Meu.

2.1K 360 30
                                    

Quando Gale se foi, Kloe pensou em Lucy e resolveu ir até o quarto da garota. Depois que constatou o que sente por Fletcher, era impossível não relacionar isso a Dank e Frankie. Uma realidade tão próxima, e ao mesmo tempo, tão distante.

Já eram onze horas da noite, a enfermeira não esperava encontrar Lucy acordada uma hora dessas, mas encontrou.

— Acordada uma hora dessas? — chamou os olhos vagos da menina para si, e por um momento não soube o que pensar daquilo.

— Sim.

Não. O que tinha de errado com ela?

— Quando ia me contar, Kloe? — Lucy começou, ela estava tão pacifica que assustou a maior. — Quando vocês dois iriam me contar?

Oh! Agora a mulher de cabelos acobreados soube do que se tratava. Soube o quê tinha de errado com a garota.

— Por que não tinha o que contar. — Flyn respondeu, e durante sua resposta também respondeu a si mesma: — Não tem o que contar, Lucy. — quando a enfermeira soltou uma lufada de coragem pela boca certificando-se de não se espantar ao enfrentar o olhar de Dank, a mesma pôde ver a desilusão em seus olhos.

Não a entenda mal. Dank não estava achando ruim o quê estava acontecendo entre seu pai e sua enfermeira, ela só estava confusa.

Ela devia saber, não devia?

Nem Kloe ou Gale sabiam!

A gente não sabe quando está apaixonado. A gente não recebe um cartão postal, alertando: ''Perigo eminente! Você está apaixonado (a).''.

— Eu não sei o que pensar. — a menor assumiu.

— Então não pense. — deu de ombros, sentando-se ao lado da menina no sofá.

— Por que você negou?

O quê?

Mas logo depois a enfermeira entendeu o que a menina quis perguntar.

Por que Kloe negou que sentia as mesmas coisas que Lucy sentia em relação a Frankie? Afinal, ambas estavam apaixonadas.

— Por que era para ser apenas entre você e Frankie.

Minutos de silêncio.

O silêncio com Dank nunca fora constrangedor, por que a mesma nunca se mostrava querer dizer algo; mas naquele momento Kloe esperava, rogava incessantemente para Lucy falar algo, demostrar alguma coisa, qualquer coisa! O que ela sentia ao saber sobre sua enfermeira e seu pai?

Percebendo que a menina não iria quebrar o silêncio, começou:

— Como você descobriu sobre mim e seu pai? — era estranho perguntar se referindo como ''seu pai''. Parecia que ela estava corrompendo aquela família.

Porém não tinha o que ser corrompido, pois ela já estava corrompida.

E não tinha essa família, era só Gale e Lucy. Essa é a família.

— É só olhar para sua cara e a do meu pai. — a maior soltou uma gargalhada junto com sua tensão. — E olhar vocês se beijando.

Céus, isso parecia errado! Mas ao olhar para a esquizofrênica sorrindo timidamente, viu que não era. A sombra de um riso passou por sua língua atrevida e correu por trás de seus olhos escuros.

Essa foi sua confirmação.

Agora era só questão de tempo para Lucy ter a dela.

A EsquizofrênicaWhere stories live. Discover now