Minha destruição.

2K 295 35
                                    

— Pai. — chamou.

Já havia escurecido e eles continuavam na mesma posição.

— Oi.

— Um dia eu vou sair daqui?

Oh.

Ele não sabia o que responder, essa pergunta o pegou de surpresa golpeando sua garganta, então estalou um beijo na bochecha da filha e respondeu:

— Mas é claro, Lucy. — gostava de pensar assim. — Você só precisa estar pronta.

A menina se distanciou um pouco, realmente se sentando em seu colo já que antes estava praticamente deitada em seu peito.

— E quando eu estarei pronta?

Gale esticou o braço e delineou a curvatura da orelha da filha, levando uma mecha de cabelo consigo e deixando lá.

— Você vai saber.

— Quando eu vou saber?

Uma sombra de sorriso passou pelos lábios grossos do homem e os cumprimentou.

— Quando você souber a verdade sobre as mentiras que lhe rondam.

A mão de Gale estava na nuca de Dank, seu polegar na glote da mesma pode a acompanhar engolir com dificuldade. Lucy abriu a boca, mas não soube o que falar.

Jesus, a verdade estava na sua cara!

Então levou as mãos para os olhos e os fechou, apoiando a testa no ombro do pai.

Existem certas verdades que nós não queremos enxergar, mas é só quando a vemos que realmente seremos livres.

Às vezes, não queremos ser livres.

Às vezes, não queremos saber o que realmente queremos.

Então fechamos os olhos e tentamos não pensar naquilo.

Não pensar na verdade.

— Kloe, não me enrole! — a ruiva exclamou do outro lado da linha.

A enfermeira mordeu o canto dos lábios tentando tirar de lá uma resposta, mas antes mesmo de falar alguma coisa um par de braços enrolou sua cintura e a puxou, fazendo-a chocar as costas em seu peito enquanto lábios variam seu pescoço.

— Eu juro por Deus que vou ai mesmo lhe estrangular, sua cachorra acobreada!

Pronto, Kendy virou um bicho! E ao ter a ligação encerrada na sua cara Kloe soube que a irmã viria, mas não conseguia raciocinar direito aonde iria se esconder com Gale a distraindo.

— Cachorra acobreada, hein?! — brincou, estalando um beijo na orelha da mulher.

Flyn se encolheu em um arrepio virando-se na intenção de beija-lo, mas ao ver Lucy se aproximando atrás do homem se distanciou, corando.

Merda.

— Nem se incomodem, senhores. — Dank fazia um coque com o próprio cabelo enquanto se aproximava. — Vou para o meu quarto.

Antes que a menina passasse pela porta e saísse do jardim, Fletcher a chamou.

— Ei, senhora. — chamou, a menina se virando.

— Senhorita, por favor. — seu pai riu estendendo o braço, quando a menina o pegou ele a puxou, enrolando-a em um abraço enquanto beijava seu cabelo.

— O senhor tem que parar de se aproveitar da sua força e parar de puxar as pessoas. — a menina refletiu, ele rindo contra seu cabelo e ela se encolhendo em seu abraço.

A EsquizofrênicaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora