Pronta.

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— Como assim, não quer ir para o jardim? — a enfermeira estranhou.

A menina estava horas sem levantar da cama, e agora essa.

Era óbvio o porquê dela não querer ir ao jardim. Não se sentia pronta para encontrar Frankie, e também não estava pronta para não encontra-lo.

Era só isso que ela tinha para fazer, e agora, não queria nem isso!

— Não vou para o jardim hoje. — confirmou mudando a direção de seu olhar para a mulher emoldurada em cobre. — Isso é só.

Oh!

Seu olhar estava vago, a linha tênue em seus lábios tencionada o bastante para ser o cabo de guerra entre as expressões de Lucy e as da esquizofrenia.

Flyn andou de um lado para o outro, ultrajada. Mas...

— Isso é a única coisa que ocupa seu dia, querida. — tentou argumentar, mas não tinha o que ser argumentado com quem estava do outro lado da conversa. — O que vai fazer nesse tempo livre? Por que se você acha que eu vou lhe deixar dormir, está muito enganada!

A garota pensou em pensar no que fazer:

Ler? Não, isso ela não queria.

Ler o que? Romance? Melhor não...

Não iria para o pátio assistir TV por motivos óbvios.

— Eu não sei. — pensou em Kondor, mas... Ele era seu médico. Não.

Minutos se passaram e Kloe não deixou a menina sozinha no quarto.

— Por que não vai embora? — já estava dando nos nervos a mulher rondando o quarto.

Então ela finalmente parou, e Lucy suspirou.

— Por que não vamos embora? — a enfermeira corrigiu sorrindo de orelha a orelha virando o rosto para a menina.

Dank trincou os dentes.

— O que?

Ela enlouqueceu?

Oh!

Os cabelos pretos da menina se agitaram, oscilando enquanto a mesma se sentava.

— Apenas... Vamos dar uma volta. — chegou perto da garota, beijando-a na bochecha para logo depois sussurrar no ouvido da mesma: — Você está pronta.

E saiu, deixando a menina para se arrumar.

Ela também estava.

Enquanto os saltos da enfermeira batiam no mármore do corredor, pegou o celular no bolso do jaleco e discou os números que não saiam de sua cabeça.

Quando chegou ao jardim, tocou em 'ligar'.

Três toques.

Três batidas de coração.

— Alô?

Seu coração parou junto com sua respiração.

O sangue de seu corpo parou de correr pelas veias e artérias apenas para apreciar a voz feminina no outro lado da linha.

Tão rápido quanto parou, recomeçou tudo de novo.

O sangue continuou a correr.

Os batimentos cardíacos continuaram a todo vapor.

Sua respiração continuou, ritmada.

Sua voz falou:

— Oi, Kendy.

A EsquizofrênicaWhere stories live. Discover now