A RONALD McDONALD's HOUSE

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Em frente à nossa janela, um jardim e algumas árvores de grande porte, isolavam a casa de um imenso estacionamento que pertencia a um dos hospitais. Na manhã seguinte tomamos café e fomos para o hospital. Assim que chegamos, Aurora nos disse que após a consulta com o médico, deveríamos ir até o departamento financeiro.

Dr. Blumenkranz, após os exames, me mandou para a sala de fotografia e novamente tiraram uma grande quantidade de fotos. Ele nos disse que naquele final de semana, viria ao hospital apenas por minha causa e marcou para que estivéssemos lá no sábado às duas da tarde. Nos despedimos das, já nossas amigas, secretárias que eram puros sorrisos com a gente, e fomos até a sala da responsável pela parte financeira. Assim que nos apresentamos, ela me disse que já tinha ouvido falar muito de mim por lá; que eu era uma celebridade no hospital.

O fato é que fomos chamados porque ela ainda não recebera nenhuma remessa feita do Brasil em meu nome e pediu para que verificássemos o que estava acontecendo. Angélica lhe disse que na segunda-feira traria uma resposta do porquê ainda não haviam feito a remessa.

Aproveitando a nossa presença, ela nos apresentou a conta parcial com as despesas detalhadas. Cada item lido pela Angelica era um susto para nós três. Tudo era muito caro e fora da nossa realidade brasileira. A diária do quarto era de quatrocentos e cinquenta dólares, um rolinho de esparadrapo; dezoito dólares, os colírios custavam entre trinta e oitenta dólares cada um e eu estava usando cinco tipos diferentes. Ficamos impressionados com aqueles preços. Tudo era pelo menos, dez vezes mais caro do que no Brasil. Felizmente o resultado alcançado, estava valendo cada centavo daquela conta e muito mais.

Voltamos para a casa caminhando (com a autorização do Dr. Blumenkranz). Através dos furinhos do protetor eu podia identificar visualmente bastante coisa. Passamos em frente ao McDonald's, ao chafariz, caminhamos pelas passarelas cobertas e entramos na galeria que era um corredor de uns seis metros de largura e por quase duzentos metros de comprimento. No começo desse corredor ficavam vários restaurantes, depois lojas de roupas para médicos e enfermeiras e de produtos e aparelhos médicos. Um pouco antes da metade da galeria, havia uma agência dos correios e logo depois, uma porta bem grande dividia o corredor em uma segunda parte, menos comercial e mais institucional. Na saída, uma estação de carros de polícia e de resgate de bombeiros.

Após poucos minutos de caminhada, estávamos no lado oposto do jardim que eu via da janela do meu quarto. Contornamos o jardim e já estávamos na porta do hotel e pude ver com funcionava a abertura da porta com o código digital.

Na entrada, ao passarmos pelo escritório vimos a Maria Antonieta e entramos para cumprimentá-la. Ela disse que estava ali, pois a voluntária das sextas-feiras tivera um contratempo e não pode vir. Conversamos alguns minutos e minha mãe e Angélica avisaram que subiriam. Minha mãe, para preparar o almoço e Angélica, para fazer a tarefa do dia.

Perguntei a Maria Antonieta se eu podia ficar um pouco ali com ela e ela respondeu:

-Por supuesto que si. Asi voy aprendiendo alguna cosa en portugues.

Chamava-me a atenção a admiração dos latinos pelo Brasil, pelas coisas do Brasil. Meu instinto empresarial me dizia que a marca Brasil tinha um enorme potencial pouco explorado.

Ficamos ali batendo papo, e eu quis saber quem era o dono daquela casa-hotel. Ela me disse que não existia um dono e que a casa era administrada por um conselho de notáveis.

Segundo ela, havia cinquenta casas Ronald McDonald nos Estados Unidos, uma em cada um dos cinquenta estados. A Fundação Ronald McDonald, da cadeia de restaurantes McDonald's, comprava o terreno ou ele era recebido em doação e construíam a casa. Depois de construídas e colocadas em funcionamento, cada casa elegia um Board, (conselho) normalmente composto por pessoas ligadas à política, filantropia, empresários beneméritos e outros.

Fidel com a dele e eu com a minha.Where stories live. Discover now