Capítulo 14

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A carta 


Havia se passando 5 meses, cinco malditos meses que a desgraçada me deixou, ando tendo muitas responsabilidades na máfia, ser segundo no comando e o próximo chefe da máfia me trouxe algumas obrigações que antes não tinha mas pelo menos consigo esquecer um pouco dela no entanto quando terminou a saudade de sentir Ana vem com tudo.

– Caio, teve alguma novidade daquela vadia?

Precisava dela, durante o dia trabalhava na sede e a noite ia para o Bordel Cristal e comia algumas putas mas não conseguia ficar calmo pensava nela e no seu corpo enquanto estava com outras. Era uma grande merda no final já estava bebendo e usando drogas, quando o efeito passava me lembrava de Ana.

Entrei um dia no quarto da velha e peguei uma foto de Ana houve uma noite que estava tão louco que cheguei a sonhar com ela cavalgando em cima de mim e gritando meu nome enquanto gozava, quando vi que era um sonho, fiquei mais nervoso ainda e somente voltei à ficar calmo quando peguei a foto dela, dormir abraçado com ela como se pudesse tê-la apenas por meio daquela foto.

– Ainda não, senhor, parece que ela evaporou, será que ela não está morta?

Não penso nessa possibilidade, não permito que Ana morra, sinto dentro de mim que ela está viva e muito bem escondida.

– Não, Caio, a puta está bem viva, somente precisamos encontrá-la, a qualquer momento Ana vai se comunicar com a velha tenho certeza, e quando isso acontecer, pessoalmente vou atrás daquela vagabunda e vou trazer ela pelos cabelos!

Caio pediu licença e saiu, já pensava em como ia castigá-la por me deixar aqui sem ela por tanto tempo. Faria Ana sofrer muito, ia fazê-la ser minha todas as noites para compensar a falta que me fiz esses meses todos. Sai do escritório e vi a velha com um papel na mão, observei que ela estava lendo com lágrimas nos olhos, com certeza é uma carta da minha vadia como previ ela se comunicou com a mãe adotiva.

– O que está lendo, velha?

Cheguei perto dela e percebi que tentou esconder a carta mas sem sucesso.

– Sei que essa carta é da vagabunda bastarda, pode me entregar agora, imagino que já tenha terminado de ler.

– Não vou te entregar nada, Mário! Deixe minha menina em paz, ela está feliz, foi um infeliz que à desonrou. Esqueça de Ana, ela nunca voltará à ser sua.

A velha acha que vou deixar Ana ficar longe de mim, isso nunca vai acontecer.

– Velha escute bem, Ana é minha, espero que ela esteja se divertindo muito vivendo vida de moça decente pois isso não vai durar muito quando encontrá-la, vou matar o maridinho de merda dela e depois vou trazê-la pra cá e continuar aproveitando daquele corpo delicioso que ela tem, e saiba que você não irá me impedir dessa vez!

Ninguém mais iria afastar Ana de mim, nem que tivesse que prender ela dentro de um quarto pelo resto da vida dela, Ana não seria de mais ninguém, somente minha, tomei a carta da mão de Guilhermina e comecei a ler:

Mãe

Estou com tantas saudades que chega à  doer!

Bernardo é um bom homem, cuida de mim e sempre procura me agradar. Aqui é um lugar lindo, o mar é maravilhoso, e a cada dia descubro um canto diferente daqui, a senhora iria adorar morar conosco, lembro que a senhora sempre quis viver perto do mar, nossa casa fica à 10 minutos dele, tenho certeza que ficaria encantada com o azul do mar como fiquei quando vi à primeira vez. Meu marido está em cargo muito bom na empresa, pensa em um homem forte, determinado e estudioso. A casa é grande e espaçosa tanto que resolvemos comprar um cachorrinho e uma cachorrinha, estou tão feliz, e a senhora como está? Espero que esteja bem, tenho tantas saudades, tenho fé que um dia possa vir mora aqui comigo, me faria tão feliz.

Às vezes me lembro das coisas horríveis que aconteceram comigo mas com o tempo sei que vou esquecer, o amor que sinto por Bernardo me preenche e completa, ele veio para mudar minha vida, me transformar em uma outra pessoa. Amo a senhora com todas as minhas forças, não se preocupe logo mando outras cartas, peço desculpas por não mandar antes, estávamos tão ocupados com as mudanças e tudo mais que nem tivemos tempo, Bernardo mandou um grande beijo, está ansioso para ver a senhora novamente, que Deus e Nossa Senhora esteja sempre ao seu lado, mamãe e te proteja de todo mal. Te amo.

Com amor e muitas saudades, Ana

Aquela maldita está apaixonada e feliz, vagabunda desgraçada. Enquanto vivo em tormento por sentir sua falta, Ana está sendo feliz com outro.

– Que lindo! A puta está feliz e amando, vou acabar com a festa dessa piranha rapidinho.

– Pare com isso, Mário, deixe Ana ser feliz, estragou a vida dela uma vez. Esqueça dela para o seu bem, ela está feliz mesmo depois de ter abusado dela, Ana está recomeçando, por que não faz o mesmo?

A velha acha mesmo que vou abrir mão do que é meu, Ana nunca ficará com aquele homem.

– Velha, a vagabunda da Ana nunca vai ser feliz jamais irei abrir mão dela, vou trazê-la de volta para essa mansão e continuar me divertindo com ela, agora que sei que está tão apaixonada pelo merdinha, vou matá-lo na frente dela, para que aprenda a nunca mais me desobedecer, mandei Ana me esperar, e o que a vadia da sua filhinha fez? Fugiu com outro homem, quando encontrá-la irei prendê-la num quarto para o resto da maldita vida dela!

Peguei o envelope e vi o remetente fica em uma cidade no litoral da Espanha, vou mandar Caio averiguar a cidade e vê se encontra alguma pista dela.

– Agora escute bem, velha, para não achar que sou cruel vou deixar você cuidar dela quando terminar de espancar e usá-la até perde a consciência. Para mostrar como sou generoso vou deixar você continuar lendo as cartas que ela mandar, contudo, terá que entregar para Caio primeiro, quero ter o prazer de ler as palavras da minha vadia.

Vi a velha chorar mas não ligo, quero Ana ao meu lado, somente ela me acalma, peguei a carta e fui para meu quarto, senti o cheiro do perfume dela no papel, o delicado e suave perfume das rosas.

– Que saudades que tenho de você, minha Ana. Vou te encontrar, nem que seja a última coisa que farei nessa vida.

A carta foi uma luz no fim do túnel, agora sei que ela está viva e vou mover céus e terras até achá-la, pego a foto dela e faço uma promessa.

– Pode se passar dias, meses e até anos mas vou te encontrar e te fazer minha de novo!

Peguei minha garrafa de uísque e minha porção de cocaína, preciso me aliviar da saudade que eu sinto dela mesmo sabendo que será muito difícil esquecer.

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