O Capitão 2 (Concluído)

Cap. 42

— Ainda não. Nem todos. Ontem Marina e eu fomos experimentar as comidas e os doces. Nem todos eram bons, parecia que quanto mais bonito e pequeno, mais ruim era. Eram coisas muito sofisticadas. — faço careta. — Falei para Marina que não queria coisas tão extraordinárias assim.

— Hum, continue.

— Hoje eu vou experimentar a minha roupa e fazer os últimos ajustes. Inclusive, senhor, você tem que ver a sua também. Quer ir comigo?

— Sim. Que horas?

— Agora.

— Partiu.

[...]

— Está me esmagando! — bufo. Já era o terceiro terno que eu estava vestindo.

— Me desculpe, irei pegar outros modelos e tamanhos. — a moça disse com medo.

— Isso que dá ter esses músculos enormes. — reviro os olhos no espelho para o comentário de Diego.

Estávamos na frente de um, vendo as roupas que íamos vestindo.

— Já deu, a minha ficou ótima. Vou levar esse mesmo. — Diego começa a tirar.

— Sorte sua, acho que vou ficar aqui até amanhã. — outra vez reviro os olhos.

— Aqui está, moço. — a vendedora da loja de roupas de festas de formatura e casamentos disse ao me entregar mais três outros tamanhos.

Peguei eles e fui para o trocador de cortinas novamente. Saí de lá com o primeiro modelo.

— Ficou bom?

— Eu que te pergunto.

— Ah, não está tão folgado mas também não está apertado, acho que esses ternos são assim mesmo. Vou levar esse, antes que eu arrume um defeito e não consiga arrumar um para o meu casamento. — as vendedoras e Diego riram.

— E os sapatos, senhores?

— Aqueles pretos polidos, por favor. — aponto para a vitrine atrás delas.

— Número?

— 39.

— É, eu também. — respondo.

Saímos da loja com duas sacolas. Tenho certeza que foi a pior compra que eu já fiz. Nunca fui tão indeciso à esse ponto. Estou pior que mulher.

— Valeu, cara, vejo você amanhã.

Fizemos um toque de mãos ao chegarmos ao Batalhão.

— Até amanhã, brother.

Antes que Diego saísse do carro o meu celular toca.

— Espera aí.

Era Fernanda.

— Fer?

— Ah, oi, Jake. Desculpe o encomodo. É que eu e as meninas pensamos em fazer um churrasco esse final de semana. É aniversário de Max e queríamos fazer alguma coisa para ele.

— Ah, bacana. Eu topo. Sábado?

— Domingo, às três.

— E os meninos já sabem?

— Não, só as meninas. Pode contar para eles. Só não deixem o Max sabendo ou desconfiando de algo.

— Tudo bem. Será na casa de quem?

— Na minha. Você já sabe onde fica.

— Ok, obrigado pelo convite.

— Eu que agradeço por ter aceitado. Tchau, vejo você lá.

— Até.

Encerramos a ligação. Diego me olhava curioso.

— O que a Fernanda queria?

— As meninas estavam pensando em realizar uma festa surpresa, um churrasco, algo assim, para Max.

— Ah, verdade, é aniversário dele, né?!

— Sim. Você vai?

— Claro. Vai ser na casa de quem?

— Da própria Fernanda.

— Ok. Bom, agora eu vou, falou, cara.

— Falou.

Ele saiu do carro. Fiz um grupo no WhatsApp apenas com Ítalo, Hugo e Nathan. Disse tudo o que Fernanda me disse e eles super toparam.

Cheguei em casa às nove e quinze. Estava cansado, precisava de um banho urgente.

— Amor, demorou hoje. — me beija após eu entrar.

— É, eu tive que ver o lance da minha roupa.

— Conseguiu? — sorriu.

— Sim.

— Diego foi contigo?

— Sim.

Ela tentava me abraçar, grudou em mim e não saiu mais. Eu, como qualquer pessoa cansada e que precisa de um banho, fiquei me esquivando.

— Ai, credo, como você está frio hoje! — ela finalmente se afasta.

— Marina, estou cansado. Vai ao Batalhão, abra minha pasta branca e veja quantos relatórios e operações eu fiz hoje para depois discutir comigo.

— Grosso!

Subi as escadas fingindo que não ouvi aquilo e também deixando ela no vácuo com outros comentários. Marina esses últimos dias está insuportável. Quer carinho, eu entendo, mas tem dias que estou exausto e não suporto nem ficar em pé, ela firma em mim e não me deixa dormir ou descansar.

Tomei um banho frio, eu estava precisando. Coloquei uma bermuda Tactel azul claro e branca, e uma regata cavada azul escuro.

Não fiz mais nada e já caí desmaiado na cama. Marina estava ali, mas fez questão de dormir virada para o outro lado. Eu também, na hora, não fazia questão de nada.