Meia-Noite (ROMANCE GAY)

15. Coração partido

Chris segura minha nuca com seus lábios no meu, entrelaçando seu outro braço entre minha costa. Ele para por um instante, abre os olhos e me olha dizendo:

-Eu te amo! -Diz baixo.

-Eu.... - Penso bem antes de dizer. -Também te amo Chris!

Chris continua a me beijar, aquele beijo me fazia tão bem, estar nos braços de Chris era como um sonho. Nunca me senti assim com ninguém, queria que ele não me soltasse mais.

Sabe quando você está nas nuvens?! Que tudo parece estar perfeito e você flutua, flutua e flutua até que alguma força faz você cair, cair de cara no chão e tudo aquilo é apenas uma ilusão?! Pois é...

Sem perceber a porta estrala e já um pouco bêbado, o amigo de Chris, Richard, um cara alto e moreno entra na cozinha animado com um copo na mão e observa o beijo abismado. Christian me beijando repara em Richard, olha de lado e vê seu amigo observando aquilo. Do nada ele me empurra e começa a dizer:

-Você é louco?! -Diz ele nervoso limpando sua boca.

-O que? - Digo sem entender nada? - Não estou entendendo nada Chris!

-Não me chama de Chris! Sai fora viado! - Diz ele me encarando.

Realmente, aquelas palavras não me doeu tanto, o que mais me doeu foi o fato de Christian ter dito elas, ele acabou de me dizer  " EU TE AMO" E em seguida ter agido daquela forma?! Logo percebo que tem mais alguém no ambiente da cozinha e me viro percebendo Richard. Estava sem reação. Olho para Christian que está furioso e para Richard espantado de boca aberta com aquilo.

Fico parado vendo Christian limpando sua boca disfarçando, como se eu tivesse beijado o. Olhando para os dois, fixo em Christian e digo:

-Christian para com isso por favor! - Digo olhando decepcionado.

-Você é louco! Eu não sou bixa não! - Diz ele nervoso.

Christian passa por mim esbarrando até a pia. Ele cospe na pia e passa água na sua boca. Depois disso, Christian se vira e diz:

-Vai se fuder! Beija outro cara se toca! Você nunca vai conseguir nada de mim, desencana eu curto mulher mano!

Richard se aproxima de mim e me empurra derrubando me no chão. Ele me olha furioso e diz:

-Você é louco cara! Ele podia ter te enchido de soco na cara seu viadinho! Vai beijar uma mulher de vez de ficar por aí beijando quem não curte o mesmo que você! E se você passar perto de nós no colégio vai apanhar!!

Fico sem reação com tudo aquilo, não sabia o que fazer, o que dizer, como agir, não sabia nem o que fazer ali, não sabia onde colocava a cara. Só sabia olhar para Christian e ver que ele mudou de uma hora para outra. Ele tem vergonha de mim, aquelas palavras me doeram tanto e vê lo ali apenas observando tudo que seu amigo Richard falou de mim, me doía mais ainda.

Richard vai em direção a porta, se vira e diz:

-Vamos ae cara! - Richard diz olhando para Christian. - Deixa esse viado sozinho.

Christian me olha rapidamente e sai atrás de Richard.

Uma lágrima cai do meu rosto. Me sinto um lixo naquele momento. Eu tinha acabado de me entregar de novo para um cara que me empurrou, deixou falarem absurdos para mim e o que mais me surpreendeu... ele lavou a boca depois do nosso beijo.

Me levanto devagar, limpo a lágrima e me seguro para não me entregar ao choro. Ainda sem coragem decido sair pela porta e mesmo sem ninguém me olhar direito, sinto que todos estão rindo de mim e apontando para mim. Impressão de quando alguém quer sair logo de um lugar.

Alissa animada, me interrompe dizendo:

-Amore onde você estava? Que isso vamos nos divertir!!! - Diz ela animada e bebendo.

Não digo nada, nem presto atenção em Alissa, apenas vejo que Christian está com seus amigos não muito longe dali em uma roda de garotos, Richard parecia estar contando tudo o que aconteceu.

Carl, o rolo amoroso de Alissa, a chama pra dançar e ela me diz:

-Já volto meu lindo! Vem dançar também!! - Diz ela se afastando aos poucos, e após isso, beijando Carl.

Alissa parecia estar meio bêbada, ela não percebeu que eu estava mal e ainda beijou Carl, cara que ela amava mas não admitia.

Saio pela porta e Christian observa mudando o olhar de seus amigos para mim.

Na calçada da rua, caminho sozinho, começo a observar o céu estrelado andando naquela noite fria. No centro da cidade vejo o relógio de rua mostrando a hora. " MEIA-NOITE" .

Chegando em casa, abro a porta e não chego a acender a luz da sala, vou direto para o quarto, tranco a porta e me deito do jeito que estou e começo a lembrar do que Christian me disse a algum tempo. Começo a chorar baixo...