Treze

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E ai galerinha tudo em cima? Terceiro dia de nossa linda maratona *que eu espero poder cumpri-la até o final* O item linkado acima é só para deixar o capitulo mais emocionante T-T.

Bem, sem mais delongas, vamos lá!

Ela estava feliz por este passeio.

Tínhamos pegado o transporte público para chegar até a antiga trilha.

- Lisa, descemos aqui. – eu falei.

- Jung, você passou protetor solar no rosto? – ela perguntou sem mais nem menos.

- E-eh, eu esqueci... – eu coço a nuca.

- Vem, senta aqui.

Elisa me guiou pela mão para o ponto de ônibus que tinha ali. – Senta – ela disse e eu somente obedeci.

- Você trouxe protetor? – a vi mexendo na mochila tirando uma embalagem em forma de bisnaga.

- Humrum. Como eu tenho a pele clara eu sempre levo um comigo. Você deve aderir o mesmo hábito. Mesmo sendo homem tem que se cuidar.

Ela estava em pé entre minhas pernas espalhando o protetor no meu rosto calmamente e com muito cuidado. – Sua pele é muito macia para um homem, e isso me dá inveja! – ela diz sorrindo

Eu estava um pouco desconfortável com isso. Ela me tocando, cuidando de mim. Isso me deixava tímido e acanhado.

- Não precisa espalhar direito. – eu disse com a voz meio trêmula.

- Desculpe, mas eu não quero sair por ai com um marido mal cuidado. Vão falar é mal de mim! – ela sorriu e eu deixei uma risada escapar. – Pronto! Agora você está pronto para enfrentar o sol.

Pegamos nossa mochila – que eu tinha deixado bem claro para ela não levar muita coisa, pois eu não iria ajuda-la em nada – e subimos morro acima. Eu estava meio desajeitado com sacolas e um pequeno isopor, afinal iriamos passar o dia lá.

- É muito longe Jung? – ela disse parecendo cansada.

- Trinta minutos de caminhada, isso se andarmos numa velocidade normal.

- Já se passaram quanto?

- Uns dez, talvez.

Ela me puxa pela camisa ofegante. – água, por favor – eu dou risada e abro o isopor a entregando uma garrafa de água mineral.

- Obrigada. – ela disse depois que desenrosquei a tampa.

Elisa conseguiu beber meia garrafa e me entregou o recipiente.

- Aqui, guarda para mais tarde.

- Não se preocupe, - desenrosquei novamente a tampa e dirigi à garrafa a boca – eu mesmo irei terminar ela.

Elisa me olha horrorizada como se aquilo fosse o fim do mundo.

- Que foi? – eu olho para ela.

- É que isso parece um beijo indireto... – eu dou risada.

- Tá, veja isso como quiser. Um beijo indireto, tá bom.

Ela suspira alto e continua a trilha.

Minutos se passam e chegamos ao nosso destino: A cachoeira verde.

(OBS: Não existe essa tal cachoeira, mas, achei interessante introduzi-la, para que? Não sei)

- É possível que um lugar lindo desse exista? – ela olhava vidrada para o lugar.

Era rodeado por arvores enormes e grama verdinha. A água era cristalina e verde, é claro. Pedras enormes enfeitavam a queda dágua deixando o lugar com um tom místico. O canto dos pássaros era a trilha sonora da cachoeira, e o melhor de tudo, era que aquele paraíso era só nosso!

- Eu vim aqui quando criança com meus pais... – eu digo.

- Deve ter sido um ótimo dia para vocês. – Diz ela com um pouco de receio.

- É a melhor lembrança com minha família.

- Quer falar sobre isso? – ela diz enquanto retira minhas coisas dos ombros e me indica um lugar para sentar.

- Não sei se devo...

- Entendo... – ela fala meio decepcionada.

- E você? Qual sua melhor lembrança com seus pais?

- Ah, temo que não exista isso. Sabe, sempre fui só eu e minha mãe.

- Mas e seu pai? Ele parecia tão carinhoso com você.

- É só fachada. Ele nunca se importou com nós duas. – ela fala triste.

- E onde ela está agora? Digo, a sua mãe. Não a vi no casamento.

- Ah, ela morreu há oito anos. – ela fala com muito pesar.

- Nossa, desculpe fazer você lembrar-se disso. – eu levanto e a forço olhar para mim – Vai ficar tudo bem. – seco uma lágrima que desliza em sua bochecha. – Meu pai também não se importava muito com a gente, ele tinha muito trabalho e sempre trazia o trabalho para casa. Nós não tivemos muitas oportunidades de criar boas memórias, então posso dizer que só era eu e minha mãe.

- Jung... Você não fala muito dela, e se não estiver disposto a compartilhar isso comigo, eu vou te entender.

- Você compartilhou comigo uma parte dessa dor, então acho que você entende o que eu passei.

- Desculpa perguntar, mas ela morreu de quê? Pelo o que seu pai me falou dela, ela era muito doce e gentil e até gostava das plantas. Ela deve ter sido uma mulher encantadora.

- Câncer. Câncer de mama. Foi tarde demais quando descobrimos, já estava em estado avançado onde à quimioterapia já não ajudava em nada. Ela sempre sorriu para mim mesmo seu casamento estando uma merda, ela só se importava comigo. – eu não aguentei e a Elisa veio me consolar e secar minhas lágrimas em um quente e apertado abraço – As flores foram tudo o que sobrou dela, por isso fiquei tão furioso aquele dia. Ela se foi quando eu tinha 13 anos.

- Shii – ela falava baixinho dando tapas leves e reconfortantes em meu ombro. – Não chora. – ela falava para não chorar enquanto ela se desabava em lágrimas.

- Por que está chorando? – eu levanto minha cabeça e a forço olhar em meus olhos.

- Você agora é minha família Jung, pelo menos em seis meses você será tudo o que eu tenho. Família é família, não importa como, onde ou quando. O que dói em você a partir de hoje vai doer em mim também.

Alguém por favor, me diz como não acha-la atraente, linda e meiga? Mesmo eu a afastando durante um mês quando eu descobri que ela era minha noiva, bastou somente três dias para ela me derreter por completo. Eu a julguei mal, como interesseira, mas na verdade, ela era somente um vítima do abuso do pai, e eu fiz questão de xingá-la e maltratá-la.

- Me desculpe Lisa, por tudo o que eu fiz com você, o quanto eu te maltratei, o quanto eu xinguei e odiei você e fiz isso por nada.

- Shiii, esqueça isso, agora vamos aproveitar esse lugar bonito tá legal? Vamos criar boas memórias! – ela tenta por emoção na voz.

- Vamos criar boas memórias... – eu repeti baixinho.


Casamento forçado: A descoberta do amor (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now