- Vamos? - Digo parecendo animado.

Saímos do hospital, um do lado do outro. Da para ver em seu rosto a alegria em estar do meu lado novamente, isso me satisfazia, ter ele do meu lado e por aquela história ter sido resolvida. Lá fora, ao lado de seu carro, encontro Andrew e Carla, que pareciam ter acabado de chegar.

Andrew fecha a porta do carro e após se virar, ele me avista, surpreso vem em minha direção e me surpreende com um abraço forte. Ele chora em meus braços e diz:

- Eu pedi, eu supliquei para que você acordasse e você acordou! Você está bem filho! Eu não podia te perder de novo! Me perdoa filho! Por ter pisado na bola várias vezes com você! Me perdoa por tudo! Por ter deixado você e sua mãe de lado para encher a cara, por não ter te tratado bem quando criança... - Ele olha para mim - Me perdoa?

Olho fixamente para Andrew. Eu consegui ver em seu olhar o quanto ele me amava de verdade. Ele me aceitou como sou, sempre quis meu perdão e eu rejeitei, me afastando e querendo estar sempre longe ao lado do meu rancor e do meu orgulho que sentia por ele. Porém, depois de todo esse tempo, tudo que passei e depois de receber mais uma chance de viver, eu cai na real que todos merecem pelo menos uma segunda chance, uma outra chance para viver, para ser feliz e para amar. Eu recebi essa segunda chance, a chance de viver enquanto estava entre a vida e a morte, e meu pai deve ter essa chance! Ele teve a chance de mudar, de ser outra pessoa e aproveitou isso, agora é minha vez de dar a ele uma chance para ser quem nunca foi, largar o orgulho e o rancor e deixar ele ser quem é agora. Ainda olhando para ele eu digo:

- Eu te perdôo pai! - Sorrio de lado - Eu tive uma segunda chance de viver e você também merece uma chance! Todos merecem uma segunda chance pai!

A palavra pai soava como algo que Andrew sempre quis ouvir, algo que nunca mais disse e que agora eu estou dizendo para ele, para meu pai. Andrew me abraça novamente e diz:

- Obrigado filho! Meu filho! - Ele me abraça fortemente.

Abraço meu pai fortemente, de verdade. Enfim chamei aquele homem de pai novamente, depois de anos agora chamei de verdade, de coração.

Após isso, Carla se aproxima de mim, começa a me olhar e percebo isso. Olho para ela sem reação e sem saber o que dizer. Percebo que as mexas rosa, haviam desaparecido de seu cabelo, ela deveria ter pintado. Christian olha para mim e faz um sinal, um sinal no qual dizia que era para mim falar com ela. Não sabia o que havia acontecido nesse um mês que estava desacordado e sem consiencia.

Carla para em minha frente e diz:

- Eu queria te dizer, primeiramente que eu via o papai chorar todos os dias sozinho na sala, todos os dias nesse tempo, todos os dias mesmo! E eu? Eu sentava ao lado dele e fazia o mesmo! Por que? Porque eu me arrependi de tudo que fiz para você! Achava que você não era meu irmão apenas por não ter crescido comigo, mas não, você é sim! Dói em mim lembrar de todos os momentos em que era rude com você e você tentava reverter a situação, querendo me agradar e ter um bom relacionamento comigo... Um relacionamento de irmão e irmã que eu não queria ter, pois pensava que você queria roubar meu lugar naquela casa, e o pior, eu não ligava para o que você tinha passado antes de ir para nossa casa! Me desculpa, eu fui uma garota imatura, mimada e... O que eu fiz não tem nome! Mas saiba que estou arrependida do que fiz! Se não quiser me perdoar tudo bem, eu entendo! Mas saiba que depois que cai na real eu te considero um irmão, o irmão que eu não tive.

Olho para papai, mamãe e para Christian que observa aquilo. Então olho para ela. Sentia que Carla falava a verdade, mesmo lembrando do que ela fez eu não queria ser orgulhoso de não perdoar ela. Seus olhos olhavam para os meus até eu dizer:

Meia-Noite (ROMANCE GAY)Where stories live. Discover now