Trinta

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Eu estava perplexa! Então, esse era o real motivo do meu pai me odiar tanto? Eu precisava tirar isso a limpo, mas, não agora.

Eu tinha um encontro marcado com o In Ho. Ambos eram suspeitos e eu tinha que averiguar.

- Elisa... – ele pareceu meio emocionado.

Marcamos de nos encontrar em um parque.

- Olá In Ho. – disse o encarando. – O que queria na minha casa? – falei em um tom áspero.

- Queria visitar você e o hyung. Fiquei sabendo o que aconteceu e resolvi visitar vocês. – franzi o cenho – você não está achando que fui eu quem armou aquilo não é mesmo? – eu só o olhei e ele entendeu – Elisa, você sabe que eu não sou capaz... Não sou inteligente o suficiente! Tudo o que eu sei é sobre pianos.

- Como eu posso saber? Como posso confiar em você? Lembra-se da ameaça que fez naquela noite?

- Você sabe que foi por raiva. Elisa, você conhece a minha história com o hyung, sabe muito bem o ressentimento que rola, mas ele é meu irmão! Eu nunca faria isso!

- Sinto muito, mas não foi convincente. Pode até ser que não seja verdade, mas, até lá, você está na minha lista negra. – disse me levantando do banco.

Olhando para este lugar, realmente daria um bom encontro. As árvores enormes, junto com a grama verdinha e o lago repleto de patos formavam um conjunto perfeito.

Eu não dei tempo para ele se despedir. Eu quero acreditar que não é nenhum dos dois, nem o In Ho e nem meu suporto irmão. Irmão é isso mesmo?

Voltei para casa e encontro o Jung assistindo dramas.

- Você está realmente concentrado no enredo ou está pensando em outra coisa? – eu disse enquanto jogava minha bolsa no sofá.

- O drama é bom. Comédias românticas são os meus preferidos.

- Bonitinho você. – sentei-me ao seu lado.

- E você, o que te preocupa? – ele disse desligando a tv.

- Dá para perceber que estou preocupada?

- Amor, seja o que for você pode me contar. – falou o homem enquanto me abraçava e passava a mão em minha barriga. – Somos uma família: Eu você e o nosso bebê.

Uma lágrima solitária desceu pela minha bochecha.

- Alek... O Alek...

- O que ele fez querida? – dava para sentir a tensão na voz suave.

- Nada. Ele só... Ele é meu irmão! – falei de uma vez.

- Ir-mão? – Jung disse pausadamente – Como assim?

- Eu também não sei direito, mas foi isso que ele me disse. Aparentemente sua mãe trabalhava na minha antiga casa e era amante do meu pai tempo antes disso. Alek é um ano mais velho que eu.

Jung respirou pesado. Ele parecia realmente estar avaliando a situação.

- E você, acredita nele?

- Não sei se devo, mas é que agora tudo faz sentido. O motivo de a minha mãe sair de casa, o acidente, a empregada da casa morrer no mesmo dia e meu pai me maltratar mais do que maltratava.

- O que planeja fazer? – ele agora está com as mãos em meus ombros os massageando delicadamente.

- Eu não sei. Só sei que não preciso de um irmão e nem quero um.

Realmente relembrar tudo isso estava fazendo meu coração doer muito.

Ainda é nítido a imagem do rosto da minha mãe esmagado pelo airbag e o cheiro enferrujado do sangue, em conjunto a dor horrível em minha cabeça e costelas. Tudo naquele dia, eu lembro.

XXX

ALEK ON

Eu estava desesperado. Por que tão burro? Por que idiota?

Abrir a boca definitivamente não irá pará-la. Ela não quer a verdade, quer somente consolo. Mas eu terei que magoá-la mais uma vez.

Ela não pode ficar com ele. Não pode! Não pode!

Droga! Droga! Mil vezes droga!

A minha doce Elisa e seu doce perfume estão sendo infectados por ele! Ele é culpado, ele é sujo e pecaminoso, ele não a merece.

Cada gesto de carinho deles, cada eu te amo que eles falam me enojam e me arrepiam de uma maneira horrível. A morte seria uma bênção para aquele desgraçado. Ele precisa sofrer, precisa sofrer, tem que saber que ela é minha, minha doce Elisa.

Sei o que está pensando: Isso é insano, como pode um irmão pensar assim da irmã?

Tem algo mais puro que amor entre irmãos? Ela me amava assim como eu a amo, e ela era minha. Tudo mudou por causa daquela velha idiota que decidiu matar a mãe dela, todo meu amor e carinho foram tratados como sentimentos sem valor, mas ninguém, ninguém, a ama mais que eu.

Eu preciso mostra-la, preciso fazer com que ela sinta, e que ela se lembre do seu amor por mim.

XXX

IN HO ON

Eu olhava para o professor enquanto não entendia uma palavra que ele dizia.

- In Ho, você está me entendendo? – sai do transe quando o professor tocou meu ombro.

- Ah, professor, me desculpe eu estava distraído.

- Não se distraia e nem se emocione jovem. Muito tempo foi perdido e muito talento foi desperdiçado. Agora é sua vez de brilhar também.

Ele me deixou a tocar Chopin para poder lembrar os velhos tempos.

Estou a tantas horas nessa sala, sentado em frente a esse piano que os meus dedos doem e minha mão treme. Preciso controlar-me para desta vez, poder fazer o que eu mais amo e assim proteger aqueles que eu tenho carinho.

Eu sei da condição da Elisa. Grávida. Sei também que não é correto ter uma criança inocente em meio a esse jogo louco. É só questão de tempo para o Jung surtar e destruir o conto de fadas que a Elisa construiu para si mesma com direito a final feliz e tudo mais.

Ele não vai ajuda-la quando ela estiver na pior, muito pelo contrário, ele irá desprezá-la e rir da tolice dela em acreditar nesse absurdo, pois, foi isso o que ele fez comigo. Destruiu meus sonhos e riu disso.

O pai dele me contou do tal assalto e eu quero descobrir quem fez isso. Não posso ser egoísta a tal ponto de deixar meu hyung na mão, afinal eu também o deixei um dia. Quero mostrar que sou diferente dele e também quero proteger a Elisa dessa bagunça.

Casamento forçado: A descoberta do amor (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now