Aproveitei que o ômega decidiu se isolar e dei folga aos empregados durante todo o fim de semana, o que deixará a casa por minha conta e obviamente dos convidados que chamei mais cedo. Não quero ninguém nos atrapalhando, tampouco ligando para minha mãe ou meu padrasto.

     Fui direto para o quarto onde tomei um banho rápido, optei pela roupa mais prática e estilosa que encontrei em meu closet, mas não poderia me esquecer de minha jaqueta de couro. Assim que terminei pude encarar minha imagem projetada no espelho, logo lançando um pequeno sorriso ao ver o objetivo alcançado.

     Acreditando que tudo está sob controle peguei a chave da minha moto, os relógios marcando pouco mais de oito da noite, o que indicia que chegarei antes do previsto em meu compromisso. Estava prestes a sair quando a garota ligou desmarcando, a parte irritante foi ela ter usado a desculpa de que está armando uma tempestade.

     O fato de ela desmarcar não significa que preciso ficar em casa, e foi com esse intuito que segui até a garagem, porém, assim que coloquei meus pés para fora da mesma, um raio passou rasgando o céu. Dei razão à sua justificativa, mas acredito que será algo passageiro.

     Voltei para dentro da casa na esperança da chuva passar rápido, mas aquilo não escondeu minha frustração. Tudo o que me restou fazer foi deitar no sofá e ligar a televisão, porém, nenhum canal exibia uma programação decente, ao menos nada que valesse minha atenção.

     Acabei encontrando um filme de terror, que apesar de parecer péssimo, mas talvez sirva para me distrair por um tempo. Jimin ainda não saiu do quarto, e para ser honesto nem me importo em saber se ele estava bem ou não, minha responsabilidade é apenas zelar por sua segurança.

     O filme acabou me prendendo, um enredo envolvente e que faz jus ao gênero apresentado por sua classificação. No entanto, na parte crucial de uma das cenas a imagem foi interrompida, ou melhor, um relâmpago forte seguindo por um estrondo fez toda a energia da casa desaparecer.

     – Merda. – suspirei, deixando o controle cair ao meu lado no sofá. – Alguém aí em cima deve me od... – minha frase foi cortada por um grito vindo do segundo andar.

     Por instinto meus pés se moveram em direção aos quarto, fui iluminando todo o caminho com a lanterna em meu celular. Assim que cheguei no corredor pude ouvir um choro baixo, e logo pude identificar a origem de toda aquela histeria.

     O problema é que a maldita porta passou a viver trancada depois que entrei em seu quarto para acordá-lo a mando de minha mãe, não tem como abri-la sem arrebentar a maçaneta. Posso até forçar, mas possivelmente terei minha vida ceifada se arruinar uma daquelas peças caríssimas.

     – Jimin, sou eu. Abra a porta, por favor. – disse, dando leve batidas na mesma esperando que ele viesse abri-la.

     Não precisei esperar por muito tempo, a porta foi destrancada por ele, porém, a mesma não foi aberta como imaginei. O fim com cautela adentrando ao quarto escuro, naquele momento esqueci qualquer raiva que havia guardado dele, afinal talvez Jimin tenha agido sem pensar.

     Fiquei preocupado com o ômega, principalmente ao vê-lo encolhido sobre sua cama. Jimin tentava se proteger usando o edredom, ao mesmo tempo que abraça seus joelhos e chorava como uma criança desprotegida.

     O ômega parecia não se importar em deixar seus medos evidentes, e isso me deixou um pouco confuso preciso admitir. Jimin é dono de uma dualidade curiosa, existem momentos onde assume um lado independente, e em outros parece frágil a espera de alguém para protegê-lo.

     – Jimin, eu posso me aproximar? – indaguei, e logo percebi sua autorização para chegar perto de sua cama. – O que houve?

     – Jungkookie, eu estou com medo. – disse ele, e sua voz abalada pelo choro derrubou todas as minhas defesas. – Não me deixe aqui sozinho, por favor. Está muito escuro e tenho medo de tempestades, fica aqui comigo. Por favor.

Sweet Poison ❤ Jikook ABOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora