Capítulo 41 - Juntos Para Sempre (Parte 5)

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E aí!! Sei que dei uma sumida. Não intencional, mas a vida anda tão corrida que ando sumida de tudo (inclusive redes sociais). É parte do motivo da demora e a outra parte é que eu não gosto muito dessa sequência, pretendo refazê-la quando sair desse longo hiatus, mas como prometido postarei toda a versão que já está escrita. Eu só tenho a agredecer a vocês pela companhia e pelo carinho. ♡
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Desmond podia ver os olhos de Emese em pensamentos; aquele castanho penetrante que era um espelho de seus próprios olhos. Havia algo de extremamente na triste na maneira como o olharam, mas ele não podia saber na época que aquela seria a sua despedida. Ele lhe deu as costas e correu o mais depressa que pôde floresta à dentro, na direção que Sefic lhe indicara. Mas não havia Sefic, Valentina, ou nenhum futuro em comum à sua frente. Havia o grito gutural das criaturas que Sefic libertara, atravessando o ar frio como lâminas cortantes.

– Você me mandou para uma armadilha. – Ele disse em voz alta, vendo o cenário se dissipar para dar lugar ao escuro santuário e a beleza fria de seu irmão; seu estômago estava revirado.

– Foi o Vernacon quem disse isso a você? - Sefic disparou, rispidamente, as íris cinzentas brilhando como se tivessem faíscas de gelo. - E ele disse isso antes ou depois de mordê-lo?

– Emese disse. Ela sabia que não podia confiar em você... E a prova... - Ele inclinou a cabeça lateralmente, fazendo menção ao altar atrás de Sefic; seus olhos ficaram paralisados naquele momento, ao perceber que as apostas de Monsieur Pierrot estavam corretas. Zack.

Não pudera percebê-lo antes devido ao cheiro de sangue que impregnava o ambiente. E ele se sentira quase aliviado ao senti-lo, porque muito embora tivesse algo muito similar ao de Zack ali, ele poderia reconhecer o cheiro dele em qualquer lugar do mundo.

– Você não me deu outra escolha, Desmond... - Sefic disse, seguindo seu olhar. – Duzentos anos se passaram, e você continua escolhendo o lado errado...

– Cale-se. – Desmond disse em um som quase inaudível; com o maxilar cerrado como estava e a rigidez em seus músculos, foi em um gesto quase automático que desembainhou Aemoh e se posicionou para a luta. – Irei derrotá-lo ou morrerei tentando.

Sefic cobriu a boca com uma mão, como se prendesse o riso.

– Por amor? Por favor, Desmond...

– Pelo que me der a maldita vontade. Isso é sobre minha liberdade.

Sefic encolheu os ombros, caminhando lentamente enquanto arrastava a lâmina de Yur no chão.

Aemoh vibrou na mão de Desmond, como se reconhecesse o poder que vinha da outra espada. Leah deu gemido baixo, do alto do altar de mármore, e depois o salão caiu no mais profundo silêncio, de modo que pôde ouvir também o som quase inaudível da respiração de Zachary, e foi como se o gelo que se formara em seu coração derretesse, muito lentamente. O gelo que se instalara ali no momento em que entendeu que Sefic lhe roubara o último adeus de sua mãe...

***

Estava diante de seu inimigo quando viu cair o primeiro floco de neve. O pequeno ponto cristalino deslizara preguiçosamente diante de seu rosto, indo pousar sobre a espada que empunhava. Desfizeraz-se instantaneamente em gotas de água, tão frias quanto a lâmina de Aemoh. O reflexo de olhos avermelhados incidira sobre ela naquele momento; um vislumbre que durou apenas um segundo. No instante seguinte, ele cruzou a distância que o separava da criatura, lançando-se sobre ela com todo o peso de seu corpo.

***

Sefic se chocou contra Desmond, ágil e brutal, uma máquina de guerra feita para matar silenciosamente. Desmond fechou os olhos, amparando os golpes com a espada como se fosse algo tão natural quanto respirar; ele o fizera infinitas vezes antes, e talvez por esse motivo foi invadido pela sensação de djavu, acompanhada de um estremecimento que ecoou por dentro de seus ossos até a mão que segurava a espada.

O Príncipe BastardoWhere stories live. Discover now