Capítulo 4

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Meu milagre


A semana havia se passado tranquila e sem visitas desagradáveis, Mário tentou entrar no meu quarto na noite após mãe Guilhermina se mudar para ele, contudo além de trancar a porta, ela esperou ele abri-la como fez na outra vez.

Ele deu de cara com ela, que perguntou de forma cínica o que ele precisava. A expressão dele de devasso mudou para de furioso, e apenas saiu irado, pisando forte no chão. Fiquei com medo dele fazer alguma coisa comigo ou com ela, mas ele não fez.

No dia que ele viajou fiquei no meu quarto a manhã inteira até a hora que vi pela janela, o carro dele saindo. Um mês sem aquele asqueroso repulsivo, fiquei feliz por isso.

Essa semana seria meu aniversário de 18 anos, não me sentia alegre como nos outros anos, não tinha motivos para comemorar. Perdi meu melhor amigo e ainda por cima fui estuprada seria um ano qualquer pra mim, apenas aconteceu coisas ruins, portanto estava somente esperando os dias passarem. Ficava mais no quarto, comia pouco, estava me sentindo enjoada e as vezes vomitava tudo, então somente bebia água, apesar da fraqueza preferia mil vezes ficar no quarto descansando longe de tudo e todos, apesar das pessoas não saberem sentia muita vergonha pelo que havia acontecido, estava deitada quando mãe Guilhermina apareceu.

– Filha, você está comendo tão pouco, se sente bem?

Não podia mentir pra ela, não mais.

– Na verdade, mãe, não consigo comer direito já faz um tempinho. Como e vomito tudo, e as vezes fico enjoada, venho sentindo muito sono durante o dia e a noite não consigo dormir como antes.

Ela me olhou com os olhos assustados.

– Querida, quando Mário te violava, você percebeu se ele usava algum tipo de proteção?

Nunca reparava nisso, estava desesperada demais, só queria que ele acabasse logo com aquelas sessões de horrores.

– Não, estava tão destruída que não conseguia nem olhar para aquele monstro!

Era verdade, não olhava para ele, apenas para o teto ou virava meu rosto para a parede, menos olhar pra ele. Nunca!

– Filha, queria te perguntar uma coisa íntima. Você teve suas regras esse mês?

Que pergunta estranha, mas pensando bem, não tive menstruação esse último mês.

– Mãe, não tive minhas regras esse mês!

Ela começou a chorar e a segurar minha mão com se quisesse me manter calma, mas não estava nervosa.

– Vou ter que ir na farmácia e vai comigo! Vamos passar em um lugar discreto e você vai fazer um teste pra mim, tudo bem?

Eu assenti com a cabeça.

– Mãe, porque está chorando, pare com isso, vou pensar que estou doente.

Ela ficou séria, me deixando cada vez mas nervosa.

– Preciso ter certeza de uma coisa, acho que estou imaginando besteiras, só isso.

– Tudo bem.

Eu disse sem discutir, minha mãezinha sabe o que faz!

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