— É o mesmo desenho. — Disse ela surpresa, nos mostrando o colar.

E eu não me contive, e virei o meu medalhão, e lá estava o mesmo desenho. Fazia sentido como pôde ver antes mesmo que eu. E sinceramente, não teria entendido o significado, mesmo que eu tivesse visto primeiro.

Sete Regiões A lenda dos DragõesNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ