Me aproximei mais da sua cama. Segurei a risada ao perceber que a mulher dormia toda espalhada na cama, de ponta cabeça e com travesseiros no chão, debaixo de suas pernas, abraçados por ela. Tudo isso, menos onde deviam estar.

— Mãe… — Eu continuava segurando a risada da situação cômica. — Mãe...

— Hum? — Finalmente acordou! Mesmo acordada, isso não te tirou de sua posição.

— Você anotou a placa?

— Que? Que placa, Jimin? — A voz sonolenta pergunta em confusão. Era claro que ela não estava dando muita atenção ao que estava falando e só queria voltar a dormir.

— Do caminhão que te atropelou.— Após essa minha piada tosca, o silêncio pairou no quarto.

Silêncio… — AI! — Eu havia levado um chute dela.

— Só agora fui entender! Que eu me lembre, você dormia bem pior! — A agressividade em pessoa me puxa para a cama e começa a apertar minhas bochechas.

Ela podia não saber onde eu estava… Bom, não visualmente, pois sua audição e olfato eram muito apurados, mas ainda podia me sentir ao seu lado.

Só sua visão havia sido prejudicada pela cicatriz de quatro marcas de garras que passava diagonalmente da sua testa até a bochecha do lado contrário.

— Vamos descer para tomar café. — Disse com dificuldade, pois a outra ainda judiava das minhas bochechas.

— Por quê não disse antes? — Só vi um vulto pulando de cima da cama e correndo pela casa.

Correndo pela casa? Essa seria uma pergunta normal que outras pessoas fariam.

Minha mãe é tão teimosa, que desenvolveu sua própria maneira de enxergar.

Apesar de ter a visão danificada, ela não perdia seu ânimo e seu sorriso, que viviam estampados em seu rosto mas, com certeza, muitas vezes não era de verdade.

—  Hmmm, que chique! — Bateu palmas ao sentir o cheiro da mesa arrumada e com dois pratos cheios de bolo e croissants. — Onde arranjaram tudo isso?

— Hahaha, como assim “tudo isso”? — Haneul se aproximou da mesa e se apoiou na cadeira, com aquela cara de quem estava orgulhosa, que sempre fazia quando mamãe a elogiava.

Nos reunimos todos na mesa e conversamos sobre assuntos diversos, como por exemplo, assuntos políticos e até mesmo sobre porque patos tem bico. Como sempre, rimos bastante, já que esse era um dos únicos momentos onde podemos estar todos juntos, pois Haneul fica o dia inteiro arrumando a casa, mamãe fica de repouso e eu trabalho quase o dia inteiro.

— Com licença, tenho que arrumar outro emprego. — A comida quase foi extinta daquela mesa. Haneul já se preparava para encarar a água gelada para poder lavar os copos, pois está nevando lá fora.

— Boa sorte filho! — Mamãe como sempre, levantou uma de suas mãos com o punho fechado, balançando lentamente. Apenas repeti o que minha mãe fazia. — Tomou seus remédios?

— Tomei…

— cer-te-za? — Continuou insistindo.

— Sim… — Eu já dizia impaciente

— Colocou a sua touca e seu agasalho? — Senti em seu tom de voz que ela sabia que eu havia esquecido.

— Ah… — Peguei rapidamente minha touca e agasalho que estavam pendurados no suporte ao lado da porta de entrada. — Coloquei…

— Hum… — Ela podia até não me ver, mas eu nunca a enganava.

— Tchau!

— Dê um beijo na sua mãe antes de ir! — Quando eu estava já na porta, ela me chama novamente.

(Sendo Reescrita Como Outra Fanfic)Where stories live. Discover now