Suicídio?

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Quando acordei de novo o quarto estava ainda mais silencioso. Me sentei e pude ver uma blusa de frio jogada na poltrona.
Eu queria ir embora,mas também queria entender o que estava acontecendo. Puxei os fios do meu braço e levantei da cama. Senti tudo girar,parecia que eu não sabia mais andar. Encostei na parede e tomei coragem para andar mais.
Fui até a janela,ainda chovia.
Eu precisava de ar, precisava me sentir livre. Abri a janela e senti as gotas frias tocarem em mim.
Uma porta se abre.
-Anne! -Sara entra correndo e me segura - Você tá louca?
-Me solta! - me debato.
Ela me puxa com força e arrasta para longe da janela.
-Você ia se matar? Preciso chamar uma enfermeira.
-Não,eu não ia.
Me sento na poltrona que fica ao lado da mesa.
-Por favor Sara,senta aqui. -Aponto a poltrona ao meu lado.
Eu não confiava nela,mas precisava que ela acreditasse que eu não lembrava de nada.
Ela se sentou aproximando sua poltrona da minha.
-O que você estava fazendo na janela? -ela fala passando a mão no meu cabelo.
-Eu queria tomar ar.
-Sério? -ela sorri - Você é doida.
Ficamos quietas por um tempo olhando a chuva que caia pela janela aberta.
-Anne?
-Oi?
Ela para de mexer no meu cabelo e me olha.
-Tem algumas pessoas querendo te visitar aqui no hospital.
-Que pessoas?
-Ah,você sabe,sua vó e claro, os garotos. -ela fala tentando esconder algo - Tudo bem pra você?
Sinto um frio na barriga. E se eles tentassem fazer algo?
-Sara,onde está meu pai? Quando eu vou poder sair daqui?
Ela se levanta.
-O seu pai tá bem,tá em casa.
-Em casa? -falo indignada.
-Olha Anne,não sei se você se lembra do acidente,mas as coisas ficaram confusas pra ele.
-Confusas? -sentia a raiva subir - Ele veio me visitar alguma vez?
-Quando você chegou aqui na primeira noite ele ficou sim.
-Sara,eu não quero receber visitas de outras pessoas,só a sua.
Eu tinha um plano.

               

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