"¡Compañeros! ¡Tenemos que resistir hasta la muerte!
Vamos derrotar al imperialismo Yankee!
Patria o muerte!"
Desliguei o rádio. Já eram cinco horas da manhã. Essas foram as últimas palavras de mais um discurso do ditador cubano Fidel Castro, transmitido pela Radio Rebelde, uma das rádios oficiais do governo cubano.
Mais uma madrugada estava chegando ao fim. Procurando não fazer barulho fui ao banheiro, e apesar de estar nesse hotel há apenas dois dias, eu já conseguia me orientar sem tropeçar em nada.
Voltei para cama e senti uma mínima claridade que imaginei ser o sol nascendo. Afinal era verão no hemisfério norte e o sol aparecia mais cedo.
Deitei e dei uma cochilada. Não conseguia mais ter horários regulares, acho que a falta da visão me fazia perder um pouco da noção de tempo e de organização. Meus pensamentos iam se misturando à realidade, à tragédia, à esperança, à indignação e aos sonhos. Tudo seguia em alta velocidade, revolucionando minha vida em uma sucessão acelerada de fatos e fantasias, fantasmas e ilusões.
Lembrei-me então do discurso de Fidel e de sua revolução que mudou radicalmente o destino de Cuba, do povo cubano e guardadas as devidas proporções, o meu também. Eu estava dentro de uma revolução, uma revolução na vida, na minha vida e que certamente deixaria marcas bem profundas.
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Fidel com a dele e eu com a minha.
Non-FictionUma Historia Real, passada nos anos 1980. Imagine, perder a visão aos 22 anos e ficar condenado a cegueira eterna. O que você faria? No cenário, as lindas praias de Guarujá e Miami, apimentadas com um pouquinho de Guerra Fria. Um jovem estudante de...
