Resolução

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Foi bem diferente do que eu esperava. Anabelle resumiu como foi feito para esclarecer o mal entendido, e Mestre Andressa apenas nos olhou para ver se discordávamos de algo. Depois de relembrar que nada semelhante seria admitido novamente, disse que nossos nomes estavam garantidos na lista de indicação. E sem qualquer zelo me estregou a caixa como se não passasse de um brinquedo recolhido por castigo. E por fim nos mandou embora com o aviso de que as dependências dos pisos superiores estavam fora dos limites permitidos para nós.

Não estava certa se tudo aquilo causaria algum tipo de mancha no histórico pessoal de cada uma de nós, que prejudicasse o nosso futuro no reino, mas decidi não me preocupar com isso agora. Precisava encontrar um lugar com privacidade para abrir a minha caixa e com sorte encontrar algo para comer antes do jantar, pois meu estomago estava roncando.

Quem quebrou o silêncio entre nós no caminho de volta ao dormitório foi Celeste.

— Pensei que ele fosse maior...

Para variar não foi nada inteligente ou educado de se dizer, mas confesso que tinha pensado a mesma coisa. Não quis concordar com alguém que me trousse tantos inconvenientes nas últimas horas, por isso resolvi ficar quieta. É claro que esse não era o plano de Anabelle.

— Eu sei! Fiquei com medo que ele achasse que estávamos espreitando, meu coração quase parou!

— Não seja boba, o Mestre da Torre não acha nada, ele Sabe! — disse Celeste com convicção para Anabelle que parecia realmente preocupada. — Por isso que ele nos ignorou completamente. Tenho certeza que ele já sabia quem éramos e a razão de estar ali.

— Ele nos ignorou porque estava perturbado com a discursão com Mestre Andressa, e teria saído mais rápido dali, se não estivesse mancando.

Quando percebi tudo tinha me escapado, tenho que aprender a ficar de boca fechada. As duas ficaram chocadas e pararam de andar bem no meio do corredor. Tive vontade de fazer que não percebi e continuar andando.

— Pelos Sete Dragões! Do que você está falando?

Certo, uma Celeste devotada aos Dragões, mesmo que por força de expressão me chamou a atenção.

— Não quero mais confusão, Mas vocês estavam lá também, não me digam que não perceberam que discordavam de algo?

—Max... —Anabelle pareceu desapontada ou preocupada, não sei dizer ao certo.

— Sua boca diz algo e suas atitudes dizem o contrário! — Celeste estava chateada, e isso eu soube dizer, só não entendi por que. — O Mestre da Torre sabe tudo, e agora sabe que você está dando uma de ardilosa com os assuntos dele.

De novo me chamando de ardilosa! Não vou permitir que comesse tudo outra vez.

— Quer saber? Celeste tem razão. Não tenho nada com isso.

Celeste parecia indecisa entre achar que eu estava zombando dela ou falando a verdade, Anabelle respirou aliviada, ela entendeu a minha decisão. E novamente veio ao meu auxílio.

— Acho que não vou conseguir dormir! Já imaginaram amanhã, à essa altura uma de nós pode estar partindo junto dos Mestre de Ofício para trilhar os seus passos!

— Não!

— Não!

Negamos na mesma hora, Celeste parecia horrorizada, e pela primeira vez eu realmente entendia a garota. Ser indicada a casa dos Mestre de Ofício seria um pesadelo para nós.

Droga não acerto uma! Anabelle tentou mudar de assunto e eu me juntei a aquela maluca para magoar Anabelle. Ela saiu corredor a fora, eu magoei ela mesmo. Celeste tudo bem, mas eu sabia como ser nomeada amanhã era importante Anabelle.

— Espera, Anabelle! Você sabe o que eu quis dizer...

Acho que no fundo ela sabia. Mas não quis parar mesmo assim. E por um motivo que provavelmente nem o Mestre da Torre sabia, Celeste ainda estava ao meu lado seguindo Anabelle. Pensei que com a solução do nosso problema ela estaria tão ansiosa quanto eu para pôr uma distância segura entre nós.

À seguimos até o pátio da Torre. Eu continuei tentando explicar que não via mal nenhum em ser indicada para Casa os Mestre de Ofício caso fosse minha vocação. Celeste tentava soar positiva dizia que Anabelle praticamente já tinha sido indicada, mas nada a fez parar, ela só parecia mais e mais zangada.

O pátio da Torre que antes estava repleto de carroças e suas respectivas comitivas, agora estava ocupado com pequenos grupos de crianças e adolescentes conversando e aproveitando o tempo livre. Funcionário e outros Mestres também circulavam por ali ocupados com seus afazeres diários.

Anabelle não buscou um lugar de refúgio, onde ela se sentisse segura e pudesse pensar no ocorrido. Ela, para minha Surpresa, buscou um ombro amigo. No canto mais afastado do pátio, próximo as sombras das arvores estava Hugo, conversando com outro garoto. Eu queria muito resolver a situação com Anabelle, mas não sei se estava pronta para lidar com Hugo.


Espero que estejam gostando?

Em fim conheceram o Mestre da Torre!

Quero muito saber o que acharam, me contem tudo!

Áh, Os próximos capítulos serão assim pequeninos...

Beijokas!

Sete Regiões A lenda dos DragõesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora