- Mas não desanime, isso depende de você, da sua força de vontade.

Me despedi dele e saí do consultório. Acho que até a secretária percebeu minha cara quando eu entrei e saí. Agora ela está com um ar pessimista, era visível para qualquer um.

Entrei em meu carro e segui o caminho do condomínio, que não era tão longe, em meia-hora eu chegava lá. Estava com um pouco de trânsito, até porque, era sexta-feira, tem pessoas indo viajar, outras indo para a casa de algum parente ou amigo, ou apenas voltando do trabalho ou de um curso. Parece que depois que saí daquele consultório tudo ficou tão obscuro. Tudo ficou tão sem graça. Sem cor. Era simples. Uma notícia ruim que tornou o dia ruim.

•••

Eu estava sentado no sofá, assistindo a qualquer canal de TV que eu nem prestava atenção. Ouvi o trinco da porta, meu olhar se direcionou imediatamente para lá. Mais precisamente para a pessoa que acabará de entrar.

- Oi!!! - ela fecha a porta rapidamente e corre para os meus braços. Estava bem alegre e, claro que eu não ia fazer ela ficar triste ou preocupada comigo. Botei um sorriso no rosto. - Como foi seu dia?

- Meio sem graça, e o seu?

- Foi bem legal. - nesse momento ela estava com a cabeça apoiada em meu ombro direito e meu braço em volta de si.

- O que aconteceu?

- Olha o que ganhei. Na verdade, meu filho. Mas olha que fofinho.

Ela tira de sua bolsa dois sapatinhos brancos, sem muitos detalhes, porém, elegantes.

- Que legal, quem deu?

- Diego. Ele não é um fofo? - ela estava apaixonada por aquele par de calçados.

- Sim, realmente.

- Ei, você está estranho. - ela se afasta, olhando bem no fundo dos meus olhos.

- Não, eu estou bem, estou normal. - sorrio sem mostrar os dentes.

- Jake, por mais estranho que pareça ser, eu te conheço antes de você perdeu a memória, sei que não está nada bem. Me conta, o que aconteceu?

- Talvez outra hora, agora temos uma festa para ir. - finjo me animar, apenas para não deixá-la preocupada. - Vou tomar banho.

- Não, eu vou tomar banho. - ela se levanta rapidamente.

- Euuu!!

Saio correndo em direção ao banheiro dando risada. Ela também ria, mas sabe aquele riso de desespero? Então, era o dela nesse momento. Aquele que a pessoa não consegue segurar, porém, está preocupada.

- Aahhh, Jake!! - ela bate na porta depois que adentrei e me tranquei.

- Perdeu.

Ouço Jade bufar no outro lado. Tomei banho, ela entrou no banheiro depois que eu o disponibilizei, mostrando língua.

- Se eu demorar agora a culpa é sua.

- Essa era a intenção, linda. Você iria demorar demais e eu não iria tomar banho. Como dizem, o mundo é dos espertos.

Acabei de me sentir mulher. Calma, eu não sinto atração por homens, deixando claro isso. Apenas fiquei uns dez minutos procurando uma roupa boa para ir nessa festa. Acabei optando por...

Me sento no sofá e começo a mexer no celular. Até ouvir um pigarro. Olho os pés da moça e vou subindo até seu rosto. Nossa!

- Meu Deus.

- Está bem?

- Você está ótima. - sorrio.

- Não está vulgar?

- Não.

- Não está simples?

- Não.

- Não está longo demais?

- Não.

- Não está curto demais?

- Não.

- E a maquiagem, está exagerada?

- Não.

- Tem certeza?

- Absoluta.

- Mas e...

- Amor, relaxa, você está linda. Não se preocupe. Tenho certeza que as outras mulheres que estiverem lá vão estar com ciúmes.

- Por que?

- Por que infelizmente os outros homens vão olhar.

- Olha... Jake Dornan inseguro. - ela caçoa.

- E quem disse que eu estou inseguro? Minha querida, é só eu segurar sua cintura e trazer você para perto de mim, bem coladinha. Assim eles vão ter é inveja por não poderem fazer isso contigo. - dou uma piscadela.

- Olha, olha, Jake Dornan sempre me surpreendendo. - risos.

Depois de bater papo e conferir a ração e a água da Luna e da Penélope, trancamos o apartamento e descemos para o estacionamento. Entrei no carro, liguei, saindo de fato do condomínio. A festa seria na casa da Flávia, mesmo. Os pais dela já sabiam, e estavam enrolando ela no shopping enquanto a galera preparava as coisas. A esse momento ela deve estar a caminho da casa dela, ainda bem que todos já chegaram, principalmente a gente.

- Gente, ela já chegou. Preparem-se.

Ítalo disse e saiu correndo até nós depois de apagar as luzes. Ouvimos o portão e também as risadas. Logo após foi a porta central, onde estávamos por perto.

- Ai, mãe, por que está tudo escuro...

Assim que ela acendeu, antes que sua mãe respondesse alguma coisa, o eco dá casa foi...

- SURPRESA!!!!

Suas mãos pararam na boca, ela mal sabia como reagir à tanta gente em sua frente lembrando de seu aniversário.

- Minha nossa, nunca fizeram isso para mim. - ela abre um sorriso enorme.

- Bom, você sabia que nós, como bons amigos, não íamos esquecer dessa data tão especial, não é mesmo?

- Claro que sim, vocês são demais. - ela sorri.

Flávia começou a cumprimentar cada um dos convidados, desde parentes até amigos.

- Tio, Jake, que bom te ver. - olho para baixo, era o garotinho mais fofo e bonitão do mundo.

- E aí, garotão, eu que o diga. É sempre bom ver você. - pego ele no colo. Benjamin estava enorme.

O Capitão 2 (Concluído)Where stories live. Discover now