Uma Santa

Desvendando

Passei uma semana no hospital fazendo exames e falando com Sara. Hoje eu iria sair.
Me sento,mexo os dedos dos pés que estavam frios e me visto com uma roupa que a Sara tinha trazido.
-Annelyn? - diz a enfermeira da porta. - Os documentos estão resolvidos e seu pai está aí.

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Quando desci para a entrada do hospital meu pai estava encostado no balcão. Me aproximei sorrindo. Eu tinha que fazer tudo direito,um erro poderia destruir todo o meu plano.
Ele me olha e abre um sorriso pouco convincente.
-Oi filha,como se sente?
-Bem. Fiquei sabendo que eu fiz uma baita confusão.
Andamos até o carro.
-E quando você não faz?
Olho bem o carro.
-Que carro é esse?
-Entra e não reclama.
Entro e me sinto desconfortável. No banco de trás tinham ursinhos de todos os tipos.
-Mas que mer..-paro no meio da frase,sem erros - O que aconteceu com o seu carro?
-Você destruiu no acidente.
-Ah,entendi.
Um acidente de carro? Isso não foi o suficiente para eu acreditar.
-Anne,sua vó pediu para eu te dar aquela caixinha. - ele olha pelo retrovisor para o banco de trás.
Me viro,era uma caixinha de madeira delicada e violeta. A abri com cuidado e olhei,tinha um bilhetinho e chocolates. Coloquei um na boca enquanto lia.

"Minha querida neta,
Espero que esteja melhor, eu disse para você não estragar tudo. Irei te ver o quanto antes,temos assuntos não acabados.
Beijos doces,vovó."

-Quando a vovó vem me visitar?
-Não sei. Quer que eu te deixe com ela?
Fico quieta e penso por uns minutos.
-Quero sim.
Foi uma jogada arriscada,tomara que eu tenha feito o certo.
-Vamos em casa,você faz sua bolsa e eu te deixo lá.
Tudo que eu ia precisar se resumia no meu dinheiro, roupas,comida,duas facas e meu celular.

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Quando meu pai estacionou senti meu coração acelerar e minha pernas tremerem,o que ela tinha tentado dizer com " temos assuntos não acabados"?
Desço do carro e toco a campainha. Vejo Berta correndo até o portão. Ela o abre sem fôlego e me abraça.
-Menina, fiquei tão preocupada. Onde você estava com a cabeça?
-Oi dona Berta. - a abraço carinhosamente - Me perdoa, eu não sei o que fiz.
-A garota,vem cá. -ela me puxa para dentro.
Entro na casa,está tudo extremamente arrumado.
-Berta,cadê minha vó?
-Ela saiu. Quer comer?
-Não.
Ela finge que não me escutou e prepara um prato gigante.
Eu devia confiar na Berta?
-Berta,você quer me contar alguma coisa?
-Ah menina,eu quero.
-Então conta,me conta o que aconteceu comigo,eu mereço saber.
-Anne,minha garota, eu descobri que...

(Desculpa gente, tá pro próximo)