- Tá, desculpa. Eu concordo com vocês, ela é moh estranha. - faz uma careta.

- Tá legal, isso é um complô inteiro. - risos. Ítalo parecia não ter gostado dela, e nos fez rir com seu comentário.

Alguns dias depois... 08/03

Hoje é quinta, dia da mulher. Ainda não recebi nenhuma mensagem e acho que nem vou receber. Esses homens que se dizem ser nossos amigos só nos trazem desgosto mesmo! Aff!

Já faz doze dias que estou de volta, e posso dizer com todas as palavras, ESTÁ SENDO MARAVILHOSO!

Pude matar a saudade de todos, e também das crianças.

Acabei de chegar ao Batalhão, deve ser em torno das seis e vinte da manhã. Estava escuro, era um dia como todos os outros. Passei pelos seguranças da entrada, que foram educados e me parabenizaram pelo dia.

- É impressão minha ou os homens esqueceram que dia é hoje? - Cecília questiona.

- Ah, feliz dia. - Diego, MEU AMIGO DO TEMPO DE COLEGIAL, disse, apenas.

- Nossa, desse jeito nem precisa. - viro as costas.

- Calma. - segura os meus pulsos. Olho com desgosto para aqueles olhos castanhos. - Vocês mulheres, são merecedoras.

Deu para sentir a ironia em sua voz. Revirei os olhos e saí bufando da rodinha que eles estavam.

- Capitão, qual é a operação de agora? - bato na porta do mesmo e abro-a em seguida.

Ele tirou seus olhos de algumas folhas em cima de sua mesa, parando os mesmos em mim.

— Rua **** ******, tiroteio. Vê se dessa vez coloca o colete. — dá uma bronca. Na hora eu me lembrei do tiro que levei.

— Ah, claro. — sorrio, quase me retirando. É, quase. O Capitão me chamou antes de realizar tal ação. — Chamou?

Entro na sala novamente.

— Sim. Pode vir aqui, por favor?

— Claro.

Me aproximei dele, parando ao lado de sua cadeira. Ele se levantou, me olhou bem no fundo de meus olhos.

— Er... O que você queri...

Sinto sua boca colar na minha com rapidez e necessidade. Aqueles lábios carnudos... Ele colocou suas mãos no meu pescoço, enquanto eu fazia uma trilha com as minhas por seu abdômen em baixo da farda. Sua língua invadia a minha boca como um intruso, mas a minha fazia o mesmo, era um amor bandido entre elas. Seu perfume invadia minhas narinas durante o beijo, era o mesmo de sempre, talvez mais cheiroso.

Jake aproximou mais meu corpo do seu, mas na hora a minha ficha caiu. Eu estava beijando Jake! Empurro seus braços fortes. Ele me olhou sabendo que era algo errado e ficando em posição.

— Isso é errado! — me afasto. — Você é noivo, e eu sou comprometida! Isso não pode se repetir.

Saio de sua sala furiosa. Lorenzo nunca pode saber disso. Meu Deus, eu traí meu namorado. Se ele soubesse ele nunca me perdoaria, e eu também não o julgaria. Aí, que errado, senhor!

O dia passou voando. O BPM realizou uma homenagem para todas as mulheres, dando um buquê de flores para cada uma, que não eram milhares. Me senti honrada. Eles falaram coisas bonitas, todas se emocionaram. Inclusive eu. Entendi o porquê os meninos estavam daquele jeito com nós, mulheres. Eles sabiam que o Batalhão iria planejar essa homenagem e eles estariam no meio, pois foi eles que entregaram os buquês.

— Que flores lindas, quem te deu? — Lorenzo perguntou após eu entrar em seu carro. Ele tinha prometido me buscar. Naquele dia a rota mudou, o vôo dele deu errado e ele só conseguiu vir essa semana. Amanhã ele já iria embora, ficou apenas quatro dias.

Eu ainda estava apreensiva em olhar em seus olhos ou ouvir sua voz. Eu sempre pensava no beijo e a imensa besteira que eu fiz. Ele não merecia.

— Amor? — vejo ele estalar os dedos em frente ao meu rosto.

— Ah, o Batalhão fez uma homenagem do dia das mulheres. — sorri, tentando disfarçar a minha ida e volta à lua.

— Por falar em dia das mulheres... — ele pega algo lá no banco de trás.

Ao se virar, me deparo com uma caixa de chocolate e um ursinho.

— Aaahhh, que fofo, meu amor. — abro meu melhor sorriso, pegando as coisas. — Obrigada!! — beijo meu namorado. Não estava a mesma coisa o beijo. Talvez pelo meu peso na consciência de que fiz isso com outro homem.

— De nada, vida. Vamos numa pizzaria?

— Ai, amor, desculpa, mas estou muito cansada hoje. Eu sei que é seu último dia aqui, mas podemos aproveitar em casa, assistindo filme e comendo pipoca. Eu posso até fazer brigadeiro. — sorrio.

— Claro, momentos assim são sempre os melhores. — retribuiu o sorriso.

O Capitão 2 (Concluído)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora