Sweet Poison ❤ Jikook ABO

❤ Two ❤

Boa Leitura! ❤

“Se não confia em si mesmo, não permitirá que confie nos demais.” – Wender Cabral

❤ JIMIN ❤

     A felicidade do meu pai após o casamento é algo nítido, JiHyo foi a única ômega capaz de animá-lo depois que minha mãe faleceu, desconfio que tenha algo haver com o fato de que ela também entenda a dor de perder a pessoa que ama.

     Confesso que comecei a estranhar ter mais pessoas em casa, mas com o tempo as companhias me fizeram sentir mais segurança. Antes vivia trancado no quarto – hábito que não mudou completamente –, porém, reconheço que mudanças levam tempo para acontecer.

     Minha aproximação maior foi com Yoongi, o fato de termos a mesma idade e status facilitou boa parte desta amizade. Ouso dizer que seu temperamento forte foi o que me chamou a atenção, afinal é sempre bom tem alguém assim para se espelhar.

     Quanto à Jungkook, não consigo ter uma opinião formada ainda. Não é que eu sinta repulsa de alfas, mas devo admitir que a maioria deles me assusta. Meu professor é um dos que me coloca medo, Namjoon sabe como amedrontar os alunos, porém, abaixa as orelhinhas quando seu marido está por perto.

     Senhor Kim é casado com o diretor do meu colégio, um ômega bem educado que impõe mais respeito que muito alfa por aí. Não é a toa que os níveis da instituição subiram ainda mais depois que Seokjin assumiu a gestão, disciplina sempre foi o foco.

     Yoongi foi transferido para o mesmo colégio que o meu, o que nos deixou mais próximos. Porém, de seu irmão eu prefiro manter uma distância segura, depois de ouvir minha madrasta se lamentando de preocupação com o alfa, cheguei a conclusão de que ele não é tão confiável quanto aparenta.

     Tudo estava em sua ordem perfeita, até o mais velho receber a responsabilidade de nos buscar no colégio. Durante todo o trajeto – apesar de não estar sozinho – me mantenho em silêncio e encolhido no meu canto, afinal percebi de imediato a animação com que Jungkook passou a corresponder esse pedido de sua mãe.

     Para piorar minha situação, meu pai acabou saindo em viagem para resolver alguns assuntos da empresa, tudo isso justamente na semana em que não me sinto bem. JiHyo foi quem assumiu o controle de tudo, e foi naquele instante que percebi as vantagens de ter uma médica em casa.

     Apenas uma injeção foi capaz de cortar a cólica incômoda, mas não pude esconder meu medo quando ela disse que estes podem ser sintomas de meu primeiro ciclo.

     Esse foi o momento onde realmente voltei a ficar mais tempo trancado em meu quarto e acabei não indo no último dia de aula da semana, tudo isso por medo de que algo aconteça e eu seja atacado no meio de tantas pessoas.

     Sempre soube que o ciclo pode chegar a qualquer instante, e que o primeiro deles é o mais intenso. Apenas peço aos anjos que isso não aconteça no colégio ou no meio da rua, afinal é muito arriscado ser um ômega puro em meio a um bando de alfa dominado por seus instintos.

     Ainda me recordo das conversas que tive com minha mãe, principalmente de quando lhe fiz a promessa que guardaria minha primeira vez para a pessoa que amo. A verdade é que nunca passei um ciclo para saber como é, e as vezes acredito que não tenho forças o suficiente para passar por isso sozinho.