A RONALD McDONALD's HOUSE

Magsimula sa umpisa
                                        

Minha mãe achava aquele sistema ótimo, pois assim ela passava seu tempo fazendo algo de útil, ao mesmo tempo em que se distraía e diminuía a tensão das últimas semanas. Eram três andares, contando com o térreo, e cada andar tinha a sua lista de tarefas. Como eu ainda estava com o curativo no olho, preferi ficar deitado no quarto enquanto elas preparavam o almoço e faziam a tarefa do dia.

Estávamos em Miami há exatos dez dias e até aquele momento estava tudo saindo à perfeição. Tudo graças ao Dr. Blumenkranz, devia estar escrito mesmo que ele era o cara. Com tantas opções de hospitais e médicos, a escolha recaiu exatamente sobre ele. E agora também estávamos muito bem instalados graças à indicação que ele nos deu. Além disso, senti que a minha mãe estava adorando aquele lugar.

E nada como, depois de tantos dias de hotel e hospital, comer uma comidinha caseira e preparada pela mamãe. Nossa... Aquele franguinho assado com bastante limão estava realmente delicioso e fez sucesso no hotel.

Os outros hóspedes passavam por nossa mesa com o olho comprido e o pescoço esticado (segundo elas me falavam) e achávamos graça nessa situação.

Por educação, nós oferecíamos para os mais curiosos. Eles queriam saber que comida era aquela que cheirava tão bem e era tão bonita. Nesse dia ninguém aceitou, mas houve quem hesitou muito antes de recusar.

Na parte da tarde ficamos na sala de TV que era o coração de cada um dos três andares. A sala ficava no final do corredor dos quartos, onde também estava o elevador e virando à esquerda, o caminho para a cozinha, o refeitório e a saída para a escada externa, isso tudo em um só ambiente.

Nessa sala, fomos fazendo amizade com outras pessoas que estavam ali pelas mesmas razões que as nossas. Aquele hotel foi criado para abrigar pessoas em tratamento médico e seus acompanhantes, dando prioridade às crianças e menores de dezoito anos. Por sorte havia disponibilidade de quartos e fui aceito, apesar de ser adulto.

Minha mãe e eu estávamos sentados em frente à TV, quando chegou um casal acompanhado de um garotinho. O homem sentou-se na poltrona ao nosso lado e a mulher foi para a cozinha, nisso o garotinho de uns seis anos começou a escalar a poltrona, o sofá e o próprio pai, enquanto ele começou a puxar conversa conosco. Disse-nos que eram da Costa Rica e que estavam ali para o tratamento do filho que estava fazendo quimioterapia. A conversa ia seguindo, e o molequinho ficando cada vez mais inquieto. Segundo o relato de minha mãe, o garoto ficava escalando o pai e depois ia até a cozinha e voltava. Num dado momento, ele começou a querer a atenção do pai para si, mas o pai continuava a conversar conosco. Então o garoto começou a puxar o pai, ora tentava virar a cabeça dele, ora puxava a orelha, até que ele se posicionou atrás da poltrona e segurou nas duas orelhas do pai e dizia:

-Vamos gordiflon. Venga gordiflon.

Minha mãe começou a rir e depois que o homem se levantou e foi até a cozinha, ela quase teve um treco. Fomos para o quarto e ela começou a descrever a cena, e morríamos de rir. Durante o tempo em que aquela família esteve no hotel, nós os apelidamos de "Os Gordiflons", que traduzindo, seria os gorduchos. O pai do garotinho era baixinho e gordinho e o molequinho também.

Depois do jantar, fomos para a sala de TV do primeiro andar, pois a do nosso andar estava cheia. Como no térreo não tinha cozinha, a sala era mais vazia. Logo depois chegaram duas famílias, os Marcillo e os Cabrera. Os Marcillo eram os managers do hotel. Fui apresentado à dona Irmia, mãe da Maria Antonieta. Elas eram equatorianas e os Cabrera também e todos eram da mesma cidade, Guayaquil. Quando eles disseram que Guayaquil era conhecida como Pérola do Pacífico, eu disse:

-Então estamos empatados. Nós somos de Guarujá, uma cidade que fica em uma ilha e é conhecida como Pérola do Atlântico.

Os Cabrera eram um casal com uma filhinha de quase três anos. A pequena Diana estava ali para tratar umas verrugas que nasciam em sua garganta e nas cordas vocais. Periodicamente ela tinha que ser operada para retirar essas verrugas. Seus pais eram o Julio e Roxana, eram bem simpáticos e logo fizeram amizade conosco.

Fidel com a dele e eu com a minha.Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon